Crédito foto: Getty Images
Depois de um sábado desastroso, quando problemas no motor o tiraram do treino classificatório, Vettel deu show no domingo passado na Malásia. Largou em último, chegou em quarto. Salvou uma corrida que seria monótona, mas o que importava mesmo não aconteceu para o piloto da Ferrari. Correndo na boa, Lewis Hamilton da Mercedes chegou na sua frente, em segundo, e abriu um pouco mais sua vantagem no mundial de pilotos. Como não se ganham campeonatos perdendo pouco em cada corrida, vamos então para o Japão no verdadeiro clima de “só a vitória interessa” para os ferraristas.
6, 7 e 8 de outubro.
Terceira maior economia do mundo, o Japão ocupa um conjunto de mais de 6 mil ilhas próximo da costa da China, com quatro maiores onde se concentra a maior parte de seus mais de 125 milhões de habitantes. Tem uma história riquíssima, alternando períodos de isolamento quase total com outros de expansão, militar e comercial. É uma monarquia constitucional, com imperador e tudo, que incorpora simultaneamente em seu cotidiano tradições milenares com um desenvolvimento industrial e tecnológico de última geração, garantindo uma participação mundial expressiva e elevadíssimos índices de qualidade de vida para sua população.
Crédito foto: Divulgação
Localizado próximo à cidade de mesmo nome, a 370 km de carro de Tóquio, o autódromo de Suzuka foi construído em 1962 para testes da Honda e ficou tão legal que começou a sediar corridas. Recebe a Fórmula 1 desde 1987. É um circuito completo, com 18 curvas, algumas numeradas, outras com nomes, duas retas principais, subidas e descidas, tudo distribuído em pouco mais de 5,8 km num formato de oito que lembra um autorama. Além do viaduto, com pista em cima e por baixo, Suzuka tem como destaque a curva mais veloz da Fórmula 1 (a 130 R), feita a mais de 300 km/h. Domingo serão 53 voltas.
O GP do Japão é sempre um dos últimos do Mundial de Fórmula 1, sendo normal então que muitas temporadas tenham conhecidos seus campeões lá. Para nós, Suzuka é especial. Lá se definiram um dos títulos de Nelson Piquet (1987) e os três de Ayrton Senna (1988, 1990 e 1991).
Crédito foto: Getty Images
Ano passado quem ganhou lá foi Nico Rosberg da Mercedes. Quem mais venceu foi o mega-campeão Michael Schumacher (seis vezes). Dos brasileiros, Ayrton Senna ganhou em Suzuka em 1988 e 1983, Nelson Piquet em 1990 e Rubens Barrichello em 2003.
Crédito foto: Divulgação Pirelli
Em Suzuka, por ter trechos de altíssima velocidade alternados com outros de baixa, os pneus e os freios são muito exigidos e maltratados. Não fariam sentido os pneus ultramacios, mais macios e frágeis. As equipes terão então para escolher os pneus supermacios (banda vermelha), os macios (banda amarela) e os médios (banda branca) além dos de chuva. Em condições normais de clima, cada piloto tem que usar ao menos dois jogos de tipos diferentes em cada prova. Não há previsão de chuva nem para o sábado e nem para o domingo para a região, e a Mercedes se deu melhor até aqui com esta composição de pneus mais duros no seco.
Os caras lá são fanáticos pela F1, então quase tudo já foi vendido faz tempo. O fã com muita grana ainda encontra lugar no paddock por pouco mais de 15 mil reais (US$ 5.190,00) para os três dias. Sushi incluído. O resto não tem mais. O ingresso mais barato para o fim de semana em arquibancada custou perto de R$ 450,00 (US$ 150,00).
Mais um fim de semana para ficar acordado na madrugada incomodando todo mundo em casa. O SporTV transmite os treinos nas primeiras horas da sexta e do sábado (classificação sábado 3h) e reprisa a prova na tarde do domingo. A TV Globo transmite a corrida ao vivo a partir das 2h do domingo e manda aquele compacto no Esporte Espetacular e no Fantástico. No rádio, a Bandeirantes e a Globo/CBN transmitem a prova.
