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E o vôlei, merece respeito? Indignação vai dos torcedores à atletas

Written by Vanessa Mamprim | 23/fev/2017 0:00:00

Crédito foto: Getty Images

O vôlei é considerado o segundo esporte mais querido do país. Colecionador de cinco medalhas de ouro olímpicas, este jogo de quadra tem causado algumas polêmicas envolvendo atletas e torcedores. Uma delas é em relação às mudanças que alguns jogos estão sofrendo na tabela oficial do torneio nacional.

Partidas que antes eram marcadas para às 19h30 estão passando para às 22h, o que se torna inviável para quem gosta de acompanhar, já que alguns ginásios ficam em regiões extremamente perigosas no período da noite. Com o agravante de que as partidas podem ser decidas no último set, e no novo horário isso passaria da meia noite.

Diante desse e de outros pontos negativos, a equipe do Esportudo conversou com alguns fãs do esporte que são contra esta mudança e expressaram seus motivos. Vamos a eles!

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“Na minha opinião, esse horário tem sido ruim por causa da violência que o Rio de janeiro está passando, você não se sente seguro quando sai do ginásio tarde da noite, os ônibus estão mais vazios e muitos de nós moram em regiões distantes como Baixada e Zona Oeste. Eu moro na Zona Norte, que fica até que perto da região do ginásio, só que em jogos às 22h, o último ônibus sai às 23h e dificilmente irei conseguir pegá-lo. Além disso, o trajeto pela Av. Brasil da linha parador da medo, pois são as paradas de ponto onde se tem mais registro de assaltos. Às vezes eu pego táxi na volta, só que R$ 70,00 fica um custo muito alto", declarou Paulo Henrique S. da Silva, 47 anos, morador de Brás Pina, RJ. "Acho que isso tem atrapalhado bastante”, completou.      

"Sem contar os dias que chove e as ruas alagam. A vantagem do jogo mais cedo é chegar ao local com segurança e poder sair da mesma forma, podendo calcular o próximo ônibus ou metrô ou trem. Sabendo que o jogo irá começar cedo, o torcedor vai até mais despreocupado porque vai ter mais gente na rua, mais movimento de carros", comentou Thainá Margarida Mendes, 21 anos, moradora de Duque de Caxias, RJ. 

"Eu acho péssimo e extremamente inoportuno marcar jogos para às 22h. É um horário inadequado para o público que tem compromisso no dia seguinte, além de muito arriscado o retorno para casa, pois se o jogo for para o tie break, invariavelmente a partida pode terminar a uma hora da manhã. Justamente por estar assistindo um jogo com início tardio e essa partida ter ido para o tie break eu saí muito tarde da Tijuca, resolvi que era mais seguro ir de Uber e ainda assim fui assaltada no caminho de casa", contou Andréa Cristina Nanni, 50 anos, moradora de Vila da Penha, RJ. "A vantagem do jogo cedo é que os fãs do vôlei podem desfrutar mais tempo com os jogadores, tirando fotos ou apenas tietando", finalizou. 

Crédito foto: Reprodução

"Para mim, que moro longe, fica muito difícil de ter condução para retornar para casa. Então, esse horário das 22h é horrível, imagina com cinco sets. Perigo existe em qualquer lugar do Rio, por isso temos que ter cautela. O que me passam é que no entorno do ginásio é muito desprotegido, 0% de segurança e por isso me privo de sair de casa ir até lá", lamentou Joyce Criatina Nunes, 47 anos, moradora de Santa Cruz, RJ. "É um esporte que merece a nossa presença", completou.

"Não sei porque o Rexona não usa os horários alternativos de sábado à tarde, como outros times fazem", indagou Leandro Nascimento de França, morador de Nova Iguaçu, RJ, 34 anos.

Aí, muitos ao lerem a matéria podem falar: “Por isso que eu não vou aos ginásios, vou ficar no conforto do meu sofá, apreciando o esporte que amo tanto pela tela da minha TV”, só que não! Isso é uma outra polêmica que também vem desagradando.

Muitos jogos estão ficando sem transmissão. No dia oito de fevereiro, a Superliga teve sete partidas – seis pelo torneio masculino e uma pelo feminino –, e todas sem transmissão. Isso gerou revolta por parte de alguns atletas, e eles usaram as redes sócias para expressar suas insatisfações. Caso de Gustavo e Murilo.

A revolta maior foi por parte do jogador do SESI, que tinha gravado um vídeo horas antes da partida confirmando que no canal do clube haveria transmissão do jogo. Porém, recebeu uma notificação em seguida de que isso não aconteceria, o que aumentou sua indignação com a organização.

Dias antes, a Confederação de Vôlei fez uma postagem informando que o jogo realizado entre São Cristóvão Saúde São Caetano X Rexona SESC, realizado no estado do Amazonas, alcançou a marca de maior público da temporada atual da Superliga, sendo que este mesmo jogo não foi transmitido.

Crédito Foto:  Divulgação / Facebook oficial CBV

Em nota, a CBV declarou que não proíbe as transmissões por internet, desde que estas obedeçam a um padrão de qualidade compatível com o produto e que por força de contrato com os detentores de direito de transmissão por Tv, os jogos pela internet devem ser exibidos nos canais de comunicação da própria Confederação, que já franqueou aos clubes esta possibilidade. Mas isso não está acontecendo!

Assim, a popularização do esporte e até mesmo a busca por mais patrocinadores vêm sendo minada a cada dia. Preferem informar o andamento da partida pelo arcaico procedimento do ponto a ponto, onde não se tem imagem ou muito menos legendas do que se passa no jogo, somente a mudança numérica no placar.

Enfim, tudo não se passa de uma grande falta de respeito àqueles que acompanham o esporte há décadas, que pagam o preço que for para ter o prazer de assistir de perto seus ídolos ou mesmo àqueles que pagam seus canais por assinatura a espera de poder assistir um grande jogo pela TV. Que a Confederação e as emissoras detentoras de imagens aprendam o grande significado desta palavra: respeito!

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