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Que Gabriel Jesus e Neymar são grandes esperanças para o hexacampeonato mundial do Brasil o mundo do futebol inteiro já sabe. Jesus, atualmente com 19 anos e Neymar com 25, são dois jogadores reflexos do futebol brasileiro, que há cinco anos se via em grande escassez de talentos. Frutos do futebol nacional, por sinal um dos mais disputados do mundo, saíram para a Europa em busca de concretizarem seus sonhos e desenvolverem suas carreiras marcadas por semelhanças e algumas diferenças que levam a uma grande questão: quem será melhor?
Neymar Jr. chegou ao Santos ainda com 11 anos, em 2003, e desde pequeno já se destacava na base do clube. Em 2009, fez sua estreia como profissional, aos 17 anos, e logo após um ano já ganhou seus dois primeiros títulos com o time da Vila Belmiro, o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil.
Em 2011, já era considerado o melhor jogador em atividade no País e se consagrou com o título da Copa Libertadores. Após diversas sondagens de times europeus, o jogador finalmente foi contratado pelo Barcelona em 2013, onde teve rápida adaptação, mas sempre exercendo função de coadjuvante – o que parece estar mudando.
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O ex-santista é espetacular em campo. Após as oitavas de final da Champions League, na histórica virada do Barcelona sobre o PSG – partida que talvez seja o começo da passagem de bastão de Messi para o Menino da Vila – provou estar muito preparado e determinado a ser o melhor jogador do mundo. Muito veloz, habilidoso e completo, com ótimo chute, de direita e esquerda, domínio e passes invejáveis o jogador mostra também aos 25 anos estar amadurecendo, e adquirindo mais inteligência emocional, que sempre foi seu ponto fraco.
Criticado, injustamente, na atual temporada pela falta de gols no clube catalão, o jogador mostra cada vez mais estar aprimorando diferentes recursos em campo, como assistências – já é o jogador com mais assistências na história de uma única edição da Champions – e decisivo em cobranças de falta. Esse é o grande diferencial do jogador: a infinidade de recursos exibidos em campo.
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A naturalidade com que joga deixa explícita sua superioridade técnica dentre a média dos jogadores, muito disso em função do longo período em que esteve em preparação para ser um jogador de alto nível, sendo seis anos na brilhante base santista e quatro anos no futebol nacional, mas também devido a seu talento nato e inteligência com o esporte.
Gabriel Jesus, por outro lado, chegou à base do Palmeiras em julho de 2013, com 16 anos, onde marcou 54 gols em 48 jogos. No dia 7 de março de 2015, o garoto estreou no profissional do Palmeiras – coincidentemente no mesmo dia da estreia do jogador do Peixe seis anos antes – e logo em seu primeiro ano como profissional ajudou o Palmeiras no título da Copa do Brasil.
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Em 2016, deu mais sinais de ser um grande talento com a campanha do tão esperado título do Campeonato Brasileiro, onde foi artilheiro do time, além do inédito título olímpico e as incríveis atuações pela Seleção Brasileira principal que lhe resultaram na transferência para o Manchester City de Pep Guardiola, onde já deixou uma espantosa primeira impressão, com três gols e duas assistências em cinco jogos, antes de se machucar.
Jesus, diferente do ex-santista ainda está no início de seu desenvolvimento profissional. Sua meteórica ascensão no futebol, com pouco tempo de base e apenas duas temporadas no Brasil, ainda deixa dúvidas quanto a seu preparo e maturidade para encarar novos desafios a longo prazo, mas o garoto prova a cada estreia e atuação, seja no Palmeiras, Seleção Brasileira ou Manchester City que não é só mais um, é especial, principalmente pelo seu foco e equilíbrio emocional, mesmo que por vezes instáveis, impressionantes para um garoto de apenas 19 anos. A questão principal a se destacar em Gabriel Jesus, que supera sua pré-disposição e facilidade para fazer gols, é sua idade. Com 19 anos não é comum seu desenvolvimento físico – já mostrou ser suficientemente capaz de aguentar uma liga tão pesada como a Premier League – muito menos sua personalidade e frieza seja para concluir em gol ou servir seus companheiros.
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Ele é mais guerreiro que o ex-santista, não tem um futebol tão vistoso e brilhante, mas é muito eficiente. Tem muita facilidade para segurar a bola no ataque, impressionante impulsão, velocidade e chute, além de precisos passes e domínios que fazem do jogador um característico camisa nove que pode ser bem aproveitado também pelas pontas. Jesus não vai pôr entre linhas, é direto. E isso pode ser sua grande virtude.
Se Gabriel Jesus será melhor que Neymar só o tempo dirá, mas o que há de se destacar é que o garoto é mais humilde e pé no chão, além de estar começando muito cedo a jogar a liga mais disputada do mundo, e com um dos melhores e mais singulares técnicos do futebol. Mas talvez nada disso seja suficiente também. O ex-santista já se mostrou excepcional e seu limite não parece ter sido alcançado.
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Disputas à parte, a verdade é que quem mais ganha com o sucesso de ambos jogadores, além deles mesmos, é a Seleção Brasileira de Tite, que por sua vez parece reerguer o orgulho e prazer do povo em torcer pela seleção canarinho. Neymar Jr. hoje indiscutivelmente é melhor que Gabriel Jesus, está mais preparado e experiente, mas tem em Gabriel um complemento perfeito para seu futebol. A sintonia demonstrada até agora nas Eliminatórias da Copa de 2018 deve crescer, o entrosamento se aprimorar e com outros grandes jogadores no elenco como Philippe Coutinho, Douglas Costa, Willian e alguns outros o Brasil deve chegar muito forte e preparado para a Copa do Mundo, o que não garante nada, mas traz notável esperança para a torcida brasileira que mais do que animada em ser novamente uma das reais favoritas se vê contente com a volta dos brasileiros nos principais cenários do futebol mundial.
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