Crédito foto: Divulgação Ferrari
Fato 1; um motor de um Fórmula 1 gera 1.200 cavalos de potência (um bom carro médio de passeio gera 150) num carro muito leve, que precisam ser transformados em movimento nas rodas traseiras. Numa disputa que envolve milésimos de segundos por volta, a potência do motor tem que ser aproveitada ao máximo. Acelerar para ficar parado, cantando pneus sem sair do lugar como faz seu vizinho com o carro do papai é um desperdício impensável de combustível, potência e pneus.
Fato 2; nas corridas de F1 tem curvas. As rodas dianteiras têm que estar totalmente em contato com o solo, obedecendo aos comandos do volante, senão os carros simplesmente derraparão e passarão direto por elas. As corridas terminarão ao final da primeira reta.
Para não ter que fazer como nós com nossos carros, que é andar devagar e fazer as curvas mais devagar ainda, a solução são as asas, que usam a resistência do ar em alta velocidade para grudar o carro na pista, como num avião ao contrário. A dianteira, chamada de spoiler puxa a frente para o chão, permitindo curvas em alta velocidade. A traseira, aerofólio, empurra as rodas de tração para o piso, impedindo que girem em falso. Os dois dispositivos em conjunto, por sua vez, impedem que o carro inteiro saia simplesmente derrapando de lado em qualquer movimento.
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As medidas e formas básicas das asas são previstas no regulamento, mas cada equipe tem (pouca) liberdade para pequenas alterações, como, por exemplo, nos spoilers que mantém as rodas da frente no chão e, ao mesmo tempo, direcionam o ar para refrigerar os freios e o motor, daí aquele monte de aletinhas na asa.
De uns anos para cá o regulamento permite que as asas traseiras sejam móveis. Em trechos de reta determinados (zonas DRS) em cada GP, o piloto que estiver a menos de 1s do carro da frente recebe um aviso luminoso em seu volante e pode acionar um dispositivo que abre uma janela no aerofólio, permitindo passagem maior de ar, gerando menos arrasto e maior velocidade final, dando melhor condição para ultrapassagens. Se o carro que está na frente estiver a menos de 1s de outro, mesmo retardatário, ele também pode usar o botão, anulando a vantagem de seu perseguidor.
Tudo isso envolve a mais alta tecnologia aerodinâmica e aeronáutica, com milhares de simulações computadorizadas e testes em laboratórios com túnel de vento, entre outros recursos, que custam muito, muito caro, e empregam centenas de profissionais de alto nível em cada equipe.
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Um passeio no parque, assim definiu um dos engenheiros da Mercedes ao cumprimentar, pelo rádio, o vencedor Lewis Hamilton após o GP do Canadá. O piloto britânico que já tinha dado show nos treinos, igualando a quantidade de poles de Ayrton Senna, largou bem e não foi ameaçado em nenhum momento. Seu rival na disputa pelo título, o alemão Sebastian Vettel, se complicou na largada, perdeu um pedaço da asa dianteira, parou para trocar o bico e voltou para uma corrida de recuperação. O 4º lugar foi lucro. Dividindo o pódio com Hamilton, seu companheiro de Mercedes, Valtteri Bottas e Daniel Ricciardo (AUS – Red Bull), confirmando nossa aposta da semana passada.
Destaque para os pilotos da Force India, principalmente o novato Esteban Ocon (FRA), que chegou num ótimo 6º lugar e podia ter ultrapassado seu companheiro de equipe e ido melhor, mas foi impedido por ordens do box. Quando a equipe se tocou da besteira, Vettel já tinha passado os dois. Amigão Lance Stroll (CAN – Williams) correndo em casa não bateu, fez boas disputas e marcou seus primeiros pontos.
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O brasileiro Felipe Massa (Williams) tentava se desembaraçar da turminha do miolo do grid nas primeiras curvas da corrida, ainda naquela bagunça pós-largada, quando foi atropelado por Carlos Sainz (ESP – Toro Rosso) que veio totalmente desgovernado após um toque qualquer. Não completou nem uma volta.
Logo após a corrida, no pódio, um empolgado Patrick Stewart (o professor Xavier de X-Men) entrevistava os vencedores quando teve a brilhante ideia de tomar uns goles de champanhe na sapatilha suada de Daniel Ricciardo. Vai ser difícil explicar ao dentista o pé-de-atleta nas gengivas.
Pilotos
1º Sebastian Vettel / ALE - Ferrari – 141 pontos
2º Lewis Hamilton / GBR - Mercedes – 129 pontos
3º Valtteri Bottas / FIN - Mercedes – 93 pontos
4º Kimi Raikkonen / FIN - Ferrari – 73 pontos
5º Daniel Ricciardo / AUS - Red Bull Racing – 67 pontos
6º Max Verstappen / HOL - Red Bull Racing – 45 pontos
7º Sergio Pérez / MEX - Force India – 44 pontos
8º Esteban Ocon / FRA - Force India – 27 pontos
9º Carlos Sainz Jr. / ESP – Toro Rosso – 25 pontos
10º Felipe Massa / BRA - Williams – 20 pontos
Equipes
1º Mercedes – 222 pontos
2º Ferrari – 214 pontos
3º Red Bull – 112 pontos
4º Force India – 71 pontos
5º Toro Rosso – 29 pontos
6º Williams – 22 pontos
7º Renault – 18 pontos
8º Haas – 15 pontos
9º Sauber – 4 pontos
10º McLaren – 0 pontos
A próxima corrida é dia 25, no Azerbaijão. Gostou dos comentários? Comente e acompanhe mais notícias do seu esporte favorito no Esportudo.com!
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