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Rio 2016: Análise dos convocados para Seleção Brasileira olímpica

Written by Gustavo Massi | 30/jun/2016 10:18:00


Crédito montagem: Esportudo.com / Fotos: Divulgação site oficial dos clubes
Não há dúvidas de que o futebol brasileiro é o futebol mais vitorioso do planeta. O Brasil é o maior campeão de Copas do Mundo com cinco títulos, somos a maior fábrica de craques da história do futebol e, mesmo que não estejamos no auge do nosso futebol, hoje não existe um grande clube europeu que não possua pelo menos um jogador brasileiro em seu elenco. No entanto, também que é inegável que o futebol brasileiro possui uma grande pedra em seu sapato: AS OLIMPÍADAS!

Ainda que seja, historicamente, a grande referência no futebol mundial, nunca conquistamos a medalha de ouro em qualquer edição dos Jogos Olímpicos. Batemos na trave em três oportunidades, conquistamos a medalha de prata nos jogos de Los Angeles (1984), Seul (1988) e Londres (2012). 

Créditos: Rafael Ribeiro / CBF

Na manhã desta quarta-feira (29) foram divulgados os 18 nomes que representarão o Brasil nos jogos do Rio de Janeiro e, na humilde opinião deste que vos escreve, temos motivos para acreditar que finalmente conquistaremos o ouro olímpico. Vamos aos nomes:

Goleiros

Fernando Prass (Palmeiras)
Uilson (Atlético Mineiro)

Zagueiros

Rodrigo Caio (São Paulo)
Luan (Vasco da Gama)
Marquinhos (Paris Saint-Germain)

Laterais

William (Internacional)
Douglas Santos (Atlético-MG)
Zeca (Santos)

Meias

Thiago Maia (Santos)
Rodrigo Dourado (Internacional)
Fred (Shakhtar Donetsk)
Rafinha Alcântara (Barcelona)
Felipe Anderson (Lazio)

Atacantes

Neymar (Barcelona)
Douglas Costa (Bayern de Munique)
Luan (Grêmio)
Gabriel Barbosa (Santos)
Gabriel Jesus (Palmeiras)

Favoritismo brasileiro

Muitos são os fatores que me levam a crer que o Brasil é sim o favorito ao título olímpico, o primeiro deles estará sentado no banco de reservas. Trata-se do técnico baiano de 47 anos,  Rogério Micale. Tite foi confirmado como técnico da seleção principal poucos dias atrás e em sua primeira entrevista como técnico anunciou que não dirigiria a seleção olímpica. A qualidade técnica de Tite é indiscutível, mas acredito que sua decisão foi a mais certa possível. Micale é um especialista na formação de jogadores e já está na CBF desde 2015.

O baiano trabalhou com a seleção sub-20 que foi a vice-campeã mundial e terceira colocada nos jogos Pan-Americanos. Ele já conhece os jogadores e tem feito um excelente trabalho nas seleções de base. Como comparativo, vale lembrar que em 2012 o técnico olímpico seria Ney Franco, que já vinha trabalhando com as seleções de base, mas as vésperas dos jogos, a CBF anunciou que Mano Menezes, técnico da seleção principal, dirigiria a seleção nas Olimpíadas. Com uma geração que tinha Neymar, Oscar, Leandro Damião, Hulk e Thiago Silva como destaques, ficamos apenas com o vice-campeonato.

O segundo fator é Neymar. O craque brasileiro conquistou seu espaço entre as grandes estrelas do futebol mundial e hoje está atrás de poucos jogadores, talvez Cristiano Ronaldo, Messi e Suarez. Como nenhum deles estará presente, Neymar é a maior estrela das Olimpíadas. Após a polêmica da Copa América, Neymar parece estar motivado para ganhar este título inédito.

Crédito foto: Getty Images

Algo que também tornará a vida do Brasil mais fácil é o fator mando de campo. Jogaremos em casa, com o apoio de nossa torcida e com estádios lotados. No futebol isso pode fazer uma grande diferença. Mas nada disso faria diferença sem um plantel de qualidade, Micale precisa de peças para montar um time, Neymar já mostrou que sozinho não se vence um campeonato e torcida não ganha jogos sem um bom time.

Nestes Jogos Olímpicos temos uma das mais promissoras seleções em décadas. Espera-se muito de jogadores como Gabigol, Gabriel Jesus, Luan e Marquinhos que são jogadores com experiência nas seleções de base, alguns até na seleção principal. Se Micale conseguir encaixar estas peças, podemos esperar um time altamente competitivo.

O que pode atrapalhar este time é a pressão pelo fato do Brasil nunca ter conquistado uma medalha de ouro olímpica. É aí que entra, na minha opinião, mais uma decisão acertada da comissão técnica. Cada seleção pode levar até três jogadores com mais de 23 anos para compor seu elenco. Uma das vagas nunca foi mistério, Neymar já havia declarado a meses que quer disputar as Olimpíadas, mas uma das vagas foi preenchida com o goleiro Fernando Prass do Palmeiras. 

A presença de jogadores acima de 23 anos deve ser pensada além da questão técnica, é preciso pensar em jogadores que acrescentem liderança e experiência ao jovem grupo olímpico. Neste requisito a escolha do goleiro palmeirense foi acertadíssima. Prass é vitorioso (duas copas do Brasil como maiores conquistas), possui bagagem em grandes clubes do futebol brasileiro (Vasco e Palmeiras) e está acostumado a lidar com grandes pressões, uma vez que já disputou duas vezes a segunda divisão. Prass também é bastante técnico, com desempenho bastante regular na defesa do Palmeiras, além disso, é um exímio pegador de pênaltis, algo que certamente pesou em sua escolha. Prass pode equilibrar a juventude do elenco brasileiro e ser a liderança que Neymar ainda não conseguiu ser.

Crédito foto: Cesar Greco / Agência Palmeiras

Talvez a única decisão equivocada seja a escolha de Douglas Costa. O jogador do Bayer de Munique é um excelente jogador e tem presença garantida na seleção principal. No entanto, Douglas Costa e Neymar rendem mais no mesmo lado do campo, algo que já se mostrou um problema na seleção principal. Além disso, o poder ofensivo desta seleção já é bastante elevado, Neymar, Gabigol e Gabriel Jesus é um ataque de muito respeito, acredito que seria mais interessante reforçar o meio de campo com jogadores criativos como Lucas Lima, Ganso e Philippe Coutinho, ou então reforçar a zaga brasileira com nomes como Thiago Silva, Miranda e Gil. 

O cenário é bastante positivo, o técnico foi mantido, temos o melhor jogador da competição, peças de qualidade e jogamos em casa. Futebol não é uma ciência exata, grandes surpresas acontecem frequentemente e nem sempre o melhor time vence, mas é inegável que largamos como um dos grandes favoritos, senão o maior, para a disputa dos Jogos Olímpicos.

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