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Atletiba: o dia em que a união - que faz a força - irritou gigantes

Written by Fabrício Ramos | 20/fev/2017 16:00:00

Crédito foto: Getty Images

 

19 de fevereiro de 2017. Arena da Baixada, Campeonato Paranaense. Mais um Atlético e Coritiba, ou Atletiba, como os torcedores chamam o clássico estadual. Mas a atmosfera por trás do jogo parecia mudar o clima de rivalidade dentro do estádio. Numa parceria nunca vista antes na história do futebol brasileiro, os dois clubes se uniram para uma exibição totalmente exclusiva na internet, via páginas oficiais de ambos no Youtube.

A iniciativa veio logo após a recusa dos clubes pelo valor oferecido pela detentora dos direitos de transmissão do campeonato, a TV Globo, em cerca de R$ 1 milhão, dizendo que era uma oferta “absurda”. Um dia que entraria para a história em quesito de exibição de jogos de futebol no Brasil. Mas um órgão foi crucial para que a história fosse outra: a Federação Paranaense de Futebol.

Em nota oficial, a entidade estadual diz que o jogo foi cancelado com a alegação de que profissionais de imprensa estavam sem credencial necessária para a cobertura da partida, e que após a desobediência em relação à ordem do árbitro para que se retirassem, o jogo não foi realizado, eximindo a responsabilidade da instituição e passando-a para os clubes. “Esclarece ainda, diante das inúmeras inverdades veiculadas pelos dirigentes dos dois clubes, que a Federação em momento algum questionou a transmissão via web, entendendo que não havia qualquer tipo de impedimento para sua realização, inclusive acompanhou atentamente a iniciativa dos clubes nesse novo meio de transmissão”, em relação à transmissão do jogo.

O contraponto à decisão da FPF é o artigo 42 da Lei Pelé, onde “pertence às entidades de prática desportiva o direito de arena, consistente na prerrogativa exclusiva de negociar, autorizar ou proibir a captação, a fixação, a emissão, a transmissão, a retransmissão ou a reprodução de imagens, por qualquer meio ou processo, de espetáculo desportivo de que participem”.

Nas páginas oficiais dos clubes, as notas transmitem que “diante da posição arbitrária e sem qualquer razoabilidade da Federação Paranaense de Futebol, os clubes lamentam o prejuízo causado ao futebol paranaense, em especial aos seus torcedores”.

O clássico foi marcado, também, por brigas de torcidas em diversos pontos da cidade. No entorno do estádio Couto Pereira, um torcedor do Coritba foi baleado no peito por um policial militar e não resistiu ao ferimento. A PM fazia a escolta dos torcedores até a Arena da Baixada.

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