Crédito da foto: Reprodução Facebook oficial do clube
Santos e Dorival Jr. vivem uma grande história de amor no esporte. Mesmo com o futebol se tornando um negócio e o dinheiro dominando algumas ligas (Estados Unidos e China), muitos técnicos são leais a determinadas equipes. É muito comum ouvir de alguns torcedores que determinados técnicos “nasceram” para treinar suas equipes.
Sir Alex Ferguson treinou o Manchester United por mais de duas décadas. José Mourinho é muito querido pela torcida do Chelsea, após fazer o clube crescer e colocá-lo no cenário do futebol europeu. No Brasil, qualquer situação semelhante é muito rara e improvável, pois os dirigentes, em geral, não têm paciência para um resultado a longo prazo, mas não para o Peixe e seu técnico.
Dorival Jr. é muito querido pela torcida do Peixe. Em sua terceira passagem pelo clube praiano, tal carinho não se deve apenas aos títulos. São mais de 150 jogos à frente do clube, sendo 94 vitórias, 29 empates e apenas 35 derrotas. Conquistou dois Paulistas e uma Copa do Brasil (a primeira da história do clube).
Júnior goza de plena confiança da torcida, que somado ao bom trabalho, gerou o carinho e a sensação de “técnico ideal e perfeito para treinar o time”. Dorival Jr. se identifica com a filosofia de jogo do clube, e só faz melhorá-la.
O Santos é um dos times que mais revela jogadores no mundo, portanto, tem sempre bons atletas nas categorias de base. Por usar bastante os jogadores da base na equipe principal, o que é valorizado pela torcida, seu laço com os torcedores alvinegros se fortaleceu. O time tem o “DNA ofensivo” e, sabendo disso, o treinador sempre deixa o ataque mais forte, sem se esquecer da defesa.
Crédito foto: Divulgação oficial do clube
O técnico usa Gustavo Henrique na defesa, usou Geuvânio (vendido para o futebol chinês) e Gabriel Barbosa (vendido para a Internazionale). Ele dispõe também de Zeca e Thiago Maia, que foram convocados para a seleção olímpica e trouxeram o 1° ouro para o Brasil. Além desses, há muitos outros atletas no time profissional que foram revelados no clube.
Em média, nas últimas temporadas, o Peixe teve mais de 50% de seu time profissional formado por atletas da base. Atualmente, são 13 de 29, ou seja, cerca de 45% do elenco todo. Porém, ainda há jogadores emprestados e este número era mais alto no início da temporada, quando o elenco foi formado: havia Gabigol e Geuvânio; e outros chegaram no lugar destes.
Uma característica que é para poucos técnicos e satisfaz a torcida. O treinador tem personalidade forte, e já criticou a direção do clube em algumas ocasiões: uma delas foi a venda de Geuvânio.
Historicamente, o rendimento do Peixe cai no 2° semestre, todo ano. No entanto, mesmo com a dificuldade em repor as peças importantes que deixaram o elenco, ele continuou mantendo viva a esperança de mais um título na temporada. Assim como nos últimos anos, o Santos chegou na final do Campeonato Paulista e ganhou. O time é muito bom em mata-mata, pois a Vila Belmiro faz a diferença – talvez mais do que qualquer outro estádio do país –, mas caiu na Copa do Brasil e só restou o Brasileirão.
O time passou a se dedicar inteiramente ao torneio, jogando cada partida como se fosse uma final. O resultado disso são quatro vitórias em quatro partidas, ou seja, 100% de aproveitamentos desde a eliminação para o Internacional na Copa do Brasil. No 1° turno, o clube obteve 57% de aproveitamento. No 2° turno o time já tem 34 pontos de 48 disputados, ou seja, 70,8% de aproveitamento. O time já soma mais pontos do que no primeiro turno inteiro.
Para entrar, mesmo que tarde, na briga pelo título nacional, Dorival fez com que Copete e Ricardo Oliveira virassem máquinas de fazer gols: o time nem sente a ausência de Gabigol. Júnior melhorou o desempenho fora de casa, que era a principal fraqueza do time. O Santos é, praticamente, o único time que pode ter alguma esperança de vencer o campeonato e tirar o título do Palmeiras. Isso se deve, essencialmente, ao trabalho de Dorival na temporada.
Ao longo de todos estes torneios e bons trabalhos, Dorival Júnior conquistou o respeito da torcida, dirigentes e jogadores. O carinho que os torcedores têm pelo treinador é merecido. É digno de uma homenagem no clube, sem dúvida.
Parabéns, Dorival Júnior!
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