Crédito foto: Divulgação / Female Press
Uma das formas para uma equipe ter sucesso no futsal é a formação de atletas. Na Associação Female não é diferente. As jogadoras que passam pelos elencos de base da Coruja são altamente desenvolvidas graças à preparação e planejamento. Com uma das melhores estruturas do Brasil, a Female proporciona ao grupo, desde moradia e alimentação até acompanhamento fisiológico e bolsas de estudo em universidade.
A Female sempre trabalhou em uma proposta de montar elencos com meninas que passaram pelas categorias menores, e assim mais de 50% da equipe principal é composta por jogadoras Sub-20. O fundador e técnico do time, Eder Popiolski, garante que isso é possível graças à boa captação de atletas. “São meninas com alto potencial e com o bom trabalho de base a gente consegue repor atletas e ter uma alta competividade no adulto”.
Entre os dias 15 e 22 de julho, a Female Unochapecó representou o Brasil e levantou a taça da Copa Libertadores de Futsal Feminino, o mais importante torneio continental da modalidade, organizado pela Conmebol e realizado em Luque, Grande Assunción, no Comitê Olímpico Paraguaio. Das 14 atletas relacionadas, seis delas pertencem à base, cinco são Sub-20 (Laura, Tainara, Vivi, Júlia e Thalia) e uma é Sub-17 (Joana).
O Esportudo conversou com três atletas Sub-20 e elas descrevem a experiência de disputar uma competição como esta, ao lado de um grupo formado por jogadoras que já vestiram e/ou vestem a camisa da Seleção Brasileira.
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Progresso na modalidade e poder coletivo brasileiro
Em solo guarani, as brasileiras encontraram muitas diferenças, dentro e fora de quadra, em relação ao Brasil e acreditam ser mais um passo à maior valorização desta modalidade, ainda com pouca visibilidade, mas que revela grandes craques.
Para a goleira Laura, através da competição continental é possível perceber o envolvimento de pessoas por trás das quadras para o crescimento do futsal feminino. “Uma competição muito diferente em questão de estrutura, que não somos acostumadas a ver, além de ser patrocinada pela Conmebol, uma instituição muito masculinizada. Nós trazemos isso para o Brasil com esperança que o futsal vai crescer”, afirma.
Pivô do time, Vivi aponta algumas distinções sul-americanas e a intensidade na rotina exigida pelo torneio. “O nível da competição era maior, a arbitragem muito diferente da brasileira, o ritmo de jogos e treinos, a alimentação também, nós nunca havíamos feito o exame antidoping e eles pediram e todas as partidas foram transmitidas”. Já Julia, ala direita, ressalta o apreço da torcida. “O povo abraçou essa causa durante toda a competição e lotou o ginásio. Em Chapecó, recebemos bastante carinho e fomos muito bem recepcionadas”, afirmou a atleta.
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Excelente qualidade técnica, bom futsal e coletividade, fatores determinantes para que a Female se consagrasse campeã invicta do certame. Rotação, movimentações, posse de bola e um toque diferenciado de suas atletas as levaram à glória. Laura, há quase nove anos representando a Coruja, destaca a filosofia do time. “Todas as jogadoras precisam entender o estilo de jogo, as táticas e sua técnica individual. A nossa filosofia é um jogo em conjunto e a união é o diferencial do grupo”.
Liberta na bagagem
Poder colocar no currículo a conquista de uma Libertadores não é para qualquer um, ainda mais aos 18 anos. Confira o depoimento de Laura, Vivi e Júlia sobre a sensação em fazer parte desta equipe campeã e a análise do técnico Eder Popiolski em relação à importância do torneio para as mais novas.
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“É muito especial poder fazer parte desta conquista ao lado de jogadoras nível nacional e internacional. A Libertadores fundamenta nossas vivências, dentro e fora de quadra, e isso faz com que a gente cresça muito como atleta e como pessoa. Deixa a gente cada vez mais perto do nosso objetivo que é jogar pelo adulto e quem sabe representar nosso país futuramente”. - Laura Brustolin.
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“Evoluí muito na competição, até fiz um gol na final e acho que ganhei um espaçozinho no adulto, foi muito bom. A Libertadores vai agregar muito para minha carreira, é mais conhecimento, experiência e também irá constar no meu currículo.” - Viviane Pazinatto.
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“Quando a gente almeja ser atleta, almejamos muitas coisas, mas isso nunca passou pela minha cabeça, eu só assistia o masculino e fui pega de surpresa. A Libertadores é uma experiência que eu vou levar para vida e eu agradeço o Eder pelas oportunidades que ele dá para as mais novas”. - Júlia Giuriatti.
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“Quem consegue ir para uma competição como essa, é uma competição internacional, o melhor da América do Sul esteve lá, um evento muito bem organizado, isso dá um valor, gera certa pressão, então você tem que lidar com tudo isso, eu diria que é muito salutar para as atletas mais jovens. É um amadurecimento, principalmente emocional, muito importante”. - Eder Popiolski.
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