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Nenê, Grafite e o provincianismo de público e mídia no Brasil

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Crédito foto:  Paulo Fernandes/Vasco.com.br / Antonio Melcop / Santa Cruz / Montagem Esportudo.com
A terceira fase da Copa do Brasil reserva um interessantíssimo confronto entre duas equipes em alta no cenário nacional: o Vasco da Gama que, apesar de estar disputando a Série B pela terceira vez em oito anos, é o atual bicampeão carioca e recentemente ficou há exatamente 223 dias sem perder; e o Santa Cruz, campeão de Pernambuco e do Nordeste que iniciou muito bem sua campanha na Série A do Brasileirão. As equipes têm em comum o fato de terem dois experientes protagonistas: Nenê e Grafite.

Tanto Nenê quanto Grafite vivem grande fase. São os jogadores mais midiáticos, talentosos, e consagrados de suas equipes. Referências técnicas com todo o mérito. Merecem os elogios pelo belo desempenho em bom nível, porém, não podem ser criados devaneios. Seleção é outra história, não é brincadeira.

Nenê representa a figura do camisa 10, do craque da equipe, da habilidade com a bola no pé. Já Grafite representa a figura do camisa 9, o matador, um jogador que tem um relacionamento íntimo com o gol. Criam romantismos por conta de suas idiossincrasias, e a situação fica ainda mais acentuada ao se tratar de jogadores com idade avançada, mais próximos do fim que do início de suas carreiras. Além do mais, jogam em clubes que possuem uma história recente muito ruim, de decepções e tristezas aquém de suas tradições. Ou seja, defeitos são maquiados, virtudes são infladas e criam idolatrias que beiram ao heroísmo.

Mas o racionalismo sempre deve falar mais alto. Grafite, há pouco menos de seis anos e vivendo o auge de sua carreira pelo Wolfsburg, o jogador era tratado com desdém pelo público em geral após ter sido convocado para a Copa do Mundo de 2010. Nenê sequer era citado em mesas redondas ou mesas de bar do país enquanto brilhava em território francês por Monaco e Paris Saint-Germain.

O provincianismo não para aí. Allan, subutilizado enquanto jogava no Brasil pelo mesmo Vasco da Gama de Nenê, se destaca em território italiano pelo Napoli, mas é preterido por Dunga, que prefere Elias, jogador histórico do Corinthians, porém, de fracasso retumbante em Atlético de Madrid e Sporting de Lisboa, que recebe sequência mas decepciona por não ter nível para estar ali, ainda que continue com moral inabalável visto que a bairrista imprensa pensa diferente usando malabarismos retóricos dos mais diversos. Jonas, mesmo sendo um dos principais artilheiros do futebol mundial na atualidade, é achincalhado pela opinião "especializada" para que Gabriel seja titular. Casemiro, que forma com Modric e Kroos no Real Madrid talvez o meio-campo mais talentoso do planeta, é tratado como um brucutu pela opinião para que Lucas Lima jogue junto com Elias e Renato Augusto. E por aí vai. Exemplos não faltam.

Um dos sete gols do 7 a 1 de cada dia é esta visão anacrônica, de olhar apenas para o próprio umbigo, para o que está na frente, sem expandir limites nem buscar conhecimento provenientes de outros locais. Imprensa e popular não tem noção de quão nociva é essa visão para o futebol brasileiro. Cabe a reflexão.

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Categorias: Vasco, Futebol brasileiro, Brasil, Santa Cruz, Copa do Brasil

Felipe Balbino

Escrito por Felipe Balbino

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