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Saúde: 6 motivos para você praticar capoeira e nunca mais parar

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Crédito foto: Getty Images 

Você certamente já ouviu falar de capoeira, já até deve ter presenciado alguma apresentação promovida na rua, mas você realmente conhece essa prática? Existem muitas ideias erradas presente no senso comum a respeito dessa cultura, o que acaba afastando o interesse de muitas pessoas e evita que estas possam desfrutar de diversos aspectos positivos e interessantes que a capoeira agrega. Por isso,  a equipe do Esportudo.com listou seis motivos para você praticar esse esporte e nunca mais parar, confira: 

1. Desenvolve bom alongamento e flexibilidade

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    "A meia lua de frente, tem que encaixar o quadril, capriche no movimento, já que todo mundo viu".

O estilo de vida, principalmente nos grandes centros urbanos, nos induz e acostuma a achar confortável ficar nas piores posições para a postura corporal. Além disso, o sedentarismo e certas atividades físicas sem o acompanhamento correto, podem acabar causando dores no corpo e encurtamento dos músculos e ligamentos.

A capoeira é uma prática que exige agilidade, equilíbrio e alongamento. Para a correta execução dos golpes e evolução do praticante, é extremamente necessário que se faça o aquecimento com atenção e foco, sempre ligado nas dicas dos mais experientes.

Este esporte é praticado em conjunto e, na maioria das vezes, a turma faz o aquecimento de forma coletiva, o que facilita a evolução dos iniciantes e ajuda na relação social fazendo uma integração de todos do grupo, independentemente do nível técnico de cada um. Muitos dos alongamentos e exercícios, são passados de mestre para aluno por gerações, sendo alguns, práticas tradicionais específicas do esporte, isso lhe ajudará a conhecer o seu corpo e desenvolver formas diferentes das convencionais para alcançar os melhores resultados para seu bem-estar.

Lembrando que a capacidade acrobática e elasticidade que a capoeira proporciona são tão grandes que diversos praticantes de breakdance (dança que faz parte da cultura hip hop), ginastas e lutadores procuram aprender certas técnicas com capoeiristas para aperfeiçoarem suas próprias modalidades.

 

2. Mantém a boa forma física

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Seguindo a lógica do item anterior a capoeira, é sobretudo, muito importante para a saúde. O controle sobre o corpo proporciona melhor concentração no dia a dia e tonifica os músculos, ajudando não só na questão estética, mas também na prevenção de lesões e no bom desenvolvimento da capacidade respiratória e cardíaca do indivíduo, justamente por misturar tonificação muscular com aeróbicos.

Uma rotina de treino de uma a duas horas, duas a quatro vezes por semana lhe trará resultados satisfatórios em poucos meses. Como o processo de desenvolvimento muscular se dá apenas sobre o peso do próprio corpo, o risco de lesão é muito baixo se a prática for feita seguindo corretamente as orientações do mestre, professor ou do aluno graduado que esteja à frente do treino.

3. Afirmação da cultura nacional

saude-motivos-para-voce-praticar-capoeira-e-nao-parar-nunca-mais-cultura-nacional                               "Tá no sangue da raça brasileira, capoeira: É da nossa cor!"

Algumas pessoas cometem o equívoco de achar que a capoeira veio da África. Na verdade, ela surgiu no Brasil e foi criada e desenvolvida por escravos trazidos do outro continente em convívio com os já nascidos no território nacional. Como, por muito tempo, foi uma prática considerada “fora da lei”, não há muitos registros específicos sobre o real início da luta. Além disso, o fator tradição sempre foi muito importante dentro do esporte, que se baseia muito na cultura da oralidade, assim, seu nascimento se mantém um pouco enigmático. Entretanto, praticamente todas as histórias são válidas, existem mestres que vão defender a teoria de que esse esporte surgiu na Bahia, outros de que surgiu na Lapa (centro do Rio de Janeiro) e, mais alguns, com novas histórias. Talvez isso seja a cereja do bolo que compõe a beleza do jogo.

Muitos dos fatos e lendas que explicam o desenvolvimento da arte são contadas nas músicas entoadas durante a roda. A capoeira está espalhada pelo mundo inteiro e, em todos os lugares, as canções continuam a ser celebradas em português, sendo esta a principal forma de disseminação da língua nos dias atuais.

4. Defesa pessoal

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                                   "Capoeira: é defesa, ataque, é ginga de corpo e malandragem"

Ao contrário do que muitos pensam, a capoeira não é apenas uma dança, na realidade é um jogo que mistura movimentos performáticos de acrobacia, elasticidade e tempo de reação com luta, brincadeira e, sobretudo, malandragem.

Em seu surgimento era praticada nas senzalas e quilombos como forma de resistência cultural e defesa pessoal. Após o fim da escravidão, o propósito continuou o mesmo, pois ainda era marginalizada e os praticantes a utilizavam nas ruas. Muitos eram perseguidos, e a prova de que a luta era eficiente, foi o surgimento de capoeiristas lendários como Besouro de Mangangá, Madame Satã, Manduca da Praia, entre outros, que chegavam a lutar sozinhos, às vezes contra seis a oito policiais armados de cassetetes e mesmo assim conseguiam fugir.

