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Inversão de ordens é necessária na Seleção: individualidades em prol do coletivo, não o contrário



Willian comemora seu primeiro gol contra a Venezuela. Sua individualidade decidiu a favor de uma equipe ainda empobrecida coletivamente. (Créditos de imagem: UOL)

Diferente do que é pensado em parte da opinião pública, a atual geração brasileira não é a tragédia ou o desastre que querem mostrar. O número de jogadores de destaque no futebol a nível mundial corrobora tal afirmação. Não, não é a melhor geração da história, há lacunas evidentes, mas se comparada a jogadores de outras nacionalidades, faz frente a qualquer país.

Então, fica a dúvida sobre o que impede uma equipe jovem e de bom potencial técnico de render e nos últimos 8 jogos oficiais, perder 4. A resposta está no senso coletivo (ou falta de).


Dunga, atual técnico da Seleção Brasileira, foi capitão da Seleção campeã de 1994. Herdou a braçadeira durante a competição pelo fato de Raí, de contínuo desempenho ruim, ter sido barrado e dado lugar a Mazinho. Aquela equipe tinha em Romário e Bebeto seus pilares. Era uma equipe que se organizava em prol de seus craques, assim como em 2002 com Ronaldo e Rivaldo.  Mas o futebol mudou muito de lá para cá, principalmente nos últimos 8 anos. Futebol que, já era coletivo, está muito mais coletivo ainda. Portanto, por mais que Neymar seja genial, não dá para formar uma equipe de vassalos esperando o lampejo do mais criativo. Não em 2015. O coletivo tem que potencializar a capacidade individual de cada um. Naturalmente o mais talentoso se sobressai.

O Chile é o grande exemplo. Atual campeão da Copa América e terceiro colocado do Qualificatório para a Copa do Mundo, é uma equipe na concepção da palavra. Coesa, organizada, entrosada. Cenário pronto para que o talento de cada jogador apareça, como os de Alexis Sánchez e Arturo Vidal. Assim como é o cenário que Douglas Costa tem no Bayern para brilhar e fazer sucesso.

Cenário que demonstra estar sendo implementado por Rogério Micale na Seleção sub-22. Fragilidade de seus adversários nos últimos amistosos à parte, é visível o trabalho coletivo na equipe olímpica. Com isso, os talentosos Gabriel Jesus, Gabriel, Felipe Anderson e outros jogadores de enorme potencial demonstram rendimento e evoluem.



Talento não falta ao Brasil. Ele precisa ser é lapidado, potencializado. A equipe tem que fazer o individual funcionar, não o contrário. Dunga e sua comissão técnica precisam mostrar que têm competência para resolver tal situação, e com isso evitar que o Brasil passe pelo risco de ficar de fora da Copa do Mundo pela primeira vez. Antes um por todos do que todos por um.

 

Categorias: Futebol brasileiro, Seleção Brasileira

Felipe Balbino

Escrito por Felipe Balbino

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