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Nossa entrevistada do momento é Letícia Hage, meio de rede do Fluminense que disputa atualmente a Superliga feminina de vôlei e vem chamando a atenção pela grande atuação. Humilde e otimista, Letícia falou em uma exclusiva com o Esportudo sobre diversos assuntos: Seleção, Sul-americano, Mundial Juvenil, sua trajetória, Superliga e o seu maior sonho. Venha conhecer um pouco mais sobre umas das melhores bloqueadoras da competição.
Trajetória
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A jogadora, que é natural de Araraquara, começou neste esporte muito cedo. “Eu com 14 anos já jogava no time da minha cidade. Aos 16, fiz uma peneira em São Caetano e acabei passando.” Ainda despretensiosa, Letícia mal podia imaginar o que o mundo das quadras lhe resguardava. “Fiquei em São Caetano nas categorias de base (infanto e juvenil) assim como o primeiro ano da categoria adulta. Depois de lá joguei no Mackenzie, três temporadas no Praia Clube, uma no Pinheiros e agora estou no Fluminense”.
Letícia teve passagens marcantes pelas seleções de base. “Fui convocada duas vezes para a juvenil, disputando um Sul-americano e um Mundial. Além disso, também tive uma convocação para a Seleção de novas e duas para a adulta". A meio de rede descreve as experiências como surpreendentes. “Foram convocações muito legais, mas pra falar a verdade eu não esperava muito. Eu tinha feito umas boas Superliga mas não achava que era o suficiente, mas foram experiências bem boas, fiquei muito feliz”.
A cabeça de uma menina
“Eu saí de casa muito cedo, eu sentia muita falta de casa, no início foi bem complicado, eu era tão novinha...As coisas foram evoluindo tão rápido! Eu jogava no infanto, já me chamavam pro juvenil, do juvenil já me chamavam para o adulto”. Foi essa evolução que mais a motivou. “Foi isso que me fez ficar firme”.
A derrota e a vitória mais marcantes da carreira de Letícia aconteceram na categoria juvenil. “Olha vou te falar, acho que a derrota mais sofrida até hoje foi no Mundial Juvenil, a gente vinha muito bem na competição, nos apontavam como umas das favoritas para ganhar o título. Mas na semifinal contra Republica Dominicana a gente perdeu, e perdeu feio, foi um jogo horrível. A gente voltou para o hotel acabadas, e pior, no outro dia já tinhamos que disputar o bronze. Nem treinamos porque a gente só tinha chorado a noite inteira", desabafa a jogadora.
Mas logo após essa derrota marcante, veio uma surpreendente vitória que ficou gravada em sua memória. “Bem, após aquela derrota, a gente foi para a disputa de terceiro e quarto contra a Holanda. No início foi muito complicado, estávamos perdendo de 2 x 0. Aos poucos reagimos e empatamos em 2 x 2. Levamos o jogo para o tie break. Mas daí, no tie break, novamente elas jogaram melhor e a gente estava perdendo por 14 a 11, mas viramos o jogo e conquistamos a medalha de bronze. Foi uma das melhores sensações que eu já tive”, conta a atleta.
Renovação na Seleção feminina
Segundo a central, essa Superliga tem ajudado muito para a renovação do voleibol brasileiro, por ser uma Superliga com menos estrelas. “Acho que isso vai ajudar muito o Zé Roberto. Tem muita gente boa tendo oportunidade de jogar. Muita menina nova que estava se destacando, como revelação, mas que talvez fosse ser reserva numa situação normal, mas agora ta com a oportunidade de estar jogando, de estar na quadra”. Letícia aponta que o caminho não vai ser fácil, mas lembra que muitas jogadoras estão aparecendo. “Tem surgido ótimas centrais, ponteiras, opostas. As levantadoras promissoras estão todas jogando, então acho que esse ano a Superliga vai ajudar muito o Zé a observar e fazer suas escolhas. Acho que, pelo fato da renovação ter sido segurada pela comissão técnica, o caminho vai ser difícil no início, as seleções se renovaram pouquíssimo, mas elas vão encontrar o caminho”, disse a jogadora.
Jogar vôlei em um clube de futebol
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“Estar no Flu ta sendo muito legal, eu não tinha noção do tamanho que era o Fluminense, não sabia que a torcida do futebol é a mesma do vôlei, é o mesmo tudo, o clube é enorme! Ta sendo demais, a torcida é incrível, é surreal, é muita visibilidade!”. Muito animada, a jogadora lembra que a modalidade em alto nível é coisa nova no clube. “Ainda é o primeiro ano deles, e é claro, em termos de logística, não é fácil. Então tem muita troca de experiência, e eles estão mandando muito muito bem”. Perguntada sobre o impacto que esse time tem nas categorias de base do Fluminense, Letícia é otimista. “Para a base, com certeza é uma inspiração. Até porque aqui no Rio só tinha o Rexona, né? E pra você chegar no Rexona é sempre um objetivo mais difícil de se atingir, parece uma coisa mais longe, quase impossível. Mas agora ja tem o Flu que veio pra brigar. Acho que está sendo muito bom, não só para a gente, mas para o esporte carioca no geral”, comentou.
Leticia lembra que logo de cara, o Fluminense quebrou a hegemonia do Rexona no campeonato carioca. “Ta aí uma outra vitória, mais recente, que me marcou muito. A vitória no carioca no tie break contra o Rexona foi um momento muito especial para o time e para mim”, explicou.
O maior sonho
“Meu maior sonho...Olha, é uma pergunta bem forte. Claro que eu posso falar que é estar em uma Olimpíada, esse é o sonho de qualquer atleta, mas eu sempre rezo e torço para que a minha carreira seja muito gostosa, que eu tenha muito prazer, em todos os anos dela. E eu sempre tive muita sorte em termos de clube, sabe? Sonho muito em continuar tendo essa sorte. Tem vezes que a gente pega um time que não encaixa, que não se da bem, mas eu sempre tive sorte disso nunca acontecer comigo. Meu sonho é uma carreira gostosa, não precisa ter brilho, não precisa ter nada demais, eu só quero é estar feliz. Jogar em time que me acolhe, poder ajudar", explicou a jogadora. "Eu sonho realmente com isso”, finalizou.
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