Crédito foto: Divulgação site oficial do Terracap/BRB/Brasília Vôlei
O torcedor do vôlei ficou bastante incomodado nas últimas transmissões da Superliga do SporTV e da RedeTV! por conta de cortes nas transmissões para acompanhar ao vivo as chegadas dos sobreviventes da tragédia do voo da Chapecoense. O assunto criou bastante polêmica e vai ser o tema de nossa pauta de hoje.
No dia 15/12, Terracap/BRB/Brasília Vôlei e Genter Vôlei Bauru faziam um terceiro set muito equilibrado. Com o placar de 27 x 26 e o SporTV cortou a transmissão e mostrou ao vivo a chegada do jogador zagueiro Neto ao hospital. A cena é confusa, não era possível entender exatamente o que estava acontecendo. Vimos um leito de hospital sendo empurrado (cercado por militares) e uma porta do hospital se fechando, além de muita gritaria.
A transmissão do vôlei voltou após 30 segundos, mas o jogo já havia se encerrado e com uma polêmica na arbitragem. O resultado? O telespectador ficou sem entender nada. E qual é a consequência? Quem assistia o vôlei ficou sem o momento mais importante e disputado da partida. Quem queria ver a chegada do Neto ficou decepcionado com a falta de continuidade de sua chegada.
Crédito fotos: Reprodução Twitter
Mas este não foi um fato isolado. Na transmissão do dia 13/12 do SporTV, o jogo entre Vôlei Nestlé e Rexona-Sesc foi interrompido várias vezes. Primeiro para mostrar o pouso do avião que transportava Alan Ruschel (jogador da Chapecoense) e Rafael Henzel (jornalista), seguido pela saída da ambulância para hospital, depois na chegada ao hospital e finalmente quando foram levados para o quarto. Novamente, as imagens não trouxeram grande novidade e os jogadores demoraram bastante tempo para sair da aeronave. Quase não foi possível vê-los. Durante essa mesma transmissão vimos uma parente aos prantos no hospital, além de uma muvuca para tirar as duas vítimas da ambulância e outros parentes emocionados e se abraçando.
Para piorar, o SporTV entrevistava uma pessoa inicialmente identificada como irmão do Alan, mas que na verdade era um amigo que estava claramente emocionado demais para dar uma entrevista. Durante essa transmissão vimos uma parente aos prantos no hospital, outra muvuca para tirar as duas vítimas da ambulância e outros parentes emocionados se abraçando.
Crédito fotos: Reprodução Twitter
Muitos vão falar: nossa, mas quanta insensibilidade! Foi uma tragédia o que aconteceu, como você pode ser contra a transmissão da chegada das vítimas ao Brasil?
Que fique claro: antes de qualquer coisa, esse drama chocou o País e o mundo e é claro que estamos sensibilizados pela tragédia. Esse desastre atingiu a nossa paixão nacional, o principal esporte do Brasil, e extrapola o âmbito esportivo. Não consigo imaginar a dor que sentem os parentes das vítimas e isso deve ser respeitado com dignidade.
Essa também não é uma questão de insensibilidade, muito pelo contrário. E uma questão, antes de qualquer coisa de respeito: respeito com os parentes e amigos das vítimas que estavam muito emocionados com suas chegadas e respeito com o torcedor do vôlei.
Crédito fotos: Reprodução Facebook
Os profissionais que se acotovelavam dentro dos hospitais para transmitir ao vivo o desespero de parentes e pessoas acidentadas estavam agindo com dose de sensibilidade? Faltou respeito aos quatro lados: parentes, acidentados, amantes de futebol e do vôlei.
Se o SporTV, por exemplo, possui três canais de transmissão, por que não dedicou um deles para a cobertura da chegada dos jogadores, sobretudo quando os outros dois canais passavam reprises? Uma pena. Perde o vôlei brasileiro, perde a Superliga, e principalmente perde o jornalismo.
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