Na última quarta-feira, 08, o Barcelona jogou no Camp Nou pelas oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa. O jogo de volta foi contra uma equipe que cresceu muito no cenário europeu nos últimos anos. O Paris Saint-Germain conseguiu, em Parque dos Príncipes na partida de ida, um feito que é para poucos. Com dois gols de Di Maria, um de Draxler e um de Cavani, o time francês saiu muito à frente na briga pela classificação.
Houve quem disse que uma virada seria impossível, isso porque da última vez que o Barça perdeu por 4 a 0 fora de casa pela competição, acabou perdendo também por 3 a 0 em casa - o massacre foi feito pelo Bayern de Munique. Um tabu também estava contra a equipe de Luís Enrique: nunca na história do torneio um time conseguiu reverter um placar de quatro gols de diferença no mata-mata. Entretanto, o que parecia impossível aconteceu e o placar acabou em 6 a 1, eliminando o Paris Saint-Germain - foi a segunda queda em cinco anos.
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Não tendo outra alternativa a não ser atacar, o Barça buscou o gol desde o início, deixando bem claro sua proposta de jogo e que nada interessava além de marcar muitos gols, pressionando muito a saída de bola. Então, com menos de três minutos jogados o time da casa estava no ataque. A bola foi jogada na área do PSG e, de forma horrorosa, Marquinhos falhou ao deixar Suárez cabecear e abrir o placar.
Aos 40, a bola foi passada por cima da zaga para Iniesta, porém, muito forte. Bastava que o camisa 5 protegesse até a bola sair pela linha de fundo. Mas, num lance bizarro, ele deixou Iniesta tomar à frente e tentar um passe para trás: a bola bateu em Kurzawa e entrou.
Aos 90, quando estava apenas 4 a 1 (resultado que classificaria o PSG), pênalti de Marquinhos, convertido por Neymar. Ou seja, dos seis gols necessários para a classificação dos Blaugranas, três (50%) resultaram de alguma falha do zagueiro. Sua atuação foi pífia, muito abaixo do que se espera de um jogador de Seleção.
Não importa o quão bom seja um time, para vencer partidas, ele precisará do apoio dos torcedores. A torcida fez sua parte, comparecendo ao jogo e apoiando o tempo todo. No entanto, viu-se grande euforia no Camp Nou em dois momentos diferentes.
As arquibancadas vibraram ao longo de toda a primeira etapa, mas com o terceiro gol, aos 50, os presentes foram ao delírio e cantaram muito, pois o time estava próximo do placar necessário para, no mínimo, levar a decisão para a prorrogação. Aos 88, ainda estava 3 a 1 e, apesar de ser pouco, a equipe ganhava todos cantavam. Então, Neymar fez de falta e melhorou o humor da galera. Com o quinto, o estádio voltou a vibrar: o sonho estava vivo.
Ao marcar o sexto gol, sem dúvida não havia torcedor que sentisse frio no Camp Nou. Todos estavam felizes e extasiados, pulando muito, gritando e vibrando com a classificação épica.
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O Barcelona é o melhor clube do século 21. Para os que presam por números e o futebol bonito e vistoso, não basta, deixo os dados a serem interpretados. É o clube que mais venceu a Liga dos Campeões desde 2001 - foram quatro vezes. Desde a temporada 2005/2006, o time não esteve entre os quatro melhores da competição em apenas três ocasiões - 06/07 foi eliminado pelo Liverpool, 13/14 e 15/16, caiu para o Atlético de Madrid nas quartas de final. Das últimas 11 edições, esteve, pelo menos na semifinal, oito vezes. O Barça também venceu todas as finais que disputou desde então.
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Na primeira partida, Unai Emery demonstrou o porquê de ter vencido a Liga Europa três anos seguidos. O técnico conseguiu, com grande êxito, anular o ataque mais perigoso do planeta: o trio MSN. Isso porque Emery colocou seus três meias para se revezarem na marcação de Iniesta, sempre dois por vez, impedindo que ele alimentasse o ataque.
Há alguns anos, esta tática não funcionaria, pois se ele concentrasse a marcação no camisa 8, Xavi poderia fazer a ligação com o ataque. Observando isso, Luis Enrique buscou uma solução para o jogo em casa, e achou: pressionou a saída de bola do time francês, induzindo-o ao erro. Ele colocou Rafinha, que é rápido, habilidoso e canhoto, para jogar no lugar de Messi. Deixou a La Pulga jogando mais para trás, perto do meio de campo. Assim, ele teria mais facilidade para pegar a bola no meio e levá-la ao ataque.
Messi flutuava de um lado para o outro do campo, podendo buscar o jogo. Confundiu totalmente a marcação do PSG e reverteu o placar agregado. Assim, o Barça conseguiu ir ao ataque e marcar os gols necessário para se classificar.
O inédito aconteceu e, a partir de agora, o Barcelona é o favorito ao título. Visca, Barça!