Cruzeiro estréia e mesmo com um empate, mostrou um futebol seguro defensivamente e criou boas oportunidades para marcar seu gol e sair com a vitória.

O Cruzeiro viajou para a Bolívia com a necessidade de mostrar um futebol diferente do que apresentou na última Libertadores. Com um time bastante modificado com relação às quartas-de-final do ano passado, quando foi eliminado pelo San Lorenzo, a equipe se mostrou mais combativa e mais segura. Mas isso não é o suficiente. Contra o Universitário, as oportunidades foram criadas, mas faltou aquele golzinho para trazer os três pontos para casa.

Tudo bem que o Universitário não é um bom time, tem um ataque fraco e meio campo pouco criativo, mas há de se ressaltar a boa partida do sistema defensivo celeste, que teve uma atuação segura, tanto dos zagueiros quanto dos laterais. Houve um equilíbrio entre as subidas de Mena e Fabiano, que não deixaram o time exposto. Fábio, sempre que exigido, compareceu com boas defesas

Os dois volantes iniciais, Henrique e Willian Farias, foram muito eficientes nos desarmes e antecipações, mas falharam muito na distribuição de jogo, naquele que poderia ser o “penúltimo passe”. De vez em quando aparecia um buraco no meio de campo, que o Universitário aproveitava para disparar de fora da área, e deve ser corrigido para o restante da competição. Willians, que substituiu o Farías no segundo tempo, fez uma partida segura, apareceu bem, com bons desarmes e bons passes. Por sua vez, Henrique errou quase todos os lançamentos longos que tentou, comprometendo as subidas de contra-ataque. Que falta faz o Lucas Silva nesse quesito!

No meio campo criativo, ressalta-se a entrega do Marquinhos, sempre voltando pra marcar e aparecendo sempre pra buscar a bola e distribuí-la, porém pecou um pouco nos passes. Arrascaeta não apareceu como deveria. De vez em quando dava alguns passes interessantes, mas, no geral, sumiu do jogo. Em seu melhor momento na partida, no começo do segundo tempo, Marcelo Oliveira resolveu substituí-lo por Judivan, que teve uma boa oportunidade para marcar, mas acabou desperdiçando. Willian também errou o alvo em um disparo dentro da área e segue pouco produtivo em 2015. Ajudou na recomposição, mas ofensivamente vem contribuindo muito pouco. 

No ataque, Leandro Damião teve a chance do jogo, após invadir a área, cortar o zagueiro e, com a perna boa, chutar para fora. Foi aquela famosa “bola que atacante não costuma errar”. Mas sua participação no ataque foi satisfatória, buscou o jogo o tempo todo, tentou tabelas, fez pivôs, enfim, tudo o que se espera do atacante, mas faltou o gol.

Se para o Damião faltou o gol, para o Joel faltou a cabeça. Após um carrinho violento num adversário, totalmente desnecessário, ele, que havia entrado um pouco antes no lugar de Willian, recebeu o vermelho direto e é desfalque contra o Huracán.

Apesar do empate, foi interessante ver o empenho na marcação. Quando os jogadores da Raposa pressionavam os bolivianos eles entregavam a bola com relativa facilidade. Além disso, o Cruzeiro conseguiu controlar bem o jogo, sobretudo nos primeiros vinte minutos do segundo tempo, impondo seu ritmo, trocando passes, sem ansiedade, esperando uma boa oportunidade para chegar à área e concluir. Esses dois aspectos faltaram na Libertadores do ano passado e servem como esperança para esse ano.

A primeira rodada termina com todos os times empatados com um ponto. O próximo desafio será contra o Huracán, da Argentina, na próxima terça, no Mineirão. É a chance de vencer o principal concorrente e assumir a liderança do grupo 3.