Crédito foto: Renato Silvestre | Oeste
No mês de abril, Corinthians e Osasco Audax disputaram a primeira semifinal do Campeonato Paulista de 2016. Além de duas das equipes que tiveram bons jogos na fase inicial, o confronto trazia como destaque os treinadores Tite e Fernando Diniz, dois dos raros casos de continuidade no futebol brasileiro. O tema já havia sido abordado aqui no Esportudo.com.
Passados exatos cinco meses, nenhum dos dois segue no mesmo clube, ainda que os motivos das trocas tenham sido, em tese, positivas. Os novos desafios, porém, mudaram completamente o rumo de ambos. Tite cresceu e assumiu a seleção brasileira. Diniz foi para o Oeste, juntamente com alguns atletas para disputar a Série B – competição onde está apenas brigando contra o rebaixamento.
O sucesso de Tite era o esperado. A situação de Diniz, talvez não. Com diversos boatos e oportunidades de assumir um time grande do cenário nacional, é possível que o momento atual do treinador seja algo surpreendente, mas apenas acentua o que já foi defendido por muitos: a proposta de jogo é muito legal, mas dificilmente vai dar certo em um time de maior expressão.
Crédito foto: Reprodução | Facebook oficial Osasco Audax
Para atingir o vice-campeonato do Paulistão com o Osasco Audax, Fernando Diniz teve três temporadas. As campanhas modestas anteriores foram comemoradas para um time sem grandes aspirações no torneio. Essa paz e tranquilidade permitiu que o treinamento fosse intenso até chegar no bom futebol apresentado em 2016 pelo time paulista. Esse prazo dificilmente passaria do primeiro ano em um clube de grande torcida.
Outro fator importante é justamente o padrão de jogo proposto. A ideia é diferente e deve ser valorizada, evidentemente, mas também é pouco competitiva. Tentar implantar o mesmo sistema a todo custo não parece algo possível e, talvez, justifique o fracasso atual e até anteriores, como no Paraná Clube. Um bom treinador é aquele que enxerga o que melhor existe em seu elenco e prepara um esquema para otimizar a produção do time, e não aquele que impõe um sistema de jogo aos seus comandados.
O Oeste ainda não vive uma situação crítica. Não está na zona de rebaixamento (embora seja o primeiro fora dela) e tem totais condições de manter-se na segundona para 2017. Mais do que o futuro do time paulista, porém, todos estão ansiosos em ver o que Diniz reserva para os próximos anos. Ele precisará rever alguns dos (bons) conceitos que tem do jogo para escapar do rótulo de treinador de um único bom trabalho que muitos recebem.
E aí curtiu o nosso conteúdo? Comente e acompanhe mais notícias do futebol interior no Esportudo.com!
Veja também:
Tite e Diniz: quando a continuidade de um técnico traz resultado
5 coisas que o Audax nos ensina sobre a vida
Técnicos de base são o futuro ou retrocesso no futebol brasileiro?