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Vôlei: Os desafios de Zé Roberto com a seleção brasileira pós-Rio 2016

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Crédito foto: Reprodução / Facebook oficial CBV

Rio de Janeiro, dia 17 de agosto de 2016, Brasil x China, quartas de final da Olimpíada. Zhu Ting marca o seu 28° ponto e fecha o jogo contra o Brasil, dando fim ao sonho do tricampeonato olímpico da seleção brasileira feminina de vôlei.  

Após aquele fatídico ponto da atacante chinesa no tie-break, não terminava apenas a Olimpíada. Encerrava-se um ciclo vitorioso de um grupo bicampeão olímpico que conquistou (quase*) tudo o que disputou desde 2008. Diante disso, a equipe do Esportudo.com fez um balanço geral da seleção feminina de vôlei para o próximo ciclo olímpico. Quem fica, quem sai, quem deve ganhar uma chance e espaço na Seleção.

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Para tornar essa análise a mais clara possível vamos indagar a situação global da nossa seleção comparando-a com as principais potências do voleibol feminino. Em seguida, daremos foco nas jogadoras que vão nos representar nas próximas competições.  

O Brasil junto com Estados Unidos, Sérvia, Holanda e China formam hoje o grupo das cinco maiores potências mundiais. Dentro deste grupo de elite, o Brasil está numa situação bem diferente das outras quatro seleções. A nossa seleção estava com 31 anos de média de idade na Rio 2016. Com apenas quatro jogadoras abaixo dos 30 anos: Gabi, 23, Thaísa e Adenízia, 29 e Natália, 27. Lembrando que Fabiana e Sheilla se aposentaram da seleção e que jogadoras como Fernanda Garay, Jaqueline e Fabíola, estarão todas com pelo menos 34 anos em 2020, idade que torna difícil continuar jogando em alto rendimento. Além do mais, Dani Lins e Thaísa não confirmaram se continuam na seleção brasileira.

O panorama das outras quatro seleções é completamente diferente. Estavam todas com uma média de idade mais baixa: China 24, Holanda 26, Sérvia 26 e Estados-Unidos 27. O que é assustador e promete dar muita dor de cabeça ao técnico Zé Roberto é que essas seleções estão com um material humano de altíssimo nível, jovem e com experiência olímpica. Atacantes como Zhu Ting, Liu (China), Mihajlovic, Boskovic (Sérvia), Hill, Murphy, Adams (EUA), Sloetjes, Buijs e Plak (Holanda) continuarão no cenário mundial por bastante tempo. Para piorar as levantadoras destas seleções estão jogando em alto nível e provavelmente farão parte das próximas conquistas. A princípio então, o Brasil fica um pouco atrás destas quatro seleções. O caminho para voltar ao topo não será fácil, mas é possível.

O que fazer então?

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Crédito foto: Getty Images

Acredito que o personagem mais importante da renovação brasileira seja a Natália, que se tornará o elemento de transição entre o grupo que está se aposentando e o novato. Infelizmente a situação preocupa. A Natália, é vista como uma das principais líderes dessa “geração pós-Rio 2016”, mas ela nunca foi titular da equipe nos seus principais títulos. Em Pequim 2008, não fazia parte do grupo e em Londres 2012 viu do banco a Seleção ser campeã olímpica. Natália foi titular nos Mundiais de 2010, 2014 e na Olimpíada de 2016, momentos sofridos para o Brasil. Claro que ela tem muita lenha para queimar e se fizer apresentações mais constantes, vai virar uma das melhores ponteiras do mundo. Sua atuação na liga da Turquia é irregular, mas ela deve melhorar com o tempo, afinal de contas, é a sua primeira temporada no exterior. Olho nela!

A segunda jogadora de grande importância para a transição desta seleção é a central de 1,96, Thaísa. Ela e Fabiana, de 1,93 formaram durante quatro anos a melhor dupla de centrais da história do vôlei feminino. Perder as duas ao mesmo tempo seria um golpe muito duro para o grupo, pois suas reservas, Juciely e Adenízia estão na mesma faixa etária que as titulares.

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Crédito foto: Getty Images

Carol, do Rio de Janeiro de 1,83, é uma das maiores apostas para a renovação, mas apesar de ser uma central que está jogando muita bola, sua altura pode ser um fator que limite a sua atuação quando a Seleção enfrentar os grandes times de padrão internacional.

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Crédito foto: Divulgação oficial do clube

Outros dois grandes nomes para a renovação brasileira atuam hoje na Superliga e vão provavelmente ganhar espaço na equipe titular. Gabi, que mede 1,80, possui sólidos fundamentos para a sua posição, demonstrando que a modalidade não é apenas para gigantes. Tandara, 28 anos e 1,84 virou a bola de segurança de Osasco e pode fazer a diferença na seleção brasileira jogando pela ponta. 

Outros nomes revelados pela Superliga Feminina nas últimas temporadas são: Rosamaria (Camponesa/Minas), Lorenne (Sesi-SP), Drussyla (Rexona/Rio) e Paula (Osasco) ambas merecem ganhar espaço na seleção brasileira. As centrais Bia, Saraelen (Osasco), Mara, Fran (Camponesa/Minas) e Linda Jéssica (Sesi-SP) também precisam ser testadas.

Posso parecer pessimista, mas acredito que a seleção brasileira fique, pelo menos no início do ciclo olímpico, de fora do degrau mais alto do pódio, mas o que conta mesmo é como as seleções chegarão em Tóquio 2020. Assunto para os próximos artigos.

*O único título que faltou para esse grupo foi o campeonato mundial. Perdemos a final em 2010 e 2014 para a Rússia no tie-break.

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Categorias: Olimpíadas, Vôlei, Seleção Brasileira, Rio 2016, Jogos Olímpicos, Tókio 2020, Zé Roberto, Superliga, Renovação

Alexandre Muller

Escrito por Alexandre Muller

Carioca, ex-atleta de vôlei de praia CBV, atualmente jogando vôlei na liga universitária da França.

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