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“Provamos que futebol não é só dinheiro", exclusiva com Léo Costa

Written by Isabel Piccoli | 14/out/2017 11:03:00

Crédito foto: Reprodução / Facebook Oficial da FPF / Rodrigo Corsi

“O Manthiqueira é um clube diferente, conhecido no Brasil como o clube do fair play, do jogo limpo, só faltava conquistar algo”, essas foram as palavras usadas pelo capitão, Leonardo Costa, para definir a Laranja Mecânica. Com inspiração na seleção holandesa de 1974 e uma excelente filosofia de trabalho, o time de apenas 12 anos, se consagrou pela primeira vez campeão da 4ª divisão do Campeonato Paulista e garantiu uma vaga para a Série A3 de 2018.

Aos 21 anos, o camisa 1 – a numeração segue a mesma pegada holandesa, revelado pelo clube de Guaratinguetá, sente um gostinho a mais por fazer parte da história há sete anos e já ter jogado mais de 100 partidas oficiais com a camisa do Manthiqueira. Em entrevista exclusiva ao Esportudo.com, o jogador falou sobre o início de carreira, a sensação de ser protagonista de um título inédito, e também projetou voos mais altos.

Crédito foto: Reprodução / Facebook Oficial Leonardo Costa 

Depois de ter batido na trave em 2014 e 2015, a Laranja Mecânica, diante de um momento delicado financeiramente, começou a dar mais resultados dentro de campo, atrair patrocinadores e aos poucos, ganhar visibilidade. Apesar, das dificuldades, a proposta do clube pautada na frase: “não faça aos outros, o que você não gostaria que fizessem para você”, e do futebol bonito dentro das quatro linhas, permitiu tamanho crescimento

“Provamos que existe sim ainda amor pela camisa, amor pelo sonho e amor pelo futebol. Provamos que futebol não é só dinheiro e que têm pessoas com caráter que jogam, apesar do brasileiro ser falado de uma maneira negativa, a gente veio para dar exemplo e mostrar que se pode vencer com jogo limpo e sem malandragem”, destaca o defensor.

Zagueiro de origem, Léo atua também como volante e lateral-direito, no entanto, nas duas partidas da final, foi no ataque onde o jogador brilhou. Em São Bernardo do Campo, marcou de cabeça o gol de empate. No jogo de volta, perante grande público, abriu o marcador logo no início e dez minutos depois, lançou em direção à meta, mas a bola desviou no volante Vítor Ono. O capitão soma sete gols em sua trajetória no clube, dos quais cinco são de cabeça.

“Foi surpreendente, porque eu tinha em mente poder levantar a taça, mas não imaginava ser “artilheiro” da final. Mas, é fruto do trabalho, eu sempre chegava, porém não estava marcando, só tinha feito um gol no campeonato e na final, fui coroado, Jesus botou a mão e disse ‘vai ser seu’ e eu estou muito