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A cada quatro anos acontecem os Jogos Paralímpicos. Em 2001, o Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Paralímpico Internacional fizeram um acordo. Para dar mais visibilidade às Paralimpíadas e estimular o público a acompanhar de perto o evento, o acordo exigia que os Jogos para os deficientes acontecessem na mesma cidade que a Olimpíada, cerca de um mês depois do encerramento do evento principal.
Querendo participar da promoção do evento, o Esportudo.com listou cinco motivos pelos quais acompanhar os Jogos Paralímpicos é igual, ou tão importante, quanto os Jogos Olímpicos, veja:
1. Despedida de um monstro
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Entre os brasileiros, um velho conhecido nosso é um verdadeiro vitorioso: Clodoaldo Silva, o “Tubarão paralímpico”. Muito mais que conquistar 650 medalhas, ele conquistou o Brasil e o Mundo. Por causa da falta de oxigenação durante o parto de sua mãe, teve paralisia cerebral e o movimento das pernas debilitados ainda pequeno. A natação era um tratamento, virou entretenimento e hoje, profissão. Clodoaldo tem centenas de medalhas, vários recordes, troféus e homenagens ao longo de seus 15 anos de carreira.
Após as Paralimpíadas Rio 2016, pretende se aposentar e tornar-se jornalista, visando ajudar a dar mais visibilidade a histórias de superação como a sua.
2. Histórias comoventes de superação
Crédito foto: Getty Images | Alan Fonteles vence Oscar Pistorius em Londres
Não é difícil encontrar na Olimpíada histórias de superação. Na delegação brasileira, tivemos várias histórias assim: Diego Hypólito, que, em edições anteriores, teve quedas que acabaram com sua performance; Rafaela Silva, que sofreu racismo em Londres e foi desclassificada, chegou a pensar em se aposentar; Isaquias Queiroz, que é, sem dúvida, um verdadeiro vencedor ao superar todos os (enormes) obstáculos que a vida lhe impôs.
Mas, pelo fato de serem jogos para deficientes físicos, as Paralimpíadas trazem, junto com sua enorme maioria dos atletas, uma lindíssima história de vida. Alan Fonteles é o exemplo prático de superação. Nasceu com uma falha congênita, a qual não permitia o completo desenvolvimento de suas pernas. Assim, aos 21 dias de idade, teve suas pernas amputadas. Hoje, é um dos maiores nomes no atletismo mundial. Chegando a superar um dos maiores de todos os tempos: Oscar Pistorius.
3. Menos filas e ingressos mais baratos
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Nos Jogos Olímpicos, a entrada mais barata custava R$ 40,00 e as filas para comprar as entradas eram gigantescas, dependendo da modalidade, o que já era de se esperar. Nos Jogos Paralímpicos, o ingresso mais barato custa apenas R$ 10,00. Uma boa jogada: colocar um preço acessível visando credibilizar o evento e os atletas. E a medida foi muito bem aceita: mais de 130 mil ingressos para as dezenas de modalidades vendidas em um dia.
4. Excelente retrospecto
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Se na Olimpíada o Brasil esteve longe das primeiras posições no quadro de medalhas, no evento que ainda vai começar, a expectativa é completamente diferente. Todos esperam um verdadeiro espetáculo por parte dos brasileiros. No Rio 2016, os brasileiros conquistaram sete medalhas de ouro, seis de prata e seis de bronze. A posição final foi 13°.
Já no Parapan-Americano de Toronto, que aconteceu no ano passado, a situação é completamente diferente. O Brasil ficou em 1° no quadro de medalhas, conquistando 109 medalhas de ouro, 74 de prata e 74 de bronze, somando incríveis 257 medalhas. Isso dá um resultado aproximadamente 13,5 vezes melhor que o rendimento na Olimpíada. Um total de 89 medalhas a mais que o 2° colocado, o Canadá. Foi o melhor desempenho do Brasil na história do evento.
5. Natação e atletismo
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São duas modalidades esportivas extremamente favoráveis a trazer medalhas, e afirmo com muita convicção. No atletismo, Alan Fonteles e Terezinha Guilhermina irão representar o Brasil. Considerando apenas a carreira profissional, Alan tem cinco ouros, duas pratas e quatro bronzes. Terezinha tem 23 ouros (invicta no Circuito Loterias Caixa 2006 e 2007) e quatro medalhas de prata.
Na natação, o Brasil será representado por dois “peixes”: Clodoaldo Silva, que irá se aposentar, tem centenas de medalhas. Daniel Dias nasceu com má formação congênita dos membros superiores e sua perna esquerda é normal, mas a direita só chega à altura do joelho. Entretanto, as barreiras da vida foram quebradas, e em seu lugar, Daniel colocou uma barreira que o diferenciou dos demais atletas: diversos recordes mundiais, que são nos 100m e 200m livre, 100m costas e 200m medley. Como se fosse pouco, é o maior atleta paralímpico do Brasil: dez medalhas de ouro, quatro de prata e uma de bronze.
Fala sério, galera: esse pessoal não são só medalhista, mas sim exemplos de vida e comprovam como é possível sim superar os obstáculos impostos pelo destino. Vamos combinar: eles merecem tanta torcida quanto pudermos oferecer.
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