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Bruno Fernandes das Dores de Souza, 32 anos, goleiro. Três vezes campeão Carioca e um Brasileiro pelo Flamengo, uma Copa do Brasil e uma Série B do campeonato nacional pelo Atlético Mineiro. Condenado em 2013 a 22 anos e 3 meses de prisão por ter orquestrado o assassinato da ex-namorada – e mãe do seu filho caçula – Eliza Samudio, em junho de 2010, assinou seu retorno ao futebol com o Boa Esporte Clube, time que disputa a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro. Imoral, absurdo, incompatível? O que será que as pessoas pensam sobre o "caso Bruno"?
Após cumprir sete anos da pena, que ainda cabe recurso, a volta do goleiro aos gramados não foi vista com bons olhos pela população. Das quatro pessoas que o Esportudo entrevistou, uma frase foi unânime: “Eu sou contra”.
Para o professor de história, Luiz Carlos Amaral, 60 anos, é um absurdo uma pessoa que comete o tipo crime que cometeu Bruno ter uma segunda chance antes de pagar sua dívida perante a lei. “Pessoas que planejam um assassinato, um esquartejamento, não merecem uma segunda chance. Ele está livre para matar outra mulher”, disse.
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Renata Alexandra da Silva vai mais além. Ex-detenta, a auxiliar de limpeza sofre na pele a dificuldade em retornar ao mercado de trabalho. “Perdi cinco anos da minha vida presa. Hoje, eu estou aqui pedindo esmola porque ninguém me dá uma oportunidade”, explicou. Mãe de dois filhos, uma menina de três anos e um menino de dois, Renata acha injusto Bruno voltar a trabalhar tão rápido, enquanto muitos em sua situação seguem na luta diária por uma oportunidade.
Em meio à polêmicas, o atleta está liberado para estrear pelo Boa Esporte. Seu nome aparece no BID, mas sua primeira partida deve ocorrer apenas em 50 dias, tempo necessário para o jogador retomar sua forma física.
Na coletiva de imprensa da sua apresentação, Bruno não falou sobre o caso Eliza Samudio. Internamente, a contratação do goleiro, que ganhará 30 mil reais por mês, causou mal-estar entre o clube, o patrocinador máster e o fornecedor de material esportivo. O Grupo Góis & Silva e a Kanxa romperam seus respectivos contratos com o Boa. Outros dois patrocinadores também fizeram o mesmo.
*Essa matéria foi escrita em parceria com a também jornalista, Juliana Vieira.
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