Durante muito tempo, não havia técnicas específicas de ensinamento e estrutura marcial, a capoeira era aprendida nas ruas e seu desenvolvimento era, de certo modo, autodidata por conta dos próprios capoeiristas, solitários ou em grupos denominados “maltas”. Com o passar dos anos, deixou de ser marginalizada após se reestruturar com o surgimento de uma nova fase, uma nova concepção do jogo trazida por Mestre Bimba, uma das maiores lendas de sua história.

Ele aproveitou o estilo antigo e misturou com técnicas de judô, batuque, karatê, entre outros, e lapidou a forma de treinar criando assim a Capoeira Regional (nome que foi escolhido pois, no início, não se acreditava que as técnicas se expandiriam da Bahia para o resto do país). Na época, Bimba e seus alunos desafiaram os maiores lutadores das outras artes marciais para combates em campeonatos e saíram-se, na maioria das vezes, vitoriosos. Assim, a fama da Capoeira Regional cresceu e, com o passar dos anos, muitos discípulos de Bimba aprimoraram cada vez mais suas técnicas, transformando assim a Regional em Contemporânea.

Toda essa tradição de luta se reflete ainda nos dias de hoje, onde diversos lutadores de MMA vem ao Brasil procurar saber mais sobre como aprimorar certos chutes, técnicas de defesa e quedas.

5. Desenvolvimento de aptidões musicais

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"Vou lhe dizer o que me alegra numa roda, é quando começa a tocar três berimbaus: Gunga, Médio e uma Viola, atabaque, dois pandeiros e dois cabras pra jogar"

A parte musical é extremamente importante para a tradição e para a prática do jogo, sendo esta, provavelmente, a única luta praticada com base num ritmo musical próprio. A confecção dos instrumentos é celebrada em músicas e ensinada em encontros promovidos pelos grupos.

Um dos quesitos para o avanço do nível hierárquico do capoeirista é o seu conhecimento e sua desenvoltura com os instrumentos básicos utilizados na roda. São eles: o pandeiro, o atabaque, e em alguns casos o agogô e os berimbaus.
Existem três tipos de berimbau e, normalmente, os três estão presentes na roda:

1. Gunga
Possui uma cabaça grande, seu som é o mais grave e normalmente é tocado por um capoeirista experiente e respeitado na roda, é ele quem dita o ritmo do jogo que vai acontecer.

2. Médio
Berimbau com a cabaça intermediária, seu som é menos grave que o do Gunga e ele serve para acompanhá-lo dando suporte à orquestra da roda.

3. Viola
Possui a menor cabaça entre os três, seu som é bem mais agudo e sua função é dar dinâmica para a música com o uso de constantes viradas e floreios rítmicos em cima da marcação principal dos outros instrumentos.

Junto dos instrumentos, os capoeiristas que vão jogar formam uma roda, um dos mestres puxa os primeiros cantos e todos respondem com refrãos e palmas.

Existem diversos tipos de toque do berimbau e, cada um deles, dita qual tipo de jogo será feito naquela roda. Cada grupo tem suas peculiaridades na hora de praticar o jogo e executar os toques, mas de um modo geral, a estrutura básica é bem parecida. Por exemplo, o toque de São Bento Grande, impõe um ritmo intenso e constante, ele é um dos mais utilizados, neste toque o jogo fica agitado e valem todos os tipos de rasteira, jogo duro e acrobacias, sempre com cuidado, pois o adversário está preparado para uma disputa séria.

Alguns toques caíram em desuso ou mudaram seu conceito com o passar dos anos, afinal a história da capoeira mudou e, toques como “Cavalaria”, que avisava quando policiais ou inimigos estavam se aproximando, nos tempos em que a prática era proibida, hoje já não possuem tanto sentido. Entretanto, muitos grupos preferem seguir as tradições à risca e passam para seus alunos os ensinamentos mais próximos dos que eram feitos nos primeiros desenvolvimentos que Mestre Bimba trouxe na Capoeira Regional.  Por tanto, se você é interessado por música, não pode deixar de perder essa, a energia que se forma na roda é uma sensação inexplicável, só estando presente para entender.

6. Desenvolvimento da autoconfiança e perda de timidez

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"Na roda de capoeira / Sempre foi respeitado / O capoeira elegante / Do sapato                         envernizado / Com o sorriso confiante / E o chapéu caído de lado"

O bem-estar físico, o equilíbrio e o controle corporal são extremamente importantes para a autoconfiança, aliados a isso, a prática em grupo e a energia depositada nos treinamentos e na roda são excelentes para quem quer desenvolver seu lado social.

Este esporte proporciona diversos desafios como, por exemplo, fazer um jogo a dois no meio de uma roda com todos presentes, as primeiras experiências tocando junto dos professores e graduados, as oportunidades de puxar uma música hora ou outra, além da disciplina marcial são fatores que contribuem muito para o crescimento pessoal no dia a dia.

*Este artigo trata principalmente da Capoeira Regional/Contemporânea. 

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Categorias: MMA, Saúde, Fitness, forma física, capoeira, flexibilidade, berimbau, luta, música, capoeirista

Gustavo Silveira

Escrito por Gustavo Silveira

Gustavo Lima Silveira, 23 anos, vascaíno, rapper, capoeirista e estudante de comunicação da UFRJ.

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