Crédito foto: Artur Rodrigues
A quarta edição da Copa dos Refugiados teve sua decisão no último domingo, 24, no estádio do Pacaembu, Zona Oeste de São Paulo. A grande final foi disputada entre Nigéria e Marrocos, e levou cerca de quatro mil pessoas às arquibancadas do Paulo Machado de Carvalho. Com muita festa e comemoração, os nigerianos venceram por 9 a 4 e se tornaram bicampeões da competição. “Apesar do título, nossa maior vitória foi a união dos refugiados e de quem nos apoia”, diz Ajari Mavis, treinador da equipe da Nigéria. “Muitos olham para nós com desconfiança, mas essa Copa mostra que somos só seres humanos reconstruindo nossas vidas”, completou.
A quantidade de pessoas presentes na grande final impressionou o professor Claudio Zahra, brasileiro, neto de libanês. “É muito legal ver tantas pessoas apoiando a causa, não só os próprios refugiados, mas os movimentos sociais e até a imprensa, que veio em peso acompanhar o jogo”, disse Claudio. Mesmo nascendo no Brasil, ele conta que diariamente tem que enfrentar o preconceito, e que ver um brasileiro segurar uma bandeira de boas-vindas aos refugiados lhe emociona. “É importante que o refugiado se sinta acolhido diante de tanto extremismo que temos tido aqui no país. É fundamental que cada vez mais pessoas colaborem com o que for possível”.
Crédito foto: Artur Rodrigues
A Bateria Psicologia Mackenzie Fúria Vermelha, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, esteve presente para festejar com os refugiados. Com muito entusiasmo e descontração, e com até sinalizadores, os jovens mostraram seu apoio ao campeonato e aos imigrantes presentes na partida.
Através do futebol os refugiados expressam sua alegria e emoção de poderem ser livres. No Brasil há 10 anos, o jovem sírio Ahamad Anka, de 23 anos, diz que o esporte o ajudou em momentos difíceis de sua vida. “Eu tive que mudar três vezes de escola por sofrer preconceito. Pensava que nunca conseguiria terminar o colégio. Hoje eu ajudo meu ex-treinador da escola e tenho o sonho de me formar em Educação Física para ter meu próprio time”, contou Anka.
Crédito foto: Artur Rodrigues
A Copa dos Refugiados é organizada pela ONG “África do Coração”, fundada pelo congolês Jean Katumba e formada por imigrantes de 20 países diferentes, que fazem ações para ajudar e acolher os refugiados no país. O campeonato contou, inicialmente, com 16 equipes (Angola, Benin, Camarões, Colômbia, Gâmbia, Gana, Guine Bissau, Guina Conacri, Iraque, Mali, Marrocos, Nigéria, República Democrática do Congo, Síria, Tanzânia e Togo) e foi disputado em fases eliminatórias. O time de Guine Bissau venceu o Togo na disputa pelo terceiro lugar e fechou o “pódio” dos três melhores.
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