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Videogame e saúde combinam? Saiba o que os psicólogos pensam

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Crédito foto: Shutterstock

Quando você pensa em videogame, qual a primeira imagem que lhe vem à cabeça? De um adolescente nerd, de óculos, sentado em frente à TV, comendo batata frita e bebendo refrigerante? Daquela criança ou adolescente antissocial, que não pratica esportes, mal sai de casa e só tem amigos virtuais? 

Quando você pensa em videogame, a palavra saúde passa pela sua cabeça? Alguma vez você relacionou jogos eletrônicos com atividade física, bem-estar e saúde? 

Será o videogame o mocinho ou o vilão da história? O veneno ou o remédio? Quer deletar sua curiosidade? Então aperte start, que este jogo está apenas começando…

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Crédito foto: Divulgação

Quando o uso abusivo vira dependência

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Crédito foto: Reprodução Facebook - o que os psicólogos pensam

Mais comum do que parece, os jogos eletrônicos conquistaram um espaço relevante no dia a dia das crianças e dos adolescentes. O que para alguns pode parecer inofensivo, ou um simples passatempo, para especialistas é preciso tomar cuidado na forma como a tecnologia é utilizada, já que, em excesso, o uso pode levar a problemas de saúde e até mesmo dependência, como afirma a psicóloga Anna Lucia King, pós-doutora em Novas Tecnologias e fundadora do grupo “Delete: Desintoxicação de Tecnologias”, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A psicóloga, que atua na área clínica há 14 anos, criou o grupo Delete, há dois, no campus da Praia Vermelha da UFRJ, na cidade do Rio de Janeiro, para tratar pacientes viciados em novas tecnologias. Anna ressalta que o principal sinal de que uma pessoa deve ficar atenta é se o uso dessas tecnologias está prejudicando a vida pessoal, social ou familiar. Para Anna, o que diferencia a dependência do uso cotidiano, é a forma como essa tecnologia é utilizada. 

— Existe uma diferença entre o uso normal, mesmo que excessivo, por lazer e/ou trabalho do uso abusivo, porém ligado a um transtorno. Se a pessoa tem um transtorno de fobia social, ela pode, pelo computador, assumir a identidade que quiser para se sentir socialmente aceita dentro daquele convívio. Já quem sofre de transtorno obsessivo compulsivo (TOC), costuma criar uma dependência de jogos na internet, explica a psicóloga.

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Crédito foto: Reprodução Facebook - o que os psicólogos pensam

Segundo a psicóloga, no caso de jogos violentos é preciso ter uma atenção extra, pois eles podem indicar uma predisposição do jogador para extravasar ali a sua agressividade.

— Se uma pessoa tem uma obsessão ou um transtorno, ela vai adorar e querer matar todo mundo dentro do jogo, já que não pode fazer isso na vida real. Ali, ela está representando algo que existe dentro dela e que tem que ser tratado. O problema está em quem joga e não no jogo em si. O transtorno não tem cura, mas o paciente aprende a lidar com ele da melhor forma possível. A tecnologia sendo usada da forma correta, se torna benéfica. O grupo Delete não é contra a tecnologia, e sim é a favor do uso consciente dela, conclui a psicóloga. 

Veneno ou remédio?

 “A diferença entre um remédio e um veneno está só na dosagem”, já dizia o médico e físico alemão, do século XVI, Paracelso, pseudônimo de Philippus Aureolus Hohenheim. Cinco séculos mais tarde, um estudo realizado na Inglaterra mostra que Paracelso estava certo. A pesquisa, realizada pela Universidade de Oxford, descobriu que os adolescentes que jogam videogame por um curto período de tempo são mais bem ajustados socialmente do que os que nunca jogam ou que o fazem excessivamente.

Esse é o primeiro estudo que examina os efeitos positivos e negativos que o uso de jogos representa em jovens. A pesquisa utilizou cinco mil crianças e adolescentes, de 10 a 15 anos, divididos proporcionalmente entre meninos e meninas, de diversas regiões do Reino Unido.

Os resultados sugerem que três em cada quatro crianças e adolescentes britânicos jogam diariamente. Aqueles que gastaram mais da metade do tempo livre com jogos eletrônicos não eram tão bem ajustados socialmente. Segundo a pesquisa, isso acontece porque eles perdem experiências em outras atividades enriquecedoras e, possivelmente, ficam expostos a conteúdos impróprios destinados a adultos. 

Entretanto, os que jogaram por menos de uma hora foram associados com os mais altos níveis de sociabilidade e foram mais propensos a dizer que estavam satisfeitos com suas vidas. O grupo também mostrou ter menos problemas emocionais e de amizade. Além disso, relatou menos hiperatividade do que os outros grupos. 

Ou seja, se a dosagem for correta, os videogames podem sim ser considerados benéficos à saúde. So let's play. Are you ready?

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Crédito foto: Reprodução Facebook 

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Categorias: Saúde, Jogos, Esports/gaming, vida saudável, PlayStation, Nintendo, videogame, mocinho, remédio, vilão, veneno

Renatinha Oliveira

Escrito por Renatinha Oliveira

Carioca de coração da Zona Sul, flamenguista de corpo e alma, formada em Jornalismo pela PUC-Rio e em Ed. Física pela UFRJ, decidiu unir suas duas maiores paixões em um time só: o Jornalismo esportivo.

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