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Cruzeiro na Libertadores: Longe de convencer

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O Cruzeiro venceu mas não agradou. Frágil defensivamente, a equipe celeste passou apertos durante a partida contra o Mineros e quase se complicou.

Três partidas e nenhum gol sofrido. Na vitória de ontem, contra o Mineros, na Venezuela, as redes de Fábio, novamente, não foram balançadas. Não, infelizmente este não é um texto de elogios à equipe cinco estrelas, pois ela esteve longe de convencer. “Quanta passividade no Cruzeiro!”. “Essa partida é indigna de um time brasileiro”. “O Cruzeiro se defende muito mal!”. “O Cruzeiro está muito parado!”. Essas foram algumas das frases usadas pelo narrador do canal FOX Sports para toda a América de língua espanhola, e reflete exatamente o que foi o jogo.

 

O sistema defensivo, que foi bastante elogiado nos dois primeiros jogos da Libertadores, ontem parecia que estava em pré-temporada. Incrível a facilidade com que o Mineros chegava na área celeste e explorava as laterais. Nem Mayke e nem Mena foram capazes de conter as jogadas adversárias satisfatoriamente. Ofensivamente, até que Mayke apareceu algumas vezes, mas Mena pouco tentou. Em uma das raras subidas, ele conseguiu botar Marquinhos em ótimas condições para marcar o segundo gol.

 

A fragilidade na marcação, a desorganização tática e os enormes espaços deixados no meio de campo incomodam os torcedores celestes. Se os venezuelanos tivessem um pouco mais de qualidade técnica ganhariam o jogo. Apresentaram um volume ofensivo interessante durante boa parte da partida, mas esbarraram nas boas defesas de Fábio, que apareceu muito bem.

 

Talvez o que mais faltou ao Cruzeiro ontem foi qualidade no meio de campo. Desde a metade do primeiro tempo se notava a falta de combatividade. Até parecia que o volante era o Damião! Willian Farias e Henrique sumiram em boa parte do jogo, estiveram longe do que apresentaram nos primeiros jogos. Já no setor criativo, Arrascaeta, novamente, pouco produziu. Ele deixou Marquinhos em excelentes condições para marcar no segundo tempo, mas não é suficiente para um camisa 10.

 

Uma situação que vem se repetindo nos jogos do Cruzeiro é a quantidade de gols perdidos. Alisson cabeceou para fora duas vezes, além de desperdiçar uma grande oportunidade cara a cara com o goleiro na segunda etapa. Marquinhos também teve uma grande chance e não converteu.

 

O que também vem se repetindo são as boas atuações de Leandro Damião. Ele deu combate na saída de bola adversária, acompanhou a subida dos volantes em algumas oportunidades, fez o pivô no segundo gol celeste e ainda deixou a sua marca na primeira etapa. Enfim, tudo o que se espera de um atacante referência.

 

Na partida de ontem deu para perceber novamente a qualidade do técnico Marcelo Oliveira na leitura do jogo. Foi apenas o Charles e o Ceará entrarem que o time ficou mais organizado, combativo e confiável. Após o segundo gol, Judivan entrou na partida, mas não teve grandes oportunidades de mostrar algo, já que a equipe celeste apenas tocava a bola e esperava o tempo passar.

 

Para o restante da competição, essa inconstância deve ser corrigida. Há jogos em que a defesa joga muito bem, mas o ataque não produz. Ontem, o ataque até que criou, mas a defesa foi um desastre. Apesar de ter conseguido um excelente resultado, o time não convenceu. A liderança no grupo 3 não pode servir de base para acomodação. Ajustes devem ser feitos o mais rápido possível visando os jogos contra adversários de maior qualidade técnica.

 

A próxima partida do Cruzeiro na Libertadores será em casa, no dia 8 de abril, contra o próprio Mineros. E espera-se não ouvir mais expressões como aquelas usadas pelo narrador da FOX Sports.

Categorias: Futebol, Cruzeiro, libertadores

Danilo Chagas

Escrito por Danilo Chagas

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