Crédito foto: Divulgação | Fotojump/LNB
No Brasil o basquete é um esporte em ascensão, cada vez mais consolidado, acompanhado pelos fãs e divulgado nas mídias sociais vem conquistando seu devido espaço e mostrando que não é só de futebol que o país é movido.
O grande responsável por tudo isso é a Liga Nacional de Basquete (LNB), fundada em 2008 é uma liga independente e sua função é agrupar as lideranças e clubes do basquete nacional.
Atualmente gerencia quatro principais campeonatos: Novo Basquete Brasil (NBB), Liga Ouro, Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB) e também a Liga de Basquete Feminino (LBF); ao todo são 30 clubes em 11 estados. Um grande feito da LNB foi em dezembro de 2014 ao firmar uma parceria com uma das maiores organizações esportivas do mundo, tornando-se a primeira e até então única liga a ter o apoio da NBA.
“Temos alcançado resultados importantes no Brasil, a parceria com a LNB está se consolidando a cada dia, o basquete crescendo, conquistando espaços e novos fãs, e esse era o nosso objetivo. Estamos bem alinhados na proposta de fazer o basquete voltar ao lugar de destaque que ele merece”, afirma o vice-presidente e diretor executivo da NBA Latin America, Arnon de Mello.
Na manhã desta última terça-feira (01/11), aconteceu no Esporte Clube Pinheiros – São Paulo, a cerimônia de abertura do NBB CAIXA 2016/2017 e a equipedo Esportudo.com foi até lá conferir um pouco do que rolou.
Estava presente no evento o técnico e pelo menos um jogador de cada clube participante, além de representantes dos patrocinadores, parceiros e membros da liga e a imprensa.
Resumo da cerimônia de abertura
Comandada pelo Diretor de Comunicação da LNB, Guilherme Buso, iniciou a cerimônia de abertura exibindo um vídeo motivacional com jogadas da última temporada da liga similares a lances da NBA. Passou rapidamente a palavra para o presidente Cássio Roque que por sua vez fará este ano o último comando no cargo.
Crédito foto: Divulgação | Fotojump/LNB
Emocionado agradeceu a parceria com a NBA, exaltou a união entre os clubes e a organização dos dirigentes esportivos frente a competição. Orgulhosamente destacou o recorde de estados participantes para a nona edição do campeonato (15 times em sete estados mais o Distrito Federal) e finalizou com a importante novidade da parceria entre a LNB e Rede Bandeirantes de Televisão que será a maior responsável pelas transmissões ao vivo das partidas.
Em seguida o vice-presidente João Fernando Rossi disse sobre a consolidação em que a liga se encontra, devido aos patrocinadores sempre correspondendo às expectativas, treinamentos recentes viabilizados pela lei do incentivo ao esporte (arbitragem, mesários) e a padronização de normas do regulamento.
Crédito foto: Divulgação | Fotojump/LNB
Buso aproveitou a presença do jogador Alex Ribeiro Garcia na bancada e fez duas perguntas: a primeira era sobre o título de melhor defensor do campeonato. Alex “Brabo”, como costuma ser conhecido, ganhou o prêmio de todas as edições do NBB CAIXA. E a segunda pergunta foi sobre a rivalidade entre Bauru Basket e Flamengo: “O prêmio de melhor defensor não caiu no meu colo, eu trabalho duro para isso. Se em um jogo eu tiver a oportunidade de marcar 30 pontos ou defender o Marcelinho, eu vou defender”, e ainda completou “Poder estrear contra o mesmo time que você enfrentou e perdeu na final anterior te mostra como você deve encaminhar sua temporada inteira. Não importa que seja a primeira partida de um campeonato longo, temos que mostrar nossa identidade a partir do começo. Estamos nos preparando muito bem e estudando cada detalhe do Flamengo. Espero que a gente consiga um bom resultado e que ele mostre como será a cara do Bauru no decorrer da temporada”, concluiu Alex Garcia, do Bauru.
A partida de estreia será no sábado (5/11) às 14h com transmissão ao vivo pela TV Bandeirantes e SporTV. O fã de basquete pode esperar um show em quadra com muita disputa pela vitória, não é para menos, afinal este jogo é uma reedição de duas finais consecutivas.
Na bancada de apresentação também estava o Diretor de Esportes Coletivos do Pinheiros Mario Guitti, representando o presidente do clube, Roberto Capellano e José Neto, técnico do Flamengo. Tiveram a palavra além destes, o jogador Marcelinho Machado (Flamengo) ao sentir-se na obrigação de responder sobre a rivalidade sadia entre ele e Alex e seus respectivos clubes. Além do armador do Vasco da Gama Nezinho, comentando sobre a nova casa, expectativas e metas do time para o campeonato.
