Crédito montagem: Esportudo.com | Fotos: Divulgação oficial dos clubes e Reprodução TV
Talvez poucas palavras sejam usadas em tom tão pejorativo quanto o “projeto” (leia-se “pôjeto”) do treinador Vanderlei Luxemburgo. Embora o treinador dê margem para algumas ironias sobre o seu uso e que ele mesmo por vezes a repita insistentemente, essa é uma etapa que deveria ser levada mais a sério no Brasil – e talvez não apenas no futebol.
Milhares de pequenas empresas no Brasil morrem antes de completar dois anos de existência. Uma massacrante maioria não faz qualquer estudo prévio ou análise de viabilidade. Falta planejamento ou “projeto” como preferem chamar no meio desta modalidade. Os times brasileiros não fogem dessa realidade quando o assunto é fracasso. A diferença está na paixão: o volume de torcedores permite que o clube tenha vida longa, mesmo errando constantemente.
Crédito foto: Divulgação site oficial da Argentina
O Internacional talvez seja um dos melhores exemplos de um time que não tem nenhum estudo. Começou o ano com Argel, treinador cujo estilo é defensivo. Ao demiti-lo, trouxe Falcão com uma mentalidade oposta. Pouco durou e foi substituído por um treinador ainda mais retranqueiro que o primeiro: Celso Roth.
O São Paulo, time que outrora foi exemplo de gestão, teve caminho semelhante. Apostou em Osorio no ano passado, um dos técnicos mais ofensivos do futebol atual. Ao sair para dirigir a seleção mexicana, o Tricolor buscou em Bauza um substituto, justamente um treinador marcado por boas defesas e ataques não tão bons assim.
Não que a troca de mentalidade seja proibida, mas ela precisa ser uma opção de revisão de planejamento. O problema é que os clubes não se organizam, não projetam. E acabam por tomar decisões no calor do momento. Vale lembrar que, enquanto não fechava com Bauza, o São Paulo flertou com Sampaoli. Técnicos antagônicos que mostram que a diretoria são-paulina buscava mais um treinador estrangeiro do que um modelo de jogo.
Ambos pagaram por erros estratégicos e fizeram um Campeonato Brasileiro sofrível. Aliás, o ano todo. Há quem defenda que o Tricolor foi semifinalista da Copa Libertadores. É verdade, contudo, também é verdade que sofreu para classificar em um grupo fraco e com direito a derrota para o The Strongest no Brasil. Já o Inter, passou longe disso.
Crédito foto: Divulgação oficial do clube
E a desorganização é tamanha que nem os times com bons resultados no certame nacional escapam dessa bagunça que é o planejamento do futebol brasileiro. O atual líder Palmeiras até pode ter sido projetado para brigar na parte de cima, mas trocou de treinador no meio do caminho. Cuca chegou em março para substituir um Marcelo Oliveira, que por sinal nem deveria ter virado o ano. Também com bola rolando, chegaram dois jogadores fundamentais para a campanha: Mina e Tchê Tchê.
O Flamengo segue mesmo rumo. Zé Ricardo não foi uma opção, mas sim uma solução. Assim como o embalo do time com a chegada de Diego no meio do certame nacional. O fator novidade trazido com Diego passou e o time carioca já não consegue repetir o bom desempenho de rodadas atrás.
Crédito foto: Divulgação:: Site oficial do Flamengo
Até o Atlético-MG entra nessa roda. Contratou Fred, do Fluminense, mesmo possuindo jogadores como Lucas Pratto, Robinho, Cazares e tantos outros bons valores do meio para o ataque. Enquanto isso, a defesa sofre com alto número de gols sofridos. Será que um bom planejamento não indicaria a troca de Fred por um zagueiro mais sólido? Não que tenha sido um investimento ruim, Fred justifica com números a sua contratação, mas não parece que era essa a real necessidade do Galo.
Crédito foto: Divulgação oficial do clube | Bruno Cantini/CAM
É claro que contratações pontuais são válidas e são bem-vindas, mas têm sido cada vez mais a regra, quando deveriam ser exceção. E dessa bagunça todos participam e fazem a qualidade do jogo cair ano após ano. Sem interesse em mudar, os erros seguem acontecendo. E na hora dos resultados ruins, quem paga a conta é sempre o treinador, entre eles aquele famoso do “pôjeto”.
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