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Opinião: Neymar X Cavani, quem errou?

Written by Gabriel Croquer | 22/set/2017 19:02:00

Crédito foto: Getty Images

No último domingo, 17, em clássico válido pela Ligue 1, PSG e Lyon mediram forças no Parc des Princes. O duelo era muito esperado: são, pelo menos no papel, as duas maiores forças do futebol francês, em confronto que marcava a estreia do trio MCN (Mbappé, Cavani e Neymar) jogando em frente a sua torcida. O jogo transcorreu bem para a equipe parisiense, que venceu por 2 a 0, com dois gols contra da dupla de zaga adversária, mantendo assim, o ótimo e tranquilo início de temporada, certo? Errado. Aos 11 minutos do segundo tempo, o que já havia sido dúvida e motivo de discussões entre torcedores e jornalistas do mundo inteiro voltou à tona. Falta perigosa para o time anfitrião, quem bate? Neymar, o jogador mais caro do mundo, ou Cavani, o artilheiro da temporada passada e que era o chefe absoluto do ataque até a chegada do brasileiro?

Ficou claro que não existe nenhum acordo entre os jogadores. Daniel Alves segurou a bola e a escondeu de Cavani, para mais tarde entregá-la para Ney, que não dirigiu nenhum olhar para o contrariado uruguaio e cobrou o tiro livre, obrigando ótima defesa de Anthony Lopes. Mais tarde, aos 33 minutos da etapa complementar, foi marcado o pênalti para o PSG. Diferentemente das faltas perigosas, a disputa para a conclusão de penalidades máximas na equipe de Paris está mais definida, por enquanto. Cavani pegou a bola e discutiu rapidamente com o camisa 10, que desistiu e saiu andando da área irritado, antes de também desperdiçar sua chance. Após o episódio, a briga e o circo da imprensa estavam armados. O técnico do PSG, Unai Emery, pouco contribuiu com o clima de incerteza e disse que as cobranças de pênalti são decididas entre os atletas, mas completou: "Se não houver acordo, eu vou decidir".

O maior culpado por trás de toda a polêmica, na minha opinião, é justamente Unai Emery, é tarefa dele determinar quem é o batedor de faltas, pênaltis e escanteios. Faltou ao comandante ter pulso firme e dizer para o jogador mais badalado da equipe ou para o artilheiro veterano quem será o coadjuvante. Essa conversa em pré-temporada teria encerrado a briga antes mesmo dela começar. 

Porém, o comportamento dos jogadores também não foi o ideal. Segundo o jornal francês "L’Équipe", os dois atacantes discutiram mais uma vez após o jogo no vestiário, e só não partiram para a agressão porque Thiago Silva interferiu no conflito. Qual foi o comportamento de Neymar, algumas horas depois do jogo? Deixar de seguir Cavani no Instagram, uma atitude ridícula que só serviu para alimentar os veículos de imprensa. Mais tarde, o uruguaio veio a público minimizar a situação e o estafe do camisa 10 disse não ter conhecimento sobre o ocorrido, mas já era tarde, jornais já trabalhavam a todo vapor criando histórias mirabolantes.

Por exemplo, segundo o "Sport", jornal da Catalunha, o craque brasileiro teria pedido à diretoria imediatamente após a suposta discussão para negociarem o uruguaio. Muitos criticaram e xingaram o brasileiro, engolindo a notícia como completamente verdadeira, esquecem que o ex-camisa 11 do Barcelona é odiado na Catalunha, especialmente pelos jornais fiéis ao clube, e parecem não parar para refletir como é que o jornalista conseguiria essa informação. É difícil pensar antes de xingar e condenar alguém, porém, é necessário.

Crédito foto: Getty Images

O que sabemos com certeza é que Cavani entrou em uma briga que não pode ganhar. Não adianta usarmos estatísticas e impressões para opinar qual dos dois deve bater as faltas ou os pênaltis, a decisão será feita internamente. Mas é fato que o camisa 9 não tem a mesma estrela, longevidade, mídia e o futebol do ponta-esquerda brasileiro, que será mais cedo ou mais tarde, o dono do time. Entretanto, isso não os impede de chegarem a um acordo, ou de até mesmo de Unai Emery bater o martelo e acabar com a polêmica. 

E foi exatamente isso que o técnico fez. Na última quinta-feira, 21, confirmou em entrevista já ter conversado com ambos coletiva e separadamente, deixando bem definido quem será o responsável para os próximo jogos. O que não significa que os atacantes ainda estão brigados, pelo contrário, há vários sinais de que os sul-americanos estão em paz: No treino da última quarta-feira, 20, os dois se trataram cordialmente e ainda no mesmo dia participaram do jantar de reconciliação que Daniel Alves organizou para todos os atletas da equipe. De acordo com o jornal "L’Équipe", Ney, antes do treino no dia seguinte ao jantar, ainda pediu desculpas a todo o elenco por seu comportamento no vestiário após o jogo. 

Se existe vilão nessa história, esse é o brasileiro. É justo que ele queira bater pênaltis e exija isso, como o fez respeitosamente na partida. Entretanto, o ex-Barça colocou lenha na fogueira com suas atitudes em redes sociais e se o "L’Équipe" está certo, veículo muito mais imparcial que o Sport, foi ele que quis cobrar o uruguaio no vestiário, dando início a briga.

Mesmo assim, fica a dúvida: com o discurso diplomático, o técnico não confirmou à imprensa quem é o seu escolhido, será que realmente o fez internamente? Meias-medidas não resolverão nada, e esperar solidariedade dos craques é ingênuo, são dois monstros que passaram grande parte de suas carreiras na Europa como coadjuvantes e que agora querem para si os holofotes. Nos resta aguardar a próxima partida do clube, neste sábado, 23, contra o Montpellier. Quem sabe Neymar não volta a seguir Cavani no Instagram?

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