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O Santos Futebol Clube é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores clubes do mundo, talvez, até o maior da história do futebol brasileiro. Já vestiram a camisa do Peixe os maiores de cada categoria: o Rei Pelé, a Rainha Marta e Falcão, o maior da história do futsal. Neymar, um dos maiores da atualidade é, carinhosamente, chamado pelos torcedores de “Príncipe da Vila”, afinal foi revelado no clube; e uma nova joia está sendo lapidada na Baixada Santista com o objetivo de se tornar um diamante bruto: Gabriel Barbosa, o Gabigol. O Alvinegro Praiano é o time “mais artilheiro” do mundo, com mais de 12.000 gols em toda a sua história.
Neste século, o Peixe teve duas gerações grandiosas que levarem para a Baixada Santista títulos de expressão: a “Diego e Robinho”, que conquistou duas vezes o Brasileirão, e o último foi há 12 anos; e a “Neymar e Ganso” que levantou três estaduais, uma Copa do Brasil, uma Libertadores e uma Recopa Sul-Americana. Reconhecido mundialmente por ser um dos melhores reveladores de atleta, todo ano vende jogador para o futebol europeu ou asiático por milhões de euros.
Mas, se o Santos é um gigante do futebol mundial, o que justifica um jejum tão grande no Brasileirão, que já dura mais de uma década? Por que os torcedores de clubes rivais gozam do Alvinegro Praiano, dizendo que “só ganha o paulistinha”? Entenda por que o Peixe tem dificuldades em levantar o caneco nacional.
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Para o clube, o Paulista não é uma competição a ser levada a sério. “Tá de brincadeira? Chega na final todo ano faz tempo!”. Pois é, mas a prova disso é que todos esses anos o Peixe coloca os jogadores que se destacam na categoria de base para jogar com os atletas profissionais. Em alguns desses anos, mais da metade do time profissional foi formado na base santista. E como já jogaram juntos, metade do time acaba já estando entrosado. Mas o Paulista é apenas um teste para esses jovens, serve apenas como vitrine para o time da Vila Belmiro. O Brasileirão, é uma competição longa, de pontos corridos. E, em muitos casos, demanda mais do que dedicação, como, aguentar pressão. Jogadores experientes estão prontos para isso, mas é coisa que se adquire com o tempo, e os mais jovens não sabem lidar com a situação.
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Por ser um clube que tem tradição de revelar, o Paulistão é uma espécie de vitrine para a equipe. Muitas das joias formadas no Peixe jogam o estadual tentando não se distrair com os olheiros de grandes times da Europa ou Ásia, que sabem que vieram avaliar seu futebol. Em muitos casos, a situação se estende até o Campeonato Brasileiro. Então, quando aprovados (o que é muito comum), o Santos acaba se desfazendo de atletas jovens na janela de transferência internacional (metade do ano), que é quando está acontecendo o torneio de pontos corridos. Assim, o Peixe perde jogadores que, geralmente, se tornaram importantes, no meio da competição. Isso dificulta a sequência do time no campeonato.
Crédito foto: Ricardi Saibun | Site oficial do clube
Se manter o jogador é difícil, substituí-lo é mais ainda. É muito difícil segurar no time, um jogador que sonha com o futebol europeu. Mas, se ele é muito bom, tentar fazê-lo é fundamental, pois encontrar alguém que corresponda dentro de campo como ele, é sempre um grande problema. Foi assim com Geuvânio, que foi revelado pelo Alvinegro Praiano e no Paulista ganhou o prêmio de revelação da competição. “Até hoje, nós não conseguimos encontrar alguém que possa fazer a função do Geuvânio!”, disse Dorival Júnior recentemente, reclamando da negociação do jovem com o futebol chinês. Assim, além de perder jogadores importantes no meio do torneio, todo ano o clube tem maiores dificuldades em substituí-los: o que faz o rendimento da equipe cair no 2° semestre da temporada
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Por não ser um clube considerado “rico”, é complicado manter as contas em dia. Mas a última gestão do clube deixou a desejar e acabou entrando em dívidas. Portanto, atualmente, todo o dinheiro é bem-vindo. Com tantas contas para pagar, é difícil negar milhões de euros por um jogador. Porém, se ao invés de vendê-los o clube segurá-los para o resto do Campeonato Brasileiro, não apenas o jogador envolvido na venda irá valorizar, mas o elenco todo e isso vai render muito mais ao clube. Mas no futebol não se troca o certo pelo duvidoso (a transferência por um possível título). Querer colocar dinheiro no caixa também prejudica o andamento na competição!
Em defesa do Peixe, explico por que os rivais não podem zoar o Santos, dizendo que só ganha “Paulistinha”. Chegar em oito finais consecutivas de estadual, deixa claro a qualidade em revelar atletas. Nos últimos 12 anos, o Alvinegro Praiano conquistou todos os títulos possíveis no continente. O São Paulo, que se diz soberano, nunca ganhou Copa do Brasil e tem menos nacionais; Palmeiras tem menos Libertadores e Mundiais de Clubes da FIFA; Corinthians tem menos Libertadores e nacionais. A soma destes fatores (bons e ruins) nos fazem compreender a dificuldade em terminar o Brasileiro em 1° lugar.
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