Crédito foto: Reprodução Facebook oficial da atleta
Nesta terça-feira (02), continuará a série de matérias de conteúdo exclusivo do Esportudo.com, obtido no ''Evento de Boa Sorte'' da Petrobras, onde conversamos com quatro jovens promessas olímpicas, que são esperança de medalhas nos Jogos Olímpicos Rio 2016. A atleta de hoje tem apenas 22 anos, Amanda Simeão, da esgrima.
Início da carreira
Desde pequena Amanda sempre gostou muito de esportes, atrelando isso a sua personalidade competitiva e determinada. A jovem curitibana sempre se destacou nos esportes que praticava, e não foram poucos: futebol, tênis, natação, patinação no gelo e hipismo, mas nenhum desses conseguiu conquistar a menina como a esgrima.
Amanda tinha apenas treze anos, quando morou na Itália com a sua família e foi fora de seu país natal que ela descobriu o amor e a vocação pela esgrima. A jovem participou de uma apresentação de esgrima na escola em que estudava, conseguindo obter novamente destaque em mais um esporte.
Logo, a professora convidou a jovem para conhecer melhor o esporte e treinar com ela, a menina que havia acabado de se apaixonar pelo esporte não pensou duas vezes e começou a treinar. ''Já pratiquei diversos esportes, sempre me destaquei, sempre fui muito competitiva, mas a esgrima entrou na minha vida, eu digo às vezes que parece que ela me escolheu e não eu que escolhi ela'', comentou a atleta.
Contando com total apoio de sua família, seja psicologicamente ou financeiramente, Amanda tinha duas diferentes formas de suporte, o lado efusivo e emocional, que vinha por parte de sua mãe e o pé no chão de seu pai, que alertava a jovem das dificuldades da vida que ela enfrentaria, se referindo a lesões e falta de verbas, mas nunca deixando de dar seu apoio e incentivar sua filha. ''Minha mãe sempre me apoiou muito, ela foi morar na França comigo. Ela e meu irmão, porquê eu só tinha 15 anos'', ressaltou Amanda.
A jovem atleta se espelhava em seu ídolo no esporte, Rubén Limardo, pela história de vida do venezuelano. As diversas barreiras que ele enfrentou e mesmo com diversas conquistas no esporte sempre manteve sua humildade.
Conquistas pessoais
Crédito foto: Reprodução Facebook oficial da atleta
Com o aparente talento no esporte, associado a uma enorme dedicação e competitividade, Amanda se destacava. Após treinar seis meses na Itália, a curitibana voltou ao Brasil, onde continuou seus treinamentos. Com o tempo a jovem não demorou muito para colher os frutos de sua dedicação e depois de um ano de trabalho duro a esgrimista foi convocada para a Seleção Brasileira, com apenas 15 anos.
Logo em seguida, a jovem esgrimista foi treinar na França, afim de melhorar e treinar como uma estrutura melhor para atingir níveis mais altos, pois achava que no país europeu tinha uma infraestrutura bem melhor do que a disponível aqui no Brasil. ''Uma coisa que tem bacana na França, é um Centro Olímpico, em que eles dividem metade do horário para o estudo e a outra metade para o esporte. Em relação a esgrima aqui no Brasil, se você quer se dedicar ao esporte, você se dedica ao esporte, não tem uma infraestrutura que permita fazer os dois ou uma flexibilidade que te ajude a fazer os dois'', comentou a atleta.
Os resultados começaram a aparecer e logo a jovem esgrimista começou a colecionar resultados expressivos na carreira. Ela foi vice-campeã Panamericana por equipe em 2012 e tricampeã brasileira por equipe em 2012, 2013 e 2014; ouro por equipe nos Jogos Sul-Americanos de Santiago em 2014 e foi bronze por equipe nos Jogos Pan-Americanos de Toronto em 2015. Após a confirmação de que os Jogos Olímpicos de 2016 seria no Rio de janeiro, Amanda trabalhou duro e conseguiu confirmar a sua vaga.
