Crédito foto: Divulgação oficial do clube
Depois de uma longa e tenebrosa temporada, com direito a luto e lágrimas, odores e perfumes, o Brasileirão de 2016 finalmente chegou ao fim. E é com toda a minha compaixão e o meu respeito que digo: força Chape, mas hoje eu vim falar do meu Flamengo.
Porém, antes gostaria de me apresentar: me chamo Renata e sou flamenguista desde que me entendo por gente. Só que, diferentemente da maioria, não sei bem explicar o porquê. Não tive influência de pai ou avô, pois ninguém na minha família parecia ligar muito para o futebol. Minha mãe é uma daquelas pessoas que pergunta: "quem é esse cara de preto aí no meio do campo?”, meu irmão caçula trocava de time como quem troca de roupa, e meu pai, que é de Recife, se dizia Sport, mas nunca expressou muito interesse pelo próprio time.
Pode ser que, inconscientemente, eu tenha escolhido torcer por um time que tivesse as mesmas cores que o do meu pai. Realmente não sei. Só me lembro de um dia, por volta dos meus oito anos de idade, angustiada pela dúvida cruel sobre qual time escolher, quando o coroa me deu o melhor conselho de todos: “escolhe o time que você achar que é o melhor”. E, desde então, aqui estou eu, rubro-negra com muito sofrimento, mas sem qualquer tipo de arrependimento.
Foram muitos cheirinhos em 2016, mas infelizmente, o do hepta não passou de uma marola. Durante algumas rodadas, o perfume chegou a ficar bem forte, enchendo de esperança o torcedor rubro-negro. Só se ouvia falar no famoso cheirinho e até funk teve. Mas sabe aqueles dias de Verão em que você está na praia com um sol de 40 graus e, do nada, o tempo muda e começa a chover? Foi tipo isso que aconteceu com o Fla. Um vento forte bateu, levou o cheirinho para bem longe e as coisas começaram a feder no Ninho do Urubu.
Não vou mentir, fiquei p da vida. Com muita raiva mesmo. Como torcedora, tudo que eu mais queria era ver o hepta finalmente sair. Depois de temporadas lutando para não descer, foi duro ver o perfume do título se evaporando. E, pior do que um time rival nosso aí, que passou longe da Série A, nem o vice levamos. Vamos ter que nos contentar com o terceiro lugar. É o que temos para hoje.
Não levamos o hepta e, sem o segundo lugar, também deixamos alguns milhões para trás. Mas, se dermos uma olhada no novo CT do Flamengo, talvez esse dinheiro não faça a menor falta mesmo. E, cá pra nós, temos muito do que nos orgulhar sim. O Zé Ricardo fez um ótimo trabalho. Só que, para a nossa infelicidade, o Cuca beirou a perfeição liderando o Palmeiras. Então, só nos resta dar a mão à palmatória. E, ao Mengão, bater palmas, por que não? Afinal de contas, fizemos contratações ótimas, estamos com um time para ninguém botar defeito, fizemos festa para receber os jogadores no Santos Dumont, garantimos nossa vaga na Copa Libertadores e voltamos a torcer, a sonhar e a incomodar como há tempos não fazíamos. Zé Ricardo entrou no meio da temporada, mas já foi o suficiente para desestabilizar os clubes rivais. Enquanto o Palmeiras entregava a relação errada de jogadores para o time rubro-negro, num ato de total desespero, com medo de perder a liderança do Brasileirão, o Fluminense tentava anular um jogo e um gol legal, que deu a vitória ao Flamengo.
Que outro time é capaz de despertar tantos sentimentos opostos ao mesmo tempo? Que pode exalar vários cheirinhos – como diria o Diego –, mas vai ser sempre o time mais amado e o mais odiado do Brasil? E com a maior torcida do mundo? Que me desculpem os invejosos, mas isso aqui é Flamengo. Se quiserem, podem apertar o nariz, porque o Brasileirão acabou, mas o cheirinho de hepta vai continuar no ar.
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