Crédito foto: Getty Images
Nas últimas colunas viemos antecipando que problemas em componentes de motor com trocas limitadas pelo regulamento iriam afetar o desenrolar da fase final do campeonato. Todo mundo já estava com tudo muito usado e no bagaço. A Red Bull, que tinha pouco a perder trocou tudo há três corridas, chegou na Malásia com tudo novinho e emplacou a vitória com Verstappen, que não foi ameaçado, e de quebra levou um terceiro lugar com Ricciardo
A Ferrari, sem poder perder pontos, arriscou com o equipamento no limite mesmo depois da batida de Cingapura. Pagaram caro. Vettel quebrou no sábado e largou no fim do grid. Raikkonen deu mais azar ainda, fez a pole position, quebrou no domingo pouco antes de alinhar e nem largou.
A boa notícia para a Ferrari é que chega ao Japão com parte das peças novas. A má notícia é que Suzuka não tem sido a pista preferida dos italianos nos últimos anos. A última vitória deles lá foi com Schumacher, em 2004. Só para piorar, a Mercedes venceu as três últimas edições do GP do Japão.
Crédito foto: Getty Images
Teremos então Lewis Hamilton correndo novamente com o regulamento pregado no volante, sem precisar forçar demais sua Mercedes (que também não trocou nada ainda), Vettel precisando vencer, muito pressionado e os dois pilotos da Red Bull motivados, com bons carros e sem maiores preocupações a não ser a própria corrida e a política interna da equipe. Se Vettel não vencer ou se Hamilton não quebrar, acabou de vez o campeonato do alemão. Kaput!
Daniil Kvyat não bateu na Malásia. Foi suspenso pelo patrão e não correu, sendo substituído pelo jovem francês Pierre Gasly, que ao menos não deu prejuízo nem atrapalhou ninguém. Chegou em 14º com o carro inteiro e funcionando. Não é pouca coisa na Toro Rosso. Franz Tost, chefe da equipe, disse no site oficial da Fórmula 1 que Gasly deve ficar no lugar de Kvyat “por enquanto” e que não há nada definido. As aspas são minhas, já que esse tipo de “por enquanto” costuma ser definitivo. Um demolidor a menos para nos divertir e surpreender.
Ricciardo, Hamilton e Bottas.
Pilotos
1º Lewis Hamilton / GBR - Mercedes – 281 pontos
2º Sebastian Vettel / ALE - Ferrari – 247 pontos
3º Valtteri Bottas / FIN - Mercedes – 222 pontos
4º Daniel Ricciardo / AUS - Red Bull Racing – 177 pontos
5º Kimi Raikkonen / FIN - Ferrari – 138 pontos
6º Max Verstappen / HOL - Red Bull Racing – 93 pontos
7º Sergio Pérez / MEX - Force India – 76 pontos
8º Esteban Ocon / FRA - Force India – 57 pontos
9º Carlos Sainz Jr. / ESP – Toro Rosso – 48 pontos
10º Nico Hulkenberg / ALE – Renault – 34 pontos
11º Felipe Massa / BRA - Williams – 33 pontos
Equipes
1º Mercedes – 503 pontos
2º Ferrari – 385 pontos
3º Red Bull – 270 pontos
4º Force India – 133 pontos
5º Williams – 65 pontos
6º Toro Rosso – 52 pontos
7º Renault – 42 pontos
8º Haas – 37 pontos
9º McLaren – 23 pontos
10º Sauber – 5 pontos
22 de outubro: GP dos EUA (Circuit of The Americas)
29 de outubro: GP do México (Autódromo Hermanos Rodríguez)
12 de novembro: GP do Brasil (Autódromo José Carlos Pace)
26 de novembro: GP de Abu Dhabi (Yas Marina Circuit)
E aí, curtiu o nosso conteúdo? Comente e acompanhe mais notícias do seu esporte favorito no Esportudo.com!
Veja também:
Relembre 5 mortes que talvez poderiam ter sido evitadas na Fórmula 1
8 equipes que fazem falta nos grids de largada da F1
6 autódromos inesquecíveis que saíram do calendário da F1