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O dia 25 de outubro de 2016 amanheceu triste, cinzento e cabisbaixo, completamente diferente daquele 17 de junho de 1970. No México, o rapaz da personalidade forte, do olhar fixo e do porte esguio levantava nossa taça do tricampeonato mundial. No Brasil, este mesmo rapaz, 46 anos depois, nos deixa, e faz de uma simples terça-feira (25/10) o adeus ao eterno Capita.
Lateral-direito de origem, Carlos Alberto Torres iniciou sua trajetória no mundo da bola em 1963, quando chegou ao Fluminense – clube que o revelou – e já mostrou que tinha estrela para brilhar. No mesmo ano, conquistou com a seleção brasileira os Jogos Pan-Americanos realizados em São Paulo, e em 1964 foi campeão estadual com o Tricolor das Laranjeiras.
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Carioca do bairro da Vila da Penha, Carlos Alberto Torres deixou o Rio para estourar no Santos. Ao lado de Pelé, conquistou cinco estaduais (1965, 1967, 1968, 1969 e 1973), duas Taças Brasil (1965 e 1968), um Torneio Rio-São Paulo (1966) e uma Recopa Sul-Americana (1968).
O Peixe resolveu emprestar um dos maiores laterais direito do Brasil – e do mundo – ao Botafogo, em 1971. Mas o negócio durou apenas três meses e não rendeu frutos. O Capita retornara ao Santos.
Com saudades da sua joia, o Fluminense recontrata Carlos Alberto Torres e em 1976 ele integra a famosa Máquina Tricolor. Resultado: o bicampeonato carioca (1975 e 1976) e a semifinal do Brasileirão de 76. Com tanto brilho, o rival Flamengo o quis também, mas por lá, nada de títulos.
Durante sua passagem pelo Rubro-Negro, o Capita chamou a atenção do New York Cosmo. Decidiu, então, ir para os Estados Unidos e já atuando na zaga conquistou ao lado de Pelé e Franz Beckenbauer quatro vezes a North American Soccer League (NASL) (1977, 1978, 1980 e 1982).
Após encerrar sua carreira como jogador, nosso capitão decidiu ganhar títulos na condição de técnico. Foi campeão Brasileiro em 1983 pelo Flamengo, campeão da Copa Conmebol em 1993 pelo Botafogo e campeão carioca em 1984 pelo Fluminense.
Carlos Alberto era um jogador fora de série. Além da postura de capitão, tinha fôlego para subir ao ataque, marcar gols, retornar à zaga e levantar taças como ninguém. Porém, o ponto alto da sua vida profissional – e por quê não, a pessoal – foi o ano de 1970.
Comandada por Zagallo, aquela seleção também era incomum. Além do Capita, que marcou um dos gols da final na goleada sobre a Itália por 4 a 1 e levantou e beijou a Taça Jules Rimet, eternizando o gesto, estava em campo, também, Clodoaldo, Pelé, Edu, Zé Maria, Dadá Maravilha, Gérson, Jairzinho, entre outros.
Sim, ele era genial. O pai da Andréa e do Alexandre Torres foi aos 72 anos compartilhar suas histórias e conhecimentos na seleção do céu. Lá, ao lado de Joel, Everaldo, Félix e Fontana, seus companheiros de 70, vai erguer muitas e muitas outras conquistas e ver de cima seu nome ser dito com o mesmo respeito e honra de sempre.
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