Dedicação e treino
Crédito foto: Reprodução Facebook oficial da atleta
Muitos atletas de ponta que conseguem a tão sonhada vaga para os Jogos Olímpicos têm por trás das conquistas uma rotina duríssima de treinos e uma vida regrada que muitos não fazem ideia e, com Amanda Simeão não é diferente. ''Eu treino de segunda a sexta. Terça e quinta começo com os treinos das 10h às 12h, mas na semana em geral eu começo o preparo físico das 14h até umas 15h30. Ultimamente, eu tenho feito de 15h30 até umas 16h30, uma parte de fisioterapia, porque eu estou vindo de uma lesão no joelho e das 18h às 21h só esgrima'', contou a atleta.
E para evitar que todo o esforço e o sonho de disputar os Jogos Olímpicos acabe por alguma lesão, os atletas mesmo com a vida regrada tem que passar por cuidados ainda maiores para chegarem em boa forma para a disputa por medalhas. ''Eu estou com uma lesão bem grave no joelho, tenho que operar, mas se eu operar agora não poderei disputar as Olimpíadas, então vou esperar um pouco. Eu tenho vários exercícios que eu não posso fazer. A gente tem que conhecer o nosso corpo, e saber qual é o nosso limite, e em cima disso, com a nossa equipe de preparador e fisioterapeutas, trabalhar alguns exercícios bacanas tanto para dar força, emagrecer, quanto para flexibilidade'', comentou Amanda.
Sonho
Apesar de dificuldades e incertezas no caminho, de momentos de altos e baixos, Amanda bambeou, mas nunca desistiu de seus objetivos e se manteve forte na sua caminhada em busca de seus sonhos. ''Eu estou vivendo um sonho agora, fazem seis anos que eu estou trabalhando duro para isso, várias vezes eu pensei em desistir, várias vezes eu falei: Nossa eu não vou aguentar, não vai dar'', disse a atleta da Petrobras.
Crédito foto: Reprodução Facebook oficial da atleta
A curitibana sonha com a disputa dos Jogos Olímpicos, e cita a torcida como um diferencial enorme nas disputas, impulsionando os atletas para almejar grandes conquistas e sonha com os brasileiros gritando seu nome na arena. ''A torcida do meu país que estará torcendo por mim, será de extrema importância, principalmente para o meu esporte, por ser um esporte mental, não é um esporte de cronômetro, então às vezes eu estou enfrentando uma adversária que começará a pensar: Nossa quem é essa brasileira de 22 anos que a torcida inteira está torcendo por ela. E acabará se desestabilizando'', comentou Amanda.
Assim que as Olimpíadas Rio 2016 terminarem, a jovem deseja inaugurar a sua própria academia de esgrima em Curitiba, que será uma tremenda realização para a atleta. ''Eu abri uma academia de esgrima, não inaugurei ainda, eu fiquei sete meses fazendo um planejamento, de como divulgar o esporte, porque a minha questão não é só abrir uma academia, é fazer as pessoas conhecerem meu esporte'', comentou a atleta.
A importância do legado e do patrocínio no esporte
A jovem reconhece que o esporte ainda não é tão conhecido no Brasil e culpa a falta de divulgação no país, porém, aposta numa boa participação de sua modalidade no Rio 2016. ''Um dos meus sonhos, não é só na parte de esgrima, mas é conseguir com que todos os atletas consigam divulgar o seu esporte, qualquer resultado que tivermos nas Olimpíadas vai fazer o esporte crescer. Que criança não gosta de uma espadinha? Falta divulgar, ter um lugar bacana para os pais terem confiança de deixar o seu filho. A questão de ter a rotação de atletas disputando competições, ter campeões, acho que nessas Olimpíadas teremos resultados bacanas e conseguiremos divulgar o esporte'', disse Amanda.
Crédito foto: Reprodução Facebook oficial da atleta
A jovem esgrimista também comenta a falta de patrocínio, dando ênfase em seu esporte, relata que para você ser um atleta de alto nível demanda muito tempo, dedicação, toda uma equipe para te dar o aparato necessário. Isso tudo acaba saindo caro e dificultando a vida de muitos atletas que carecem de patrocínios e clubes. ''O atleta de alto nível é caro. Eu dou o exemplo, dos pilotos que correm na Fórmula 1, eles têm toda uma equipe por trás, trocando pneus, falando por rádio. A gente é a mesma coisa, eles não estão ali na ''pista'' com a gente, mas nós temos nutricionistas, preparadores físicos, psicólogos, isso tudo acaba saindo muito caro. Se você não tem um clube bem formado ou um bom patrocinador, fica muito difícil'', concluiu a atleta da Petrobras.
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