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Duas vezes prata em Jogos Olímpicos, o maior vencedor do chamado Torneio Internacional – com o total de sete títulos –, o país que mais vezes conquistou a Copa Libertadores da América, o que nunca deixou de participar de uma Copa do Mundo e nem de uma Olímpiada. Além disso, é uma mulher o atleta que mais vezes vestiu a camisa da seleção brasileira – Formiga, hoje aposentada, com o total de 160 jogos, contra 149 de Cafu.
Já deu para perceber que o assunto é o futebol feminino brasileiro, certo? Os números impressionam e se tornam ainda mais expressivos quando comparados com o suporte que este esporte, neste gênero, tem, neste país.
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São tantos aspectos que precisam ser analisados que fica difícil colocá-los em tópicos – certamente algum seria esquecido. Mas podemos começar do básico: INVESTIMENTO. Empoderar as equipes já existentes e incentivar o esporte desde sua formação, para ambos acontecerem precisamos de olhares atentos e dispostos.
A luta contra a cultura machista já é algo que as mulheres estão acostumadas a traçar, e o caos que o futebol brasileiro vive também afeta o outro lado do balcão. Mas elas, a como elas sofrem! A começar que, enquanto muitos homens vivem do futebol, a maioria das mulheres que praticam a modalidade a fazem por hobby, já que a grana que elas recebem muitas vezes custa a chegar em um salário mínimo.
Ações e resultados
Então, o que é preciso ser feito para que o futebol feminino no Brasil se torne gigante, do tamanho da determinação de suas jogadoras? A logística é simples: o futebol, como qualquer outro esporte, é um produto. Para que este produto seja vendido, ele precisa de compradores. A partir do momento que você tem esses compradores, os anunciantes vão colocar grana para que este produto chegue até o consumidor. E para ser atrativo, este produto precisa de incentivo e investimento. Ou seja, nada do que temos.
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Talvez isto explique porque somos o nono país no ranking da Fifa e porque o Top 5 é composto por Estados Unidos (tricampeã do mundo), Alemanha (bicampeã do mundo e atual campeã olímpica), França, Canadá e Inglaterra. Essas nações desenvolvem suas meninas para o futebol desde cedo, elas dão a opção de se ensinar este esporte para a mulher já na escola, elas disponibilizam sua vivência, com oficinas, eventos e tem tudo à disposição dos seus cidadãos.
Sem contar as ligas internas. Ou você nunca parou para pensar nisso quando vê um Brasil X USA? Só criticou e disse “a, não dá para ver futebol feminino, é monótono, chato, elas mal correm”. Pois é, o nosso Brasileirão para elas existe apenas há quatro anos. Este Torneio Internacional do qual somos hepta, há oito. Copa Libertadores? Só a partir de 2008. E entramos com nossas guerreiras nas Olimpíadas apenas em 1996.
Números negativos e mudança de comportamento
E a coisa só piora. O Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino dura apenas quatro meses e, por não haver estrutura, 60% das equipes são eliminadas na primeira fase do torneio, disputando apenas quatro partidas. Além disso, só no estado de São Paulo, apenas 10% das atletas são profissionais.
Chocante o descaso, não? E nem vamos jogar na cara que uma Marta – maior vencedora da Bola de Ouro da FIFA, com cinco – uma Formiga ou uma Cristiane precisou sair do Brasil para ser o que é hoje. E você ainda tem coragem de criticar? Que tal mudar de lado e decidir apoiar. Pois o primeiro passo está aí e, quem sabe futuramente, teremos um Corinthians e Palmeiras lotando uma arena, com guerreiras dando o sangue dentro de campo e suando a camisa pelo seu time, torcedor!
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