O Esportudo.com conversou com alguns jogadores; confira os principais trechos das entrevistas
Jefferson Sobral, nascido em 1980 na cidade de Santo André, é um experiente jogador. Tem passagens por times como Palmeiras (SP), Vasco da Gama (RJ), Ribeirão Preto (SP), Bauru (SP), Seattle SuperSonics (EUA), Los Angeles Lakers (EUA), Harlem Globetrotters (EUA), Valencia (ESP), entre outros times.
Após um jejum de três anos fora da elite do basquete nacional, Sobral assinou um contrato com a equipe de Sorocaba para esta edição. E ao ser questionado sobre quais são as expectativas, respondeu: “As melhores possíveis. O time de Sorocaba tem uma ótima estrutura, desde as categorias de base até o profissional. Nós temos lá a condição perfeita para focar só no basquete e fazer um bom torneio. Apesar da ansiedade de passar três anos fora das quadras e retornar para um campeonato de alto nível, estou feliz e confiante de que grandes coisas acontecerão para a Liga Sorocabana de Basquete.”
Nezinho, outro jogador (armador) com muita bagagem vai comandar a equipe do Vasco da Gama e declarou como está o clima no Rio de Janeiro:
Crédito foto: Divulgação | Fotojump/LNB
“Estamos bastante otimistas, porque apesar de ser um time novo e está ingressando pela primeira vez na competição, os jogadores já são muito experientes, são atletas que foram campeões em outras equipes e isso nos dá muita forca no começo. Nós podemos dizer que pulamos várias etapas de um time novo pelo fato de ter um elenco como esse. E acredito muito no potencial do time para chegar lá na frente bem. Almejamos coisas grandes e isso é o mais importante'', afirmou Nezinho.
Esportudo: Além do NBB qual a expectativa para o jogo decisivo do campeonato carioca no dia 6/12?
Nezinho: “Teremos mais um jogo equilibrado, como foi todos os outros, sendo definido no minuto final. Acredito nos meus companheiros. Estamos com a cabeça boa para uma decisão e sabemos o que fazer”.
Esportudo: Como é jogar em um clube grande como o Vasco da Gama?
Nezinho: “É bem legal, no dia a dia carioca vemos muitos torcedores do Vasco e do Flamengo. Os fãs fazem questão de acompanhar os treinamentos e jogos, sempre incentivando e cobrando a vitória, o que e bem motivador. Agora a visibilidade é maior, com mais apreço popular e a mídia em cima a tendência é que isso cresça”.
Guilherme ala do Mogi, mais conhecido como Filipin falou com o Esportudo sobre o título que conquistaram recentemente:
Crédito foto: Divulgação FPB
“Primeiramente quando se monta um time como o Mogi, que vai crescendo, conquistando seu espaço, chega um momento em que precisa vir um título. Estávamos com essa pressão, eu muito mais pelo fato de estar desde o início do projeto. Um dos objetivos nosso para esse ano era concretizar esse sonho que se tornou realidade no Campeonato Paulista – teoricamente o primeiro campeonato do ano e menos difícil –, mas a euforia passou, as comemorações também e agora estamos focados tanto para este campeonato como para a liga Sul-americana”, afirmou o ala.
Esportudo: Como está a preparação para este campeonato?
Filipin: “Início de temporada é quase sempre igual, sabemos dos desafios e estamos bem, com jogadores experientes, que se cuidam e sabem conduzir bem o ritmo de jogos. No geral nosso condicionamento físico está ótimo e não temos problemas com lesões. Com o time supermotivado, sabemos que temos condições de chegar lá no topo novamente e vamos brigar por isso”.
Esportudo: Algum recado para o torcedor mogiano?
Filipin: “Podem esperar uma equipe igual à que foi no Paulista, aguerrido, que não desiste fácil, que joga coletivamente, no qual tentamos jogar o melhor basquete possível para sair com a vitorias. Somos uma equipe vencedora, trabalhamos duro e é isso que queremos mostrar para os fãs”.
Esportudo: O que você pensa sobre os novos talentos começarem a protagonizar na elite do basquete nacional?
Filipin: “É muito importante essa transição, eu com 18 anos estava jogando profissional aqui no Pinheiros. A minha palavra de incentivo é que eles têm que ter algo de diferente, buscar mais, querer mais, para assim poder se sobressaírem”.
