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Reinaldo Rueda chegou há mais ou menos 15 dias e já teve seu primeiro grande desafio à frente do Flamengo, e se deu bem e classificou a equipe da Ilha do Urubu para a final da Copa do Brasil. Seu currículo poderia ter citado apenas os clubes por onde passou e os títulos que conquistou como a Libertadores da América de 2016, mas pouco se falou em seus feitos e sim foi citado as suas virtudes e defeitos. O que mais incomodou a crítica e foi o maior destaque da mídia no novo treinador do Mengão foi o local que consta em sua certidão de nascimento. O fato de ser estrangeiro tornou-se um método de avaliação para ser treinador no Brasil.
Essa polêmica ganhou mais força a partir de uma declaração de Jair Ventura, do Botafogo, um dos treinadores que encabeça a geração de novos técnicos, que enfrentou o próprio Flamengo na semifinal da Copa do Brasil: "Não que eu seja contra os estrangeiros trabalharem aqui, mas estamos perdendo mercado lá fora. Daqui a pouco perdemos o interno. Desejo sorte ao Rueda, mas temos que repensar. Estão tirando o espaço dos outros que querem trabalhar", disse Jair.
Diego Aguirre, uruguaio que comandou o Inter e o Atlético-MG, deu uma entrevista recente ao jornal Zero Hora, expressando a sua opinião: "Talvez a mentalidade do futebol brasileiro seja um pouco mais fechada, ou era na época em que eu estive no Inter. Talvez o nosso trabalho fosse criticado por ignorância, por não se olhar o que se faz na Europa e por não se saber como trabalham os times de melhor nível mundial", declarou Aguirre.
Mas, por que treinadores de fora não têm passagens marcantes por aqui? A maior explicação para tudo isso se concentra no tempo de permanência dos treinadores em suas equipes (sendo nacionais ou estrangeiros). Um levantamento do ano passado aponta que o Brasil é campeão de impaciência com técnicos. À época, os treinadores daqui ficavam em média 5,7 meses à frente dos clubes da Série A. Na França, a liga que dá mais tempo para que o trabalho se consolide, são 16 meses. (Fonte: Jornal Zero Hora). Confira algumas passagens recentes de técnicos de fora no Brasil!
Treinou o São Paulo em 2015: 28 jogos, 12 vitórias, sete empates, nove derrotas, 51,19% de aproveitamento. Se transferiu para a Seleção Mexicana, onde está até hoje.
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Também no São Paulo, só que em 2016: 48 jogos, 18 vitórias, 13 empates, 17 derrotas, 46,52% de aproveitamento. Bauza Largou o Tricolor Paulista para comandar a Seleção Argentina, mas com os péssimos resultados, ficou apenas oito meses e foi demitido.
No Atlético-PR (2014): 13 jogos, cinco vitórias, dois empates, seis derrotas, 43% de aproveitamento.
Esteve no Palmeiras em 2014: 13 jogos, quatro vitórias, um empate, oito derrotas, 33% de aproveitamento. Uma atuação desastrosa no Verdão, trouxe jogadores medianos que quase rebaixaram a equipe para a Serie B daquele ano. O time ficou em 15° colocado. Atualmente dirige a Seleção Peruana.
Foi técnico do Inter em 2015 e do Atlético-MG em 2016. Talvez seja o com maior número de jogos e de aproveitamento. Porém, foi muito injustiçado por perder alguns clássicos.
No Internacional: 48 jogos, 24 vitórias, 15 empates, nove derrotas, 60,4% de aproveitamento.
No Atlético-MG: 31 jogos, 16 vitórias, sete empates, oito derrotas, 59,14% de aproveitamento.
No Cruzeiro de 2016: 17 jogos, seis vitórias, três empates, oito derrotas. Foi contratado por ter sido o responsável por classificar a Seleção Portuguesa de CR7 a Copa do Mundo no Brasil em 2014, mas seu desempenho foi muito abaixo do esperado: 41,17% de aproveitamento.
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