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NFL: Deixem a prorrogação em paz

Written by Marcos André | 7/mar/2017 11:03:00

Crédito foto: Getty Images

Um dos maiores clichês relacionados ao futebol americano é o que diz que o esporte está mais para o xadrez do que para o MMA – e nós, fãs da NFL, sabemos muito bem disso. Tão importante quanto executar um passe perfeito, ou fazer aquela recepção acrobática na sideline, é a estratégia que cada time é capaz de elaborar para cada temporada, para cada partida, para cada jogada.

Na temporada de 2016, após dois raros empates, a discussão sobre o formato da prorrogação veio à tona. Para colocar ainda mais lenha na fogueira, o Super Bowl foi para o tempo extra pela primeira vez em 51 edições. Afinal, não seria melhor seguir o formato do futebol americano universitário, em que cada time tem, obrigatoriamente, direito a atacar uma vez? É justo que Matt Ryan não tenha tido a chance de encostar na bola na prorrogação durante a grande final?

Defendo uma posição não muito comum sobre o assunto: não, não está na hora de mudar a regra da prorrogação. Aliás, deixem ela em paz!

O modelo atual teve início na temporada de 2012. Antes disso, o formato adotado – em que qualquer pontuação matava a partida – era extremamente injusto, pois o peso de vencer o cara ou coroa era excessivo. Considerando um bom kicker que consiga acertar chutes de mais de 50 jardas, a equipe que vencesse na moeda precisaria de apenas uma ou duas boas jogadas para chegar em field goal range e vencer o jogo.

O formato atual, contudo, resolveu esse problema e exige uma estratégia muito mais elaborada do que qualquer outro, tornando-o o mais emocionante. Dependendo das limitações – e dos pontos fortes, claro – de seu elenco, do seu adversário e até mesmo das condições de campo, novos caminhos podem ser seguidos em direção a uma vitória. Ao contrário do que a maioria dos fãs defendem, não acho que seja sempre vantajoso começar atacando: se você realmente confia em sua defesa, mas tem um ataque limitado, por que não começar dando a bola para seu adversário? Assim, basta forçar um punt e depois é possível garantir o triunfo com apenas três pontos do ataque, sem a necessidade de anotar um touchdown.

Crédito foto: Getty Images

Bill Belichick, o maior estrategista da história da National Football League, sabe muito bem disso.  Em 2015, numa partida contra os Jets, New England venceu na moeda e decidiu começar chutando. Apesar da derrota, o técnico explicou sua decisão, como sempre, de forma bastante direta: “O mais importante é a posição de campo. Com boa posição, você não precisa levar a bola muito longe. Sua defesa consegue parar o adversário e você só precisa de um field goal para ganhar o jogo".

Em 2013, Belichick já havia apostado em sua defesa – e daquela vez deu certo. Num jogo contra os Broncos, em que o vento era fator decisivo, New England começou chutando. Com uma boa atuação da defesa e do special teams, a bola voltou para a equipe dos Patriots, que conseguiu vencer a partida apenas com um field goal.

Em condições normais, a maioria dos times realmente vão preferir começar atacando – mas o atual formato da prorrogação sempre deixa uma pulga atrás da orelha dos treinadores de times cujos ataques não são tão eficientes, ou quando o clima não está o ideal. É por isso que ele deve ser mantido. E você, o que acha? Deixe sua opinião!

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