Crédito foto: Reprodução/Twitter
Pontos perdidos de bobeira em besteiras dos outros fazem falta num campeonato mundial. Para citar algumas, em 1984 nosso genial Ayrton Senna iniciava sua carreira na Fórmula 1 correndo de Toleman, uma verdadeira “cadeira elétrica”. Em Mônaco, debaixo de uma chuva torrencial, Senna voava na pista e chegou a ultrapassar Alain Prost (McLaren), assumindo a liderança, quando o então diretor da prova, o belga Jacky Ickx decidiu dar uma força para o francês e terminou a prova ali mesmo. Como acabou antes de completar 75% da corrida, todo mundo ganhou metade da pontuação da época. Prost o vencedor (valeu a volta anterior à interrupção), levou 4,5 pontos. Senna em segundo, levou três. Para Senna foi uma grande vitrine do seu talento, e a colocação não fez nenhuma diferença. Para Prost custou caro. Se tivesse deixado a coisa rolar, terminando em segundo, levaria seis pontos. Ao final daquele ano perdeu o mundial de pilotos para Niki Lauda por meio ponto.
Para continuar nos brasileiros, em 2008 Felipe Massa liderava o mundial de pilotos e o GP de Cingapura, quando o povo de seu box liberou sua volta à corrida num reabastecimento sem ter soltado completamente a mangueira de combustível. Massa arrastou o mangueirão por todo o pit lane numa cena bem ridícula e teve sua corrida comprometida, chegando atrás de seus rivais diretos. Perdeu o título para Lewis Hamilton que corria de McLaren por um mísero ponto. Nunca venceu um mundial.
Domingo agora Lewis Hamilton (GBR) liderava o complicadíssimo GP do Azerbaijão, quando após uma interrupção voltou à pista com o protetor de cabeça solto. Teve que parar novamente para prender a peça e acabou a corrida atrás de seu principal rival ao título, Sebastian Vettel (ALE) que também estava tendo um dia péssimo. Se vai fazer falta no fim do ano, vamos conferir.
Crédito foto: Divulgação
Normalmente no pódio temos um carinha muito feliz, o que ganhou, e dois apenas cumprindo uma obrigação burocrática; os dois que não ganharam. Não foi o caso do pódio desse maluco GP do Azerbaijão, corrido nas ruas da linda Baku nesse último domingo (25 junho). No topo, Daniel Ricciardo (AUS), feliz demais, por uma vitória muito improvável. Dançou, tomou champanhe na sapatilha suada (eca!), fez a maior festa. Ao seu lado um Valtteri Bottas (FIN), que esteve na última posição e arrancou um segundo lugar praticamente na linha de chegada, após a melhor corrida de sua vida, e um jovem Lance Stroll (CAN), curtindo demais seu primeiro pódio, e provando que nada como um dia depois do outro para um piloto evoluir. Fazia muitos anos que eu não via um pódio tão feliz. Todo mundo rindo a valer. É dessas coisas que explica nossa paixão pelo automobilismo.
Se nos anos 90, início dos 2000, a frieza germânica do mega-campeão Michael Schumacher contaminou positivamente a passionalíssima Ferrari, agora estamos vendo um fenômeno inverso. Difícil ver um alemão mais italiano do que Sebastian Vettel. Corre muito, mas fala com as mãos, berra, fala um monte de bobagens, perde a cabeça. Quem acompanhou direitinho viu que ele não jogou o carro intencionalmente sobre o de Lewis Hamilton (GBR). O alemão emparelhou para tirar satisfação e estava com as duas mãos fora do volante, gesticulando como uma dessas matronas napolitanas de filme, quando seu carro guinou à direita e tocou o inglês. Atitude idiota mesmo assim, que merecia punição maior do que o stop and go. Se fosse numa Sauber da vida, o garoto estaria suspenso até 2020. Como foi com o Vettel da Ferrari, ficou bem barato.
Pilotos
1º Sebastian Vettel / ALE - Ferrari – 153 pontos
2º Lewis Hamilton / GBR - Mercedes – 139 pontos
3º Valtteri Bottas / FIN - Mercedes – 111 pontos
4º Daniel Ricciardo / AUS - Red Bull Racing – 92 pontos
5º Kimi Raikkonen / FIN - Ferrari – 73 pontos
6º Max Verstappen / HOL - Red Bull Racing – 45 pontos
7º Sergio Pérez / MEX - Force India – 44 pontos
8º Esteban Ocon / FRA - Force India – 35 pontos
9º Carlos Sainz Jr. / ESP – Toro Rosso – 29 pontos
10º Felipe Massa / BRA - Williams – 20 pontos
Equipes
1º Mercedes – 250 pontos
2º Ferrari – 226 pontos
3º Red Bull – 137 pontos
4º Force India – 79 pontos
5º Williams – 37 pontos
6º Toro Rosso – 33 pontos
7º Haas – 21 pontos
7º Renault – 18 pontos
9º Sauber – 5 pontos
10º McLaren – 2 pontos
Gostou dos comentários? O próximo GP acontece no próximo dia 9 de julho na Áustria.
Veja também:
As invenções mais criativas e bizarras da Fórmula 1
Spoilers, aerofólios e DRS. Entenda a importância das asas na F1
12 verdades sobre as 500 Milhas de Indianápolis que você precisa saber