No último sábado (05), após a derrota para o São Bernardo, no Pacaembu pelo Campeonato Paulista, considerado por grande parte da imprensa como mais um vexame tricolor na temporada, surgiram boatos de que o treinador Edgardo Bauza teria esperado os jogadores no vestiário para fazer duras críticas pelos desempenhos dos últimos jogos. Dentre estas cobranças, Bauza teria dito que eles não mereciam representar o São Paulo se não mostrassem comprometimento e raça. Por fim, disse que se houvesse alguém contra ele ou seu trabalho que se manifestasse naquele momento. Ninguém se manifestou e o treinador encerrou o assunto. Na segunda-feira (07), em entrevista coletiva, o goleiro Dênis foi perguntado sobre o caso, rapidamente negado pelo arqueiro são paulino.
Se de fato ocorreu esta conversa, Bauza agiu corretamente, pois há momentos que é necessário cobrar de forma mais ríspida, dar uma chacoalhada nos jogadores.
Toda esta turbulência, dias antes do importante duelo desta quinta-feira (10) contra o River Plate-ARG pela Copa Libertadores, em solo argentino, partida na qual era considerada como “jogo-chave” devido a derrota na estreia em casa, para o The Strongest-BOL, havia a curiosidade de como a equipe se comportaria dentro de campo e, inicialmente, a especulada cobrança do treinador surtiu efeito.
Os primeiros 10 minutos de jogo, foi de domínio da equipe argentina, criando três oportunidades de gol, com uma bola na trave e duas finalizações de Alário paradas no goleiro Dênis . O semblante dos jogadores do São Paulo era de muito nervosismo, errando muitos passes. Após este início ruim, a equipe mostrou personalidade e foi para cima do River Plate e, aos 16 minutos após cobrança de falta de Carlinhos a zaga argentina tirou mal dando rebote para Paulo Henrique Ganso pegar de trivela e fazer um lindo gol para o São Paulo. Aos 31, em falha de Dênis após cobrança de escanteio sai o empate da equipe argentina. O goleiro tricolor, ao invés de encaixar uma bola onde estava livre preferiu socar, ela bate nas costas de Thiago Mendes e entra. Aos 45, o goleiro Barovero demora para sair jogando e Calleri rouba do goleiro, mas na hora do chute o atacante é derrubado por um zagueiro argentino e o juiz nada marca (Pênalti claro). No segundo tempo, Calleri, Thiago Mendes e Kardec perderam três boas chances de gol para o tricolor. Além disso, quase no fim, Ganso em uma sequência de domínios e demonstrações de habilidade, aplicou uma linda caneta no volante Domingo, arrancando suspiros até dos hermanos. O camisa 10 tricolor, fez em todo o jogo o que se espera dele, comandou o meio campo, articulando as jogadas de ataque. Pelo lado argentino, houve pressão na segunda etapa, porém, sem oferecer muito perigo a meta são paulina. Com este empate por 1x1, o River continua em segundo do grupo A, o São Paulo soma seu primeiro ponto e ocupa a terceira colocação.
Certamente, a postura do São Paulo nesta partida serve de exemplo para o restante da temporada. O time mostrou compactação, personalidade, raça e obediência tática, atitudes cobradas por torcida, treinador e diretoria. A falha do goleiro Dênis e o erro do árbitro impossibilitaram que a equipe voltasse da argentina com a vitória. Mas nesta quinta, o resultado ficou em segundo plano, pois este grupo precisava dar uma reposta com bom futebol dentro de campo, e isso ocorreu. Mantendo-se isto, podem sonhar com voos mais altos.
O grande acerto do treinador Edgardo Bauza, foi colocar o Rodrigo Caio no banco, e montar uma dupla de zaga experiente e de muita personalidade com Lugano e Maicon. Esta tem que ser a zaga titular na Libertadores e nas competições que o clube disputar, mas a condição física do ídolo são paulino pode comprometer já que a comissão técnica afirma que o jogador não suporta uma sequência de jogos.
Se for mantido este desempenho, o torcedor são paulino pode acreditar na classificação para as oitavas de finais.