Noite de jogo decisivo. O Náutico jogaria contra o líder da competição: o Atlético Goianiense. Comprei algumas garrafas de cerveja enquanto esperava minha carona em um Posto de Gasolina. Não demorou muito até a buzina do “Quer dançar?” me chamar para dentro do carro.
O trânsito na Abdias de Carvalho, que estava um caos, nos atrasou cerca de uma hora. Impaciente, pedi para meu colega de Náutico, ao lado, abrir a lata de cachaça que ele guardava no bolso. Uma dose de cachaça e seriamos como um verdadeiro Timbu. O jogo já tinha começado e a gente nem tinha chegado, deixamos o rádio ligado e gritamos um “uuuuuh” quando o narrador falou que Bergson tinha chutado a bola na trave. E a angústia de chegar logo só aumentava.
Crédito da foto: Bruno Ferreira | Esportudo.com
Assim que chegamos, corremos como um desesperado, cada um para seu lado até o setor de entrada. Minha entrada, do Setor Norte, era longe demais, quanto mais eu corria, parecia que eu estava cada vez mais distante. Assim que cheguei, abri minha mochila para ser revistado pelo policial local, e para minha surpresa, eles barraram o perfume que estava dentro da minha bolsa. “Você não pode entrar com esse perfume de vidro”, ele me falou. “O que eu vou fazer? Onde eu coloco isso?”, perguntei, um dos policiais fez um gesto de “deixa passar”, e então ele me olhou e falou: “Se eu souber de algum perfume no campo, sei que foi você”, fiz um sinal de que entendi e corri até a arquibancada para, finalmente, assistir ao jogo. Passei o primeiro tempo inteiro pensando o quanto idiota seria jogar um perfume, que valia uma nota, em alguém.
O primeiro tempo terminou 0 a 0 e fui correndo comprar uma cerveja que valia o olho da cara. A fila já estava enorme e via as pessoas reclamando da demora do serviço. “Preciso beber alguma coisa”, disse um alvirrubro que gritava se comportando como um verdadeiro Timbu.
No segundo tempo, agora de cerveja na mão, vi Rony meter dois gols no líder Atlético Goianiense e o sorriso e brilho das pessoas era evidente. O acesso à Série A está cada vez mais próximo, éramos verdadeiros Timbus, de copo na mão e correndo de volta para casa.
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