Marcelinho Machado o maior campeão da competição, ao todo são cinco troféus que ele mesmo teve o prazer de levantar, Marcelinho relatou para o Esportudo as esperanças de mais um campeonato:
Crédito foto: Divulgação LNB
“A expectativa é de um grande campeonato, mais uma vez o Flamengo vem de uma conquista e a gente sabe que isso faz com que os olhares sobre nós fiquem mais atentos e isso pede uma concentração maior do nosso lado. Estamos no início de um trabalho, com alguns problemas de lesão e devemos demorar um pouco mais que o normal para atingir o nosso melhor. Viemos mais uma vez para brigar pelo título, com uma equipe muito competitiva e eu estou muito empolgado para esse início”, relatou.
Esportudo: O que você sente no jogo de estreia?
Marcelinho: “É lógico que a gente acaba revivendo um pouco da final. Embora esse não seja um jogo decisivo por ser o primeiro do campeonato, é um jogo importante em que duas equipes brigaram pelo topo da tabela. Vamos com o foco máximo e tentar fazer nosso melhor”.
Esportudo: O que você pode dizer sobre a sua carreira no Flamengo neste início de campeonato principalmente?
Marcelinho: “É uma honra poder defender o Flamengo, eu cresci torcendo nas arquibancadas do Maracanã e nunca imaginei poder chegar nessas condições que eu estou hoje. Minha nona temporada no clube, conquistando títulos e ajudando o Flamengo a conquistá-los. Se eu tivesse projetado alguma coisa bem legal para mim talvez não seria tanto. É um animo que eu tenho, embora agora com uma idade mais avançada, me sinto um menino com relação a isso. Quando começa a temporada fico muito empolgado para que comecem os jogos, que a gente possa ter esses desafios e tentar mais uma vez ajudar a nação rubro-negra a conquistar o título”.
Esportudo: No atual elenco do time, notamos jovens promessas do basquete brasileiro, como você analisa isso?
“Na verdade é uma troca e essa troca é muito legal. Nós experientes, temos mais conhecimento e vivência do jogo e os mais jovens tem de certa forma um apetite muito grande, com uma nova maneira de enxergar o basquete. Nessa troca todos saem ganhando. Uma das coisas que possibilitou o surgimento de novos talentos, foi a Liga de desenvolvimento de Basquete (LDB), que realmente é o diferencial por fazer esses jogadores jovens não terem que saltar uma etapa e que eles possam competir entre eles, na mesma idade, consequentemente tendo mais tempo pra desenvolver o talento e chegar mais preparados no alto nível”.
Esportudo: Agora com o Vasco entrando na competição, o que esperar dessa rivalidade?
Marcelinho: “A rivalidade é muito boa, o esporte vive de rivalidade, logicamente uma rivalidade sadia. Com o pensamento de jogar o melhor e poder ganhar, claro. Tudo isso é bom, com muitas equipes investindo, se reforçando e quem realmente ganha com isso é o público e próprio campeonato".
Ricardo Fischer, jovem promessa do basquete, assinou com o Flamengo e tem uma grande responsabilidade na posição de armador. Veja o que ele espera em sua nova casa:
“O nosso elenco está mais enxuto, com jovens talentos e então teremos que nos doar um pouco mais. Será uma temporada diferente e acredito que muito boa, o Flamengo vem como favorito e com certeza queremos chegar na final e disputar o título”.
Esportudo: Quais são seus objetivos individuais para esta temporada?
Fischer: “Primeiramente voltar no nível em que eu estava, claro, até melhor. Adquirir totalmente a minha confiança é o principal. Ainda sinto certa dificuldade, um tipo de receio por conta da lesão, o que é normal. Em segundo lugar, como armador é direcionar o Fla novamente para chega as finais, ganhar o máximo de jogos que vamos disputar. Esse é meu grande desafio: manter o Flamengo no topo".
Esportudo: Como é jogar diante de uma torcida tão calorosa?
Fischer: “A torcida do Mengão é sensacional, isso eu sempre falei. Quando jogamos contra o Vasco pelo Campeonato Carioca tivemos a presença de três mil torcedores rubro-negros e isso impressiona. Nós jogadores até paramos para ver, temos que usar esse sexto jogador a nosso favor e ir para cima mesmo”.
Representando os técnicos, tivemos uma conversa bem legal com técnico do time de Bauru, Demétrius Ferracciú e ele comentou sobre as esperanças do clube na competição:
Crédito foto: Caio Casagrande / Bauru Basket)
“A expectativa é grande porque vai ser um dos campeonatos mais equilibrados tecnicamente e todas as equipes se reforçaram e estão melhorando sua qualidade. Ter uma vantagem de playoff é o nosso primeiro objetivo”, afirmou Demétrius.
Esportudo: Como é ter um jogador como o Alex no time?
Demétrius: “É um jogador com uma trajetória muito bonita dentro do basquete, o importante é todos verem ele como uma referência e tomarem gosto pelo que ele faz, a maneira que ele defende, o empenho, a dedicação. Ele contagia o grupo com sua raça e isso gera bons resultados”.
Esportudo: Como o Bauru se comporta diante das últimas duas finais sendo o vice-campeão?
Demétrius: “A gente trabalha no dia a dia para crescer e evoluir nos nossos objetivos. Não conseguimos ano passado o título, mas teremos uma oportunidade de brigar de igual para igual com todos os clubes. Claro que fica o gosto amargo daquela derrota no último jogo, usamos isso para nos ‘alimentar’, lembrando daquele momento ruim como motivação e ir em busca do que não conquistamos ainda”.
Esportudo: Já tem algum palpite para sábado?
Demétrius: “O nosso time está ganhando conjunto, adquirindo um pouco mais de entrosamento e acredito ser na base da superação o começo do campeonato. Ainda não estamos cem por cento em todos os aspectos, mas estamos em busca disso. Sabemos que um confronto contra o Flamengo é importante sair com a vitória, pois nos dá uma motivação a mais no decorrer dos jogos”.
Esportudo: Qual a sensação de ver o crescimento da liga e tudo o que ela vem proporcionando para os envolvidos?
Demétrius: “Ficamos felizes em colaborar com o basquete e acho que cada um dentro da liga vai plantando sua semente para a modalidade se fortalecer. É gratificante e prazeroso trabalhar com o basquete, por tudo que ele me proporcionou, antes como jogador e agora como técnico. É fundamental darmos essa contribuição e crescemos como pessoa também o que é indispensável”.
Esportudo: Qual mensagem você passaria aos jovens que sonham um dia ser jogador?
Demétrius: ''É importante jovens atletas acreditar no sonho de se tornarem jogadores e saber que o esporte, no caso o basquete dá a oportunidade de se tornar um cidadão cada vez melhor, pois tem regras, desafios, competitividade e educa”.
Por fim e não menos importante, José Carlos Pelissari, Presidente da Associação dos Árbitros participou do evento. Observe o que ele relatou para o Esportudo:
“É impossível não reconhecermos o comprometimento da liga com o departamento de arbitragem, não só a respeito das clínicas que são realizadas, as informações que são passadas, mas principalmente os subsídios que a liga vem oferecendo para a arbitragem. Nós vimos ainda a pouco a questão dos patrocínios e entidades que hoje acreditam no desenvolvimento do basquete, a arbitragem não fica atrás, e tenho certeza que isso ainda veste de maior responsabilidade os árbitros em terem comprometimento, pontualidade, conhecimento de regras e dedicação”, disse Pelissari.
Esportudo: Qual o sentimento de fazer parte de um projeto tão bem-sucedido como este?
Pelissari: “É como o José Neto (técnico do Flamengo) falou, somos todos uma família e se trabalharmos com afinco e seriedade o basquete num todo só tende a crescer”.
Esportudo: Qual seria a maior dificuldade em atuar como árbitro?
Pelissari: “Um obstáculo maior que nós enfrentamos durante os jogos é a questão da dificuldade de quem assiste em entender as regras, o basquete é uma modalidade que diferente de outras, sofre constantes mudanças. Por exemplo: a cada seis meses temos uma mudança de regra ou uma adaptação a essa mudança, interpretações são enviadas como feedback e cabe a nós assimilar rapidamente e aplicar isso na quadra. Muitas vezes quem joga, quem dirige e, principalmente, quem assiste não tem acesso a essas atualizações”.
Esportudo: Qual a expectativa de vocês com relação a esse jogão de sábado?
Pelissari: “Primeiramente antes de saber da escala dos três árbitros, eu tenho a certeza que eles terão a mesma sensação do trio que apitará a final do campeonato. Porque um jogo de abertura seja ele qual for é um determinante de como será o padrão da arbitragem na temporada, daí está a responsabilidade do trio em aplicar aquilo que foi condicionado e convencionado em nossa clínica”.
Atualizações:
O novo sistema de disputa, rebaixa os dois últimos colocados para a Liga Ouro;
Triste notícia para os torcedores do Rio Claro, o time do interior não fará participação nesta temporada devido a impossibilidade do novo prefeito em assumir qualquer compromisso com a equipe até o início do seu mandato.
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