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Palmeiras: Entenda como o Allianz Parque foi essencial para o título

Written by Lucas Barozzi | 14/dez/2016 20:03:00

Crédito foto: Getty Images

Em uma entrevista que fizeram com o Jair Ventura, técnico do Botafogo-RJ, que por sinal foi uma das revelações deste Campeonato Brasileiro, o perguntaram sobre a característica de cada treinador de qual ele foi auxiliar. Quando perguntaram sobre o Cuca, sua resposta foi: estratégico.

Ter um técnico estrategista foi essencial na campanha do Campeonato Brasileiro de 2016 para a conquista do título, afinal de contas, o Palmeiras teve os melhores números, inclusive, o de melhor mandante.

Crédito foto: Divulgação oficial do clube

De todas as novas arenas, o Palmeiras no Allianz Parque foi o time que mais teve derrotas e isso se deve a uma série de acontecimentos como, por exemplo, a troca de jogadores, técnicos, brigas para não cair, entre outras coisas. Com a chegada de Cuca, tudo mudou.

O alviverde em casa, que já era temido, ficou ainda mais forte somando apenas uma derrota em território palestrino no Campeonato Brasileiro, que foi para o Atlético Mineiro num jogo marcado pela ausência de Gabriel Jesus e Fernando Prass, que serviam a seleção olímpica e de Moisés que estava com lesão na coxa direita.

Isso se deve, principalmente, aos dois “motores” que o time alviverde possui no meio-campo: Moisés e Tchê Tchê. Ambos com marcas fortes de versatilidade em seu estilo de jogo eram os famosos “motorzinhos” do time, e, além disso, os dois possuem muita qualidade técnica e física. Já o Moisés atua tanto como primeiro ou segundo volante, quanto como meia, e sua característica é de força e criação. Por sua vez, Tchê Tchê é muito veloz e passador, sem contar sua versatilidade de atuar em diversas posições, é o jogador que mais teve jogos pelo time no Campeonato Brasileiro e foi o que mais deu e acertou passes.

A partir disso, Cuca criou uma intensidade de jogo nesse campeonato que só o Palmeiras tinha e uma identidade no time de amassar seus adversários com marcação alta e jogo veloz em território alviverde. Ao todo foram 19 jogos, 14 vitórias, quatro empates e apenas uma derrota, fazendo 35 gols e tomando apenas 13, se tornando o melhor mandante.

Crédito foto: Divulgação oficial do clube

Tudo isso se soma, logicamente, ao ótimo repertório de uma defesa forte, consistente e pouco vazada, que contava com o colombiano Yerry Mina e o já querido da torcida Vitor Hugo, que além de ótimos defensores também ajudavam o ataque. Nas laterais, os personagens são Jean e Zé Roberto, ambos não são laterais de ofício, o Jean foi um volante improvisado e o Zé Roberto, com 42 anos, teve muito sucesso em sua carreira atuando como meia. Outros jogadores apareceram também na linha da zaga, mas esses quatro foram os protagonistas do cadeado palmeirense neste Brasileirão.

O ataque por sua vez teve a cria da base, que novamente com o dedo do técnico Cuca, virou um monstro: Gabriel Jesus. O atacante foi tirado das pontas e deslocado para o centro, sem precisar voltar para marcar, assim mostrou todo seu faro de gol e não só fez como concedeu assistências aos companheiros. O jogador incendiava o jogo, pois não deixava de disputar uma dividida e brigava com os volantes e os zagueiros, driblava, arriscava jogadas e, portanto, foi essencial para a campanha como mandante. O garoto de 19 anos era o isqueiro do time, que tinha para o abastecer Dudu e Roger Guedes, ambos velocistas, dribladores e ótimos finalizadores. Dudu por sua vez, o capitão do time, foi o líder de assistências deste campeonato com dez e é o artilheiro do Allianz Parque com 11 gols, onde já se tornou personagem fundamental e querido por utilizar a camisa 7 do antigo animal Edmundo.

No entanto, o futebol não se faz apenas dentro de campo, nas arquibancadas e nas redondezas do estádio, o clima de caldeirão verde alimentavam esses resultados e empurravam o time para cima dos adversários. Nas redondezas, não faltavam fogos, bandeirões, instrumentos musicais, sinalizadores e lógico, a sua marca tradicional de time ligado a Itália – com pizzas sendo vendidas a 10 reais.

A torcida empurrou o time e o apoiou em todas as situações e não foi coincidência, o time teve a melhor média de público do campeonato. Em dados de setembro, era cerca de 33.000 pessoas. Um número altíssimo de presença e força dedicada ao clube.

Dos 80 pontos que consagraram o título alviverde, 46 foram conquistados dentro do Allianz Parque. O time não abdicava de ir para cima quando jogava como mandante, não houve um jogo em que o estádio não estava cheio. A fila de 22 anos, acabou não só por causa de 11 jogadores e uma comissão técnica, mas por todo um apoio coletivo de torcedores que tanto de dentro quanto de fora da arena, faziam ferver o caldeirão.

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