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O "Mundo da Bola" é uma série de artigos sobre o futebol em diferentes locais do mundo, como você já teve a chance de conferir nos artigos sobre ''O futebol no México, Guatemala, El Salvador'', ''O futebol em Belize, Cuba, Porto Rico e Haiti'', e também sobre ''O futebol em Honduras, Suriname e outros países da América Central''. Toda quarta-feira a equipe do Esporudo.com irá trazer um artigo com novos países para que você saiba cada vez mais sobre essa modalidade e se mostre um expert nas conversas entre amigos. 

Neste artigo vamos falar sobre alguns países do Golfo Pérsico, mais especificamente da Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos, países que geralmente compram muitos jogadores brasileiros e possuem entre si a sede da Copa do Mundo de 2022, que será disputada no Qatar. Além disso, saiba que a competição será realizada no último trimestre do ano por causa das altas temperaturas.

Nos países citados acima, os jogadores e a comissão técnica têm que enfrentar vários desafios para conseguir êxito. Seja pelo clima quente ou pela cultura diferente do que estão acostumados, ou seja, isso faz que faz com que vários jogadores retornem a seus países de origem depois de pouco tempo.

Qatar

Em 2013, o pequeno país foi apontado em uma pesquisa divulgada pela Global Finance Magazine como o país com maior PIB per capita do mundo, mas saiba também que ele investe bastante no futebol. No Qatar, atua o ex-Barça Xavi, que teve contrato assinado por dois anos com o Al-Sadd em 2015, e o atacante Romarinho, xodó da torcida do Corinthians, que atua pelo El-Jaish.

Crédito foto: Divulgação | Legenda: os impressionantes estádios para a Copa do Mundo de 2022

A realização da Copa do Mundo no Qatar é coberta por polêmicas. O custo para a realização do evento gira em torno de 30 bilhões de dólares. Além do custo, as condições de trabalho também dão o que falar. Muitos trabalhadores alegam que tiveram seus passaportes apreendidos e não podem sequer mudar de empregador, como relatou um estudo da Anistia Internacional. Além das más condições de vida que os trabalhadores enfrentam, alguns ainda tem que tirar do próprio bolso para bancar a alimentação. A própria FIFA está sendo processada por conta desses problemas trabalhistas.

Mas dentro do país a paixão por esse esporte é grande. A Qatar Stars League é a primeira divisão do país e possui 12 equipes. O maior campeão do torneio é o Al-Sadd, time de Xavi, com 12 títulos. O segundo lugar no ranking é divido entre Qatar SC e Al-Rayyan SC, com oito títulos, sendo o último o atual campeão do torneio. Dentro do campeonato alguns brasileiros já se consagraram artilheiros, como Araújo, Adriano e Magno Alves, atualmente no Fluminense, além de outros craques que passaram por lá como Romário, Grafite. 

Crédito foto: Getty Images | Legenda: Xavi no Al-Sadd, o maior campeão do Qatar 

A Copa del Emir de Qatar pode ser considerada a segunda competição mais importante do país, onde o vencedor consegue uma vaga na Liga dos Campeões da Ásia. O maior vencedor da Copa também é o Al-Sadd com 14 títulos, seguido pelo Al-Arabi com oito títulos. Pela Liga dos Campeões, o Al-Sadd possui duas conquistas:1989 e 2011.

Muitos jogadores escolhem o país não somente pelo dinheiro, mas pela qualidade de vida. O país conta com uma infraestrutura de primeiro mundo e é lar de vários bilionários do petróleo, principal fonte de riqueza, e que impulsionou o país para o topo. Além do petróleo, os países do Golfo Pérsico também têm as melhores companhias aéreas do mundo e que tem sua marca estampada nas camisas dos maiores clubes europeus, como a Qatar Airways, patrocinadora do Barcelona. 

Crédito foto: Divulgação | Legenda: Avião da Qatar com as cores do Barcelona

A Seleção do Qatar possui automaticamente uma vaga na Copa do Mundo de 2022, mas tem pouca qualidade técnica e em toda sua história conquistou apenas dois títulos, ambos da Copa do Golfo em 1992 e 2004.

Emirados Árabes Unidos 

Os Emirados Árabes Unidos são famosos por cidades como Dubai e Abu Dhabi, que também investe pesado no futebol. O país foi sede nos Mundiais de Clubes da FIFA em 2009 e 2010, onde Barcelona e Inter de Milão se sagraram campeões. Além das edições anteriores, o país sediará os mundiais de 2017 e 2018. 

Além de servir como sede para os mundiais, neste país jogam craques brasileiros como Éverton Ribeiro (Al-Ahli), Nilmar (Al-Nasr) e o atacante Thiago Neves (Al-Jazira). Além do lado financeiro – que não é nada mal por sinal –, os jogadores brasileiros escolhem o deserto árabe pela qualidade de vida, segurança e oportunidades de crescer juntamente com as equipes.

Crédito foto: Getty Images | Legenda: Everton Ribeiro com as cores do Al-Ahli 

Dentro do país, o maior campeão da UAE League, a primeira divisão nacional, é o Al-Ain com 11 títulos, mas atualmente não possui nenhum nome de peso em seu elenco. Além de ser o maior campeão nacional, o Al-Ain é o único time que possui um título internacional de expressão no país, com a conquista da Liga dos Campeões Asiática em 2003, depois de uma vitória por 2 a 1 sobre o BEC Tero Sasana, da Tailândia. 

Como também acontece no Qatar, empresas de todos os setores patrocinam a modalidade não somente no país, mas também internacionalmente como, por exemplo, a Emirates Airlines patrocinando o Real Madrid e possuindo os naming rights do estádio do Arsenal. 

Crédito foto: Divulgação oficial do Arsenal | Legenda: O Emirates Stadium do Arsenal 

A seleção nacional nunca participou de uma Copa do Mundo e atualmente está em quarto lugar no grupo dois das Eliminatórias Asiáticas para a Copa do Mundo de 2018. Até aqui contabiliza duas vitórias e duas derrotas. 

Arábia Saudita

A Arábia Saudita é com certeza o país que mais possui história dentre os três, mas atualmente não movimenta tanto o mercado quanto os dois vizinhos menores. 

O país é o único dentre os três que já participou de uma Copa do Mundo em quatro oportunidades (1994, 1998, 2002 e 2006). Na Copa do Mundo de 1994, o país só foi parado nas oitavas de final pela Suécia, perdendo de 3 a 1. Em 1998, ficou em último lugar em seu grupo e com o seu pior resultado sendo um 4 a 0 contra os donos da casa. Em 2002, foi ainda pior, último lugar e mais uma goleada por 8 a 0 para a Alemanha. Em sua última participação em Copa, a Arábia conseguiu apenas um ponto, o que não evitou de ficar com o último lugar do grupo.

Crédito foto: Reprodução Facebook | Legenda: Seleção de 1994, a única "boa" em Copas do Mundo 

Mesmo tendo realizado apenas uma "boa" campanha na Copa do Mundo, a seleção árabe possui algumas campanhas de destaque como, por exemplo, três títulos da Copa da Ásia e três Copas do Golfo, além da vice-campeonato na Copa das Confederações de 1992, quando perdeu de 3 a 1 para a Argentina. 

Dentro do país quem possui mais títulos é o Al-Hilal com 13 conquistas, sendo a última em 2011. Apenas dois brasileiros foram artilheiros na Liga Saudita: Sérgio Ricardo (2004-2005) e Victor Simões (2011-2012), jogando pelo Ittihad e Ah-Ahli, respectivamente. Pela Liga dos Campeões AFC o Al-Ahli e Al-Ittihad possuem duas conquistas cada, com a última conquista sendo do Ittihad em 2005.

Crédito foto: Reprodução Facebook | Legenda: Vitor Simões quando ainda jogava pelo Al-Ittihad 

Atualmente, o futebol saudita anda em baixa. Conta com poucos nomes de peso e baixos investimentos estão sendo feitos, mas ainda assim a seleção saudita lidera o grupo 2 das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.

Conclusão do autor

O futebol no Golfo Pérsico vive um período contraditório. Os países do Qatar e Emirados Árabes Unidos estão contratando ótimos jogadores e o futebol árabe está investindo no que tem. Independente de como o esporte é gerido em cada país, os fãs nunca abandonarão essa modalidade que ajuda a unir pessoas de diferentes países e culturas. Então fique ligado que na próxima quarta-feira tem mais novidades e você poderá sair na frente naquela conversa entre amigos. 

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