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Opinião: Não é hora de mudar. Cuca tem de permanecer no Palmeiras

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Crédito foto: Cesar Greco / Divulgação oficial do clube

Investimentos, contratações, título da Copa do Brasil em 2015 e a volta a Libertadores. 2016 começa, algumas contratações ocorrem, mas o time não encaixa. Já não vinha encaixando desde o ano anterior, apesar do título, com jogos fracos, complicações na fase de grupos da Copa Libertadores que culminaram basicamente em uma eliminação precoce da competição. A derrota para o Nacional do Uruguai, em casa, faz com que a diretoria resolva trocar o técnico: sai Marcelo Oliveira, entra Cuca.

O curitibano era o técnico que a torcida pedia, o ex-meia que já jogou no Palmeiras no passado e é torcedor declarado do clube alviverde, não teve um início bom em sua primeira passagem como técnico: foram quatro derrotas nas quatro primeiras partidas, incluindo um sonoro 4 a 1 para o Água Santa pelo Campeonato Paulista. Apesar disso, o time vinha respondendo com uma melhora nos jogos, mesmo com as derrotas. Porém, faltava algo: tempo para treinar. Após a eliminação para o Santos na semifinal do Paulistão, o tão esperado tempo para treinar veio, e com ele, uma promessa do técnico para o Brasileirão: “Vamos brigar, vamos ser campeões”, afirmou o treinador na época.

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O técnico alviverde, com toda sua inteligência técnica e tática, usando diferentes formações no início de acordo com cada adversário, cumpriu o que prometeu e levou o Verdão ao tão sonhado eneacampeonato, aguardado desde 1994. Um time que jogou um bom futebol, que reinou basicamente absoluto em clássicos, perdeu seu treinador ao fim do campeonato. Cuca decidiu se afastar por seis meses para cuidar da família, mas prometeu voltar.

2017 se inicia, Eduardo Baptista como novo técnico, um investimento muito maior, o artilheiro e o melhor meia da Copa Libertadores 2016, ambos campeões, contratados e a inevitável criação de expectativas, tanto por parte da imprensa quanto da torcida. Porém, um problema do início da temporada passada voltou a assolar o Verdão: um futebol fraco e muito abaixo do que se esperava e do que poderia também. E mais uma vez uma promessa se cumpriu: Cuca voltou ao comando técnico do time de Palestra Itália.

Sim. Ele é um dos melhores técnicos da atualidade e sabe que no futebol brasileiro a dinâmica da dança das cadeiras para técnicos é intensa. A pressão em cima dele vem sendo enorme desde seu retorno, seja pelos resultados, pelo time titular que ele ainda não havia encontrado e pela falta de encaixe nos jogos. Até mesmo a Mancha Verde, principal torcida organizada do clube, fez um comunicado oficial pedindo a saída dele e do diretor de futebol, Alexandre Mattos, além de cobrar uma maior presença do presidente Maurício Galiotte. A imprensa aproveita a fase ruim junto com o protesto da torcida para aumentar a pressão por demissão, o que seria precipitado, errado e desnecessário.

Por que? 

Obviamente que o calendário brasileiro não permite tantos espaços, mas com tempo de treinamento e aperfeiçoamento (como aconteceu em 2016, antes do início do Brasileiro), o treinador palmeirense é capaz de tirar leite de pedra. Outra questão a se pensar é: quantos técnicos bons, disponíveis no mercado, são capazes de dirigir o elenco milionário do maior campeão nacional? Encontrou algum? Talvez Roger Machado fosse a única opção, mas o mesmo já recusou o Flamengo, além de ter dito que não quer trabalhar mais esse ano.

Dificilmente o Palmeiras conseguiria uma vaga na Copa Libertadores caso ocorresse mais uma troca de técnico. E Cuca ainda tem um diferencial que, convenhamos, nem deveria ser chamado assim: jogadas ensaiadas. Uma jogada ensaiada é algo que deixa o futebol mais bonito, dá gosto de ver, mas infelizmente é algo raro no futebol brasileiro hoje. Não é necessário enumerar vários motivos pelos quais o treinador deve permanecer, não é apenas pelo título do Campeonato Brasileiro de 2016, nem pelo que a figura dele representa para muitos torcedores, é pelo técnico que é e pela capacidade que tem.

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Crédito foto: Getty Images

O time ainda está desorganizado, palmeirense? Sim, mas melhorou em relação aos jogos anteriores, isso com uma semana livre para treinamentos. A pressão continua? Sim, com um pouco menos de intensidade, mas continua. Ele confia tanto em seu trabalho que, apesar dos resultados ruins, após a vitória contra o São Paulo, o técnico alviverde ainda não jogou a toalha para o Campeonato Brasileiro: “A briga ainda não acabou. Se a gente tiver o mínimo de erros em cima de resultados até o final, ainda temos uma chance. Vamos buscar isso”, disse o técnico em coletiva de imprensa.

São 14 pontos para o líder Corinthians e 16 rodadas para o final do campeonato. É difícil? Sim. É impossível? Não. O foco maior, óbvio, é a vaga direta para a fase de grupos da Copa Libertadores 2018 para salvar o ano palmeirense e Cuca é o cara certo para isso. Com contrato até o final de 2018, o técnico alviverde tem tudo para conseguir uma próxima temporada com muitas alegrias para a torcida palmeirense, principalmente por poder participar do planejamento do clube para o ano. Futebol é resultado, mas também é continuidade.

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Categorias: Palmeiras, Futebol brasileiro, Brasileirão, Copa Libertadores, Técnico, campeonato brasileiro, Copa do Brasil, Planejamento, Eduardo Baptista, opinião, Roger Machado, Marcelo Oliveira, Alexandre Mattos, Maurício Galiotte, Permanecer

Alyson Oliveira

Escrito por Alyson Oliveira

Jornalista formado pela FACAMP, apaixonado por futebol e fotógrafo nas horas vagas.

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