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CrossFit Competitivo: Relato de quem acompanhou de perto o Kvra Games

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Crédito foto: Reprodução Instagram oficial da competiçãof

Neste fim de semana, 27 e 28 de maio, foi realizada a 4ª edição do Kvra Games, uma competição de CrossFit que reuniu quase mil atletas unidos por um estilo de vida saudável e desafiador. O local do campeonato foi o Modelódromo do Ibirapuera, localizado próximo a conhecida avenida 23 de maio, em São Paulo.

As provas da competição foram elaboradas e divididas em três categorias: Iniciante (novato no esporte), Scale (nível intermediário) e RX (fora de série) – todas contaram com trios masculinos, femininos e mistos. A categoria Scale Masculino foi a que mais teve equipes, 88, seguida pela Iniciante Feminino com 68 equipes.

Mas afinal, como será que foram esses dois dias de campeonato? A equipe do Esportudo.com esteve presente na retirada dos kits e compareceu também aos dois dias do torneio para trazer em detalhes os pontos positivos e negativos deste campeonato de CrossFit.

O primeiro acerto do Kvra Games foi disponibilizar três dias para retirada do kit, além de ter disponibilizado um stand no evento para quem não retirou com antecedência, bom para quem mora fora de São Paulo, mas é bem verdade que eles falharam. A garrafa de água que estava na peça da divulgação, junto com a camiseta não foi entregue a nenhum atleta, conforme imagem abaixo:

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Crédito foto: Reprodução Facebook oficial do torneio

O kit em geral foi fraco. Ele foi entregue dentro de uma sacola de papelão da loja com um cupom de 15% de desconto para comprar nas lojas da rede e mais dois comprimidos termogênicos fechavam o kit. Justiça seja feita; a camisa foi muito bem-feita e era esteticamente bonita.

Estruturação das provas e divulgação das baterias

A montagem dos WODs foi bem-feita. As provas foram desafiadoras e possíveis sim de se realizar dentro do time cap. Mas se por um lado, foram bem montadas, a divulgação das mesmas foi no mínimo deficiente, principalmente para quem veio de fora de São Paulo para competir.

Os atletas só souberam na sexta-feira (26/5) às 21h30, o horário exato que entrariam na arena no dia seguinte pela manhã. Por falar em horário, as provas começaram muito cedo, por volta das 7h. Do sábado para o domingo, a espera pela divulgação foi ainda maior: às 23h. Lamentável.

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Crédito foto: Reprodução Instagram oficial do torneio

O maior acerto da organização da Kvra foi a escolha localização da disputa. Foi de fácil acesso. Quem veio de carro, conseguiu parar tranquilo. As falhas vieram da produção; coisas importantes como sanitário, vestiário, área de atletas e suprimentos não atenderam à dimensão do campeonato.

Sanitários

O local tinha apenas três banheiros químicos masculinos e outros três femininos para o público, além de outros três de cada dentro da Área de Atleta para um público de pelo menos 1.500 espectadores. É verdade também que havia três banheiros do próprio Modelódromo, sendo que o de deficiente estava quebrado, mas ambos eram minúsculos e assim como os banheiros químicos, estavam nojentos.  

Vestiário inexistente

Como pensar em um campeonato e esquecer de um vestiário? Se já é horrível usar um banheiro químico, imagina se trocar lá dentro? Falha grave.

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Crédito foto: Reprodução Instagram oficial do torneio / Boxinside.me

Área do Atleta

Precária. Muita gente para pouco material. Tinha uma marca dando suplementação e só, nada demais. O briefing era dado ali mesmo, porém mal dava para ouvir. A acústica era péssima, tanto dentro como fora, muita gente perdida e pouca informação. A narração das provas também deixou a desejar.

Os coaches também não tinham acesso a esta área, ou seja, os caras te treinam o tempo inteiro e na hora que você mais precisa, ele não pôde entrar. Ouvi também relatos de atletas que receberam um não para um copo de água, pois segundo a pessoa da organização a água estava acabando.

Alimentação no Modelódromo

Se você esteve com fome ou quis tomar um cafezinho provavelmente deve ter desistido. A oferta não atendia a demanda e alguns dos proprietários dos poucos foodtrucks nem se deram ao luxo de abrir seu negócio na parte da manhã. Alguns colegas ficaram mais de uma hora esperando um pão na chapa com café.

Anulação da prova 2 (sábado) e adiantamento das provas no domingo

A anulação da prova 2, onde o desafio era fazer 35 heavy med ball clean e 2 mil metros de remo com time cap de 10 minutos, deixou muitos atletas bravos e com razão. Tudo por conta de alguns problemas no remo da Fokus.

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Crédito foto: Reprodução Instagram oficial do torneio

A partir daí o diretor de prova resolveu anular todos os resultados, decisão equivocada e desrespeitosa com atletas que levam vantagem no aeróbico e sabiam que seria difícil uma boa pontuação na prova 3, onde era totalmente de força (Rm de Front Squat com time cap 5 minutos). O mais correto era deixar quem teve problemas fazer novamente e não cancelar de quem treinou e deu o sangue, sabendo que na outra prova não iria tão bem. Lamentável. Os problemas aconteceram nas primeiras baterias e só foi resolvido, o que aconteceria, após o término da última bateria gerando muito stress.

Outra questão que deixou a desejar foi começar as provas 4 e 5 com antecedência. Não se começa um evento marcado antes da hora. Atraso? Faz parte, mas antes não pode. Foi perceptível atletas entrando sem aquecimento ou tentando fazê-lo dentro da própria arena a poucos segundos do início da prova. Público e atletas se sentiram desrespeitados.

Falta bom senso de alguns atletas

Era nítido que havia ali vários atletas competindo fora de suas devidas categorias. Não competiam com quem deveriam e estavam ali mais para exibição do que para uma competição sadia. Isso é desanimador, principalmente para quem está começando no CrossFit Competitivo.

Uma saída para isso é uma seleção da própria organização, definindo sua real categoria no ato da inscrição por critérios claros, como por exemplo limites por peso. Temos alguns exemplos já sendo realizados assim aqui no Brasil como o Monstar Games, que faz uma classificatória online. Caso contrário, fica muito desigual contar com o bom senso dos competidores.

Trios campeões

Clique aqui para ver o leaderboard final do campeonato.

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Crédito foto: Reprodução Instagram oficial do torneio

Opinião do site sobre a competição

O Kvra Games tem boas ideias, mas peca em termos de organização, produção e decisões precitadas. Precisa evoluir bastante para não perder atletas nas próximas edições e até mesmo para conquistar novos adeptos.

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Categorias: Saúde e Nutrição, CrossFit, competição, Crossfit competitivo, Competição de CrossFit, Relato, CrossFit Brasil, CrossFit adaptado, Campeonato de CrossFit, Kvra Games, Kvra

Caique Cobra

Escrito por Caique Cobra

Caique Cobra é formado em jornalismo pela FIAM FAAM, atleta de CrossFit e Gerente de Conteúdo no Esportudo.com. Seus textos são embasados por dentro de análises, críticas e opiniões com um olhar meramente desmistificado.

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