Crédito foto: Divulgação / Site oficial Grêmio Osasco Audax
O torcedor brasileiro já está acostumado com o início de ano. Um mês de férias, alguns amistosos, nem sempre tão bons, e começa o Campeonato Estadual. Hoje em dia, com a diferença gigantesca que existe entre os investimentos dos clubes grandes e os ditos pequenos, é praticamente impossível imaginar que uma zebra vá invadir o torneio e se sagrar campeã diante de times que podem contratar qualquer jogador daquele ano, ou de outros.
O que os clubes menores fazem para terem alguma vantagem, então, é começar seus treinos para a temporada que se aproxima, antes dos maiores, aproveitando seu calendário curto. Vendo por este lado, mesmo com pouco dinheiro e técnica, já podemos pensar que algum deles pertencente às divisões principais pode se complicar contra adversários mais fracos.
Mas não dá para ficar de fora das fases finais, não é? Como fazer um campeonato em que já sabemos quem vai para a disputa de título? Na verdade, é bem simples. Basta criar um regulamento impossível para os fracos e fácil para os fortes. É isso que acontece com os Estaduais, pelo menos os mais importantes. É raro ver um time pequeno chegar até uma final, salvo algumas exceções.
Crédito foto: Divulgação / Site oficial Volta Redonda
Se pegarmos os exemplos mais famosos, de estados mais fortes no cenário nacional, sempre será visível uma “ajuda”, dada pelo regulamento, para que os times grandes, na maioria das vezes, os de Série A, joguem os mata-matas e tenham mais chances de serem os campeões. E os times pequenos têm somente que aceitar e tentar um milagre todo ano.
Se ainda restam dúvidas sobre isso, vamos analisar o exemplo paulista: são 16 clubes, divididos em grupos de quatro times cada, com os quatro grandes sendo os cabeças-de-chave dos grupos. Em situações normais, os quatro integrantes se enfrentariam para passar de fase. Mas não aqui. Aqui, ninguém enfrenta os times de cada grupo, e sim, todos os outros clubes. Temos 12 rodadas para que cada time grande tenha tempo de começar um pouco lento e, depois, entrar em ritmo de competição.
Na segunda fase, os dois primeiros de cada grupo se enfrentam, finalmente, em dois jogos, para depois os vencedores jogarem de acordo com a campanha geral. Sim, tudo para os principais times terem seus confrontos na semifinal e final.
No caso carioca, dois grupos são criados, com os quatro grandes separados em dois por grupo. No primeiro turno, jogos dentro dos grupos; no segundo, entre eles. O campeão de cada turno se classifica para a disputa da competição. Antes, era uma única final, entre os dois, para ver quem seria o grande vencedor. Mas hoje, eles vão para a semifinal. Os outros dois são escolhidos pela classificação geral, de acordo com os dois turnos.
Crédito foto: Divulgação / Site oficial América Mineiro
Ou seja, os times que realmente disputam o título são: Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. Os mesmos de sempre, sem espaço para surpresas. Enquanto isso, os clubes menores lutam para chegar o mais próximo do topo que conseguirem, sonhando em jogar uma Série D, para, quem sabe, começar a subir e ganhar mais respeito, lutando, ainda, contra o dinheiro dos grandes, que fazem de tudo para se manterem no topo, usando os menores como garimpo de jogadores.
Casos de Audax, Ituano, Londrina, Caldense, entre outros servem de inspiração, mas nos alertam da monotonia que é o início de ano para o torcedor ao ter que ver seu time viajar quilômetros para um jogo chato, truncado e que une dois universos diferentes do nosso futebol.
Não adianta termos campeonatos de pontos corridos, como é o mineiro e o paranaense, catarinense e gaúcho, se será sempre os grandes que chegarão à final. Uma fase costumeira para quem tem poder e nada além de um sonho, ou façanha, para quem começa a pensar no estadual ainda em outubro/novembro, já que não tem mais nada para disputar no resto do ano.
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