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O conto de fadas que se iniciou no dia 2 de maio de 2016 após empate por 2 a 2 entre Chelsea e Tottenham, que consagrou o Leicester City como Campeão Inglês, terminou nesta última terça, 18, no empate da equipe de Jamie Vardy e companhia por 1 a 1 com o Atlético de Madrid pelas quartas de finais da UEFA Champions League. Como os “colchoneros” venceram a partida de ida por 1 a 0, os ingleses foram eliminados da competição. Mas o que fica para o time e para a cidade de Leicester após esses 11 meses de puro entusiasmo?
Para entender o que significa para a cidade ter um time entre os oito melhores da Europa, é preciso compreender um pouco o contexto dos últimos anos. Um clube que há sete anos se encontrava na terceira divisão do futebol inglês. Que estava na última colocação da Premier League quando esta entrou nas suas dez rodadas finais na temporada 2014/15. Que iniciou a temporada 2015/16 com o quarto pior orçamento de todos os 20 times da primeira divisão inglesa (só perdia para os três que vieram da segunda divisão). Que, ainda com um investimento tão baixo, chocou o mundo ao conquistar de forma inédita, e merecida, o título do campeonato mais difícil de todos. Não era o melhor time, não eram os melhores jogadores e não era o melhor treinador, mas era uma cidade de 330 milhões de habitantes extasiados com uma equipe que não temia o dinheiro, nem o glamour dos riquíssimos grandes da Inglaterra - e do futebol internacional.
Não satisfeitos em “peitar” os grandes ingleses, os jogadores e torcedores resolveram se colocar entre os oito melhores de toda a Europa nesta temporada. Vista como candidata para brigar pela segunda vaga do grupo às oitavas de final, a equipe conseguiu a classificação com uma rodada de antecedência. Nas oitavas, eliminou um grupo treinado por Jorge Sampaoli, e que mostra estar em constante evolução. E nas quartas, jogou de igual para igual contra o atual vice-campeão da Liga dos Campeões, que conta com grandes jogadores como Godín, Griezmann, Gabi, Carrazco, dentre vários outros.
Mas, e se o Leicester tivesse enfrentado o Barcelona, Bayern de Munique ou o Real Madrid nas oitavas? Realmente, seria muito improvável que fosse conseguir a classificação. Mas o sentimento do morador de uma cidade que nunca teve representatividade nenhuma no esporte, ao ver seu time jogar o campeonato de clubes mais disputado do mundo, é muito maior do que qualquer derrota. Por mais elástico que fosse, o resultado do jogo não venceria o sentimento desse torcedor. E não venceu!
Foram 11 meses de deslumbramento, êxtase, emoção e orgulho. Agora acabou, a equipe volta à sua realidade, se prepara para a próxima temporada com base no investimento que tem, com o objetivo de montar um time para uma campanha digna na Premier League. A expectativa se vai, mas o sentimento fica. O Leicester deixa a Champions League, após ser eliminado por um grande time, mas a Champions League jamais deixará Leicester.
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