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Identificação, idolatria, amor à camisa. Estes são termos cada vez mais raros no futebol mundial, hoje tomado pelo mercado de cifras monstruosas. Porém, existiram poucos jogadores que valorizavam o significado da camisa de um clube, de uma torcida, de uma cidade. Jogadores que, em toda sua vida profissional, negaram propostas milionárias pelo simples motivo de serem gratos pela instituição que os acolheu desde o início.
Pensando no respeito que esses atletas merecem, o Esportudo separou uma lista de dez jogadores que entraram para a história por vestirem, do início ao fim de sua carreira, uma só camisa.
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O "mito" é, sem dúvidas, um dos maiores ídolos do São Paulo FC. O ex-goleiro defendeu initerruptamente o Tricolor, de 1990 até 2015. Nestes 25 anos, viveu cercado de recordes. Além de sagrar-se o atleta que mais vezes disputou partidas pelo mesmo clube, com 1238 jogos, Ceni foi exímio cobrador de bolas paradas, o que fez dele o goleiro que mais vezes marcou na história deste esporte, com 132 gols. Mas, não é só pelos números que o capitão se tornou ídolo do time do Morumbi, também foi importantíssimo nas maiores conquistas do clube, vencendo dois Mundiais de Clubes e duas Libertadores, em 1993 e 2005. Recentemente, se arriscou como técnico. Os resultados não refletiram o sucesso como atleta, mas a fidelidade que teve com o clube que o projetou não foi, e nunca será, apagada.
"São" Marcos, como foi apelidado o goleiro titular de uma das maiores conquistas do Palmeiras, a Libertadores de 1999. As defesas milagrosas foram rotina nos 20 anos em que o ex-goleiro defendeu o Verdão, de 1992 à 2012. Foi outro que deixou o coração bater mais forte do que qualquer proposta, principalmente quando, em 2002, rejeitou proposta do Arsenal, da Inglaterra, para ajudar o Palmeiras, rebaixado naquele ano, a voltar à primeira divisão. Identificado com o clube e com a torcida, Marcos ainda é, e provavelmente sempre será, tido como o goleiro que melhor defendeu as traves alviverdes.
O galês foi um dos meias mais equilibrados que já se viu no campo. Privilégio do Manchester United, que teve o prazer de o acolher durante toda sua carreira, de 1990 até 2014. Carreira que talvez seja a mais vitoriosa que um jogador já construiu, sendo o que mais vezes foi premiado na história, totalizando 36 títulos. Entre elas, duas Champions League, em 1999 e 2008. Também é quem mais vezes vestiu a camisa dos Red Devils, com 963 partidas. Hoje, permanece em Manchester e levou a inteligência dos gramados para o cargo de auxiliar técnico.
O "Príncipe Ruivo", apelido que ganhou dos fãs, Paul Scholes foi outro que se revelou no Manchester United na década de 90 e por lá ficou. Meio-campista habilidoso e famoso pela precisão nos passes, Scholes esteve no United de 1994 até 2011, quando se aposentou. Mas, Alex Ferguson, técnico do time na época, o convenceu a retornar aos gramados. Jogou então por mais um ano e se aposentou em 2013, mas deixando para trás uma linda história construída ao lado de apenas um escudo.
Mais um que dedicou sua carreira ao Manchester United, o ex-lateral Gary Neville também fez parte da safra de talentos dos Red Devils na década de 90, na qual estava também seu irmão mais novo Phil Neville. Defendeu o United por duas décadas ininterruptas, de 1991 a 2011, disputando pouco mais de 600 partidas nesse período. Perderia espaço nos últimos anos, mas nada muda a belíssima história que construiu neste tempo carregando a faixa de capitão em Old Trafford.
Filho do ex-jogador Cesare Maldini, que também defendeu o Milan durante toda sua vida profissional, Paolo já tinha seu caminho definido. Foram 25 anos, de 1984 a 2009, defendendo as cores do clube rossonero. Até hoje é lembrado como um dos melhores atletas do futebol mundial, sendo considerado pela FIFA, e por tantos outros especialistas, o melhor zagueiro central da história. Dono de uma técnica anormal, o ambidestro não se restringia aos desarmes, também aplicando dribles e lançamentos que o auxiliaram a construir uma história invejável no mundo da bola.
Ser torcedor assumido do rival Everton não impediu Jamie Carragher de construir uma bela história no Liverpool. No clube desde os nove anos de idade, revelou-se zagueiro aos 18, em 1996. Ficou por lá até 2013, somando 17 anos como atleta profissional do clube. Foram 736 jogos e muitas conquistas, destacando-se a Champions League conquistada em 2005.
Passando por todas as fases das categorias de base do clube catalão, Puyol começou no Barcelona B, em 1997. Dois anos depois, já era titular do time principal, e por lá ficou até o ano de 2014. Capitão do time, balançou sua cabeleira característica em 583 partidas. Só chamava mais atenção que o visual seu futebol. Era um zagueiro de jogadas duras, mas não costumava cometer muitas faltas, o que o credencia como um dos melhores que a Espanha já teve. Com três Champions League no currículo, o capitão já não está nos gramados, mas permanece como um dos grandes ídolos da história recente do Barça.
Talvez o maior ídolo da história do Botafogo, Nilton Santos revolucionou a posição de lateral-esquerdo, já que foi um dos primeiros a usar da versatilidade para defender e atacar com a mesma eficiência, o que o rendeu a nomeação de melhor da história na posição pela FIFA. Os 729 jogos pelo Fogão não são suficientes para representar a dimensão de sua idolatria no clube carioca. Talvez, esta fique mais clara ao se perceber que, em homenagem ao lateral, o nome do estádio do Alvinegro seja Estádio Nilton Santos. Sem falar da estátua do jogador posicionada em frente à entrada.
Chamá-lo de "Rei de Roma", por incrível que pareça, não é exagero nenhum. Capitão, camisa 10, maior artilheiro de todos os tempos. Não são precisas muitas palavras para descrever o que Francesco Totti significa para a Roma e o que a Roma significa para Totti. Conviveu com sondagens durante toda sua vida, mas decidiu por ser um craque de uma só camisa. Esta relação de amor ocorre desde 1992, sendo que Totti jogou 782 vezes e marcou incríveis 302 gols. No dia 17 de julho deste ano, anunciou sua aposentadoria, mas nada que venha a atrapalhar esse romance, pois o maior ídolo da história da Roma será agora dirigente do clube.
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