Crédito foto: Divulgação / Ag. Palmeiras / Cesar Greco
Miguel Ángel Borja chegou ao Palmeiras com status de craque e a preço de ouro. A quarta maior contratação do futebol brasileiro, em um período de pouco mais de um ano, trocou de clube pela terceira vez, se destacou pelo Cortuluá-COL em 2016, foi contratado pelo Atlético Nacional-COL no meio do ano e chegou ao Brasil em 2017, onde vem tendo mais dificuldades para se adaptar.
O jogador de 24 anos teve um razoável começo pela equipe alviverde, com quatro gols em oito jogos no Campeonato Paulista. Porém, com atuações irregulares, muitas vezes perdido e dessincronizado com o time, Borja não se firmou como titular da equipe, irritou a torcida e perdeu créditos com Cuca. Entretanto, as críticas ao atleta são muito precoces, mais calma é necessário. Em 27 jogos com a camisa palmeirense, por mais que não tenha sido o grande jogador que se esperava, não deixou de balançar as redes. Fez medíocres sete gols, mas ainda assim é o terceiro artilheiro do clube na temporada.
A maior contratação da história do clube teve o auge de sua carreira em 2016. Foi artilheiro do Torneio Apertura da Colômbia, com 19 gols, da Copa Colombiana com oito e da Copa Sul-Americana, com seis gols. Terminou a temporada com 39 gols em 51 jogos, uma absurda marca, e que talvez esteja pesando contra o jogador, assim como o valor e os holofotes de sua contratação. Longe de ser um grande craque, Borja é um bom jogador. O colombiano não demonstra ser muito íntimo da bola no que diz respeito a passá-la e controlá-la, mas já mostrou que pode ser muito eficiente tanto dentro da área - pelo alto e em potentes chutes - como fora dela, para segurar a bola nos chutões e lançamentos. Na parte técnica, o camisa 9 do Palmeiras, dentro de suas limitações, peca por falta de capricho, afobação e ansiedade, mas demonstra potencial e que se bem lapidado por Cuca, que não deve desistir do atacante e fazer o que fez com Lucas Barrios, pode alcançar um nível muito bom.
Porém, o que mais atrapalha o atleta parece ser a adaptação a um novo futebol, ao que ele simboliza e representa agora. A oscilação de um jogador de nível das ligas Sul-Americanas é mais que natural. Ele não tem vasta experiência e está passando pela primeira grande fase da carreira. Com passagens rápidas e discretas pelo futebol argentino e italiano, o atleta tem mais de 60% de seus gols marcados a partir de 2016. Em um período de pouco mais de um ano, tem de se adaptar ao terceiro novo clube, mas dessa vez em um campeonato muito competitivo, de extrema pressão e cobrança, com um calendário bem diferente dos demais e longe de seu país natal, onde até hoje fez suas melhores atuações. Aliado a isso, a falta de sequência - tendo jogado os 90 minutos em apenas cinco jogos na temporada - atrapalha o jogador, que precisa atuar, entender o esquema brasileiro taticamente e mentalmente.
O segundo tempo jogado contra o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro mostrou que o jogador está mais ligado, mas ainda oscila em sua obrigação defensiva e é muito displicente em alguns momentos, principalmente no meio de campo, onde tem que se limitar a dominar e passar a bola o mais simples possível, e muito por isso ainda não tem toda a confiança de Cuca. Mas, o jogador se mostrou mais preparado, por mais que não tenha feito o gol, criou duas grandes oportunidades, conseguiu manter a bola no ataque e foi mais ativo e participativo no jogo.
Dessa forma, acreditar em Borja é mais que obrigação do torcedor palmeirense. Ele não é nenhum craque como foi vendido durante o começo do ano, e o valor pago não deixa de ser exagerado. Mas, em prol do atleta, isso não deve ser levado, no momento, em consideração na parte interna do clube. A expectativa não deve estar acima do que o jogador pode produzir. Ele é bom, não mais que isso, e está levando tempo para se adaptar. O apoio da torcida e o suporte do técnico Cuca são essenciais para que possa decolar. Potencial já foi mostrado, ano passado e em alguns momentos desse ano. O elenco palmeirense é muito forte. Com a chegada de Deyverson, são três os atacantes que seriam titulares em quase todos os times do Brasil. O colombiano já é o suficiente, não serão necessários 39 gols e uma temporada avassaladora para ajudar o clube a se tornar mais vencedor.
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