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Yslany Kelly: "O que mais falta no vôlei é investimento na base"

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Crédito foto: Reprodução / Página oficial da atleta

Você pode até não conhecer a nossa entrevistada de hoje, mas acredite, vale a pena conferir a nossa conversa com Yslany Kelly, jogadora de vôlei com passagens por grandes clubes da Superliga como Rio de Janeiro e Pinheiros e que joga atualmente na França. Conversamos com a levantadora de 25 anos e 1,85m sobre sua vida no esporte, as categorias de base no Brasil, sobre Bernardinho, o mercado neste esporte e muito mais! Confira aqui!

Trajetória

Yslany começou a jogar o esporte de quadra tarde, se formos comparar com outras atletas da modalidade. “Meu técnico da escola onde eu estudava viu minha altura e convidou para ir treinar com ele no time escolar, eu já tinha 14 anos, mas no início eu nem me interessava não, nunca tinha pensado em jogar, muito menos profissional. Fui treinando mesmo de forma quase despretensiosa”. Aos poucos, o técnico Charles viu um real potencial na atleta e a indicou para fazer um teste no Olympico Clube, em BH, e ela passou. “Foi nesse momento que a coisa começou a ficar mais séria. Meu técnico no Olympico era o Beto e comecei nas categorias menores, mas eu ainda fazia por diversão, era bacana e diferente”.

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Crédito foto: Reprodução / Página oficial da atleta

Antes de virar levantadora, Yslany passou por outras posições. “Eu era meio de rede, conforme o tempo foi passando o técnico Beto foi reparando que eu sempre pegava a segunda bola da levantadora e ele fez essa proposta, de mudar de posição. Virei levantadora/oposta no esquema 4x2. E aos 16 anos convocada pela seleção mineira em 2007 como central e levantadora”. A técnica da seleção mineira era Bethânia Melo, e ela estava montando uma equipe em Franca e a chamou. “Foi a Bethânia que começou a me treinar como levantadora em Franca em 2009 e 2010. Em 2011 ela foi para Piracicaba e me levou junto”.

Oportunidade de ouro

Depois de três anos treinando com Bethânia Melo na categoria infanto-juvenil e juvenil, Yslany foi para a equipe do Rio de Janeiro comandado por Bernardinho, um momento de muita emoção na carreira da atleta. “Nossa, a Bethânia conversou com o Bernardo e em dezembro, depois de terminar a temporada no juvenil, eu fui para o Rio. Super animada, honrada, aceitei, claro! Era para jogar com o Bernardinho, eu estava super empolgada”. Na época, o elenco contava com ninguém menos que Sheilla, Mari, Fernanda Venturini e Fabizinha. “Foi de brilhar os olhos...poder treinar com eles, sentir o clima, a atmosfera, muito séria e ao mesmo tempo muito prazerosa”. Sobre o técnico, a atleta afirma que ele não é uma pessoa agressiva, como alguns podem achar. “O Bernardo é um técnico bem rígido, todo mundo sabe disso, mas ele é muito amigo também, muito gente boa, uma ótima pessoa. Não é porque a gente vê ele nervoso e agitado na beira da quadra que ele é agressivo ou ríspido, ele é uma ótima pessoa e pude aprender bastante com ele". No que diz respeito à sua aposentadoria, ela ficou bem surpresa. “Nossa, a aposentadoria do Bernardo foi um baque, é difícil você pensar na Seleção Brasileira sem pensar no Bernardinho, mas tenho certeza que ele tomou essa decisão de forma bem pensada. Numa entrevista, ele explicou que já se dedicou muito ao esporte e à Seleção. Ele perdeu muito o convívio com a família, da parte pessoal e agora quer focar mais nisso, é normal”.

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Crédito foto: Reprodução/ Página oficial da atleta

Depois do Rio, Yslany jogou no Pinheiros a Superliga na temporada 2012/2013, sendo uma das comandadas do técnico Wagão e reserva da levantadora Macris. Depois do Pinheiros jogou em Araraquara, Rio Claro e mais recentemente na Suécia. “Foi minha primeira vez no exterior e jogando de titular mesmo. Era outra cultura, língua, tudo diferente. Mas foi de um reconhecimento muito bom. Quando voltei, fui para São Bernardo, agora estou aqui na França”.

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Crédito foto: Reprodução / Facebook oficial clube

Categorias de base

Para a atleta, o problema nas categorias menores no Brasil não é apenas financeiro. “Olha, eu acho que o que mais faz falta é investimento, mas não só na questão financeira, também na questão de formação de atletas, de lapidar ainda quando jovem. Sinto falta desse cuidado maior com a menina nova. Raros são os técnicos que não estejam procurando atletas já prontas. Eu tive sorte, sempre passei nas mãos de técnicos sensacionais que queriam trabalhar as atletas mesmo, mas nem todas tem essa sorte”. 

Mercado

“Sair para fora do país foi opção minha, me ofereceram essa oportunidade na França. Juntou essa proposta com minha vontade de jogar fora e aceitei. Mas realmente o mercado é complicado, a concorrência é muito alta, alguns times infelizmente acabaram, o que prejudica para atletas, técnicos e comissão. Têm realmente muita jogadora e não têm espaço para todo mundo". Questionada sobre a diferença entre as escolas francesas e brasileiras, Yslany disse que a maior diferença é na parte física. “Aqui, a gente faz academia alguns dias na semana, no Brasil é todo dia! Além disso, as vezes os horários de treino daqui são diferentes”.

Futuro

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Crédito foto: Reprodução / Página oficial da atleta

Para concluir, conversamos um pouco sobre as oportunidades futuras da atleta. “Olha, para ser sincera eu ainda não faço ideia, posso ficar por aqui na Europa, ou voltar, ainda está um pouco cedo para saber. Vamos ver o que Deus preparou para mim”.

Desejamos muita sorte na carreira da Yslany e também para a classificação para os playoffs na equipe do Sens Olympique Club Volleyball!

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Categorias: Vôlei, Rio de Janeiro, Falta, Esportes Olímpicos, Categoria de base, Clube, Base, Yslany Kelly, Pinheiros, Investimento

Alexandre Muller

Escrito por Alexandre Muller

Carioca, ex-atleta de vôlei de praia CBV, atualmente jogando vôlei na liga universitária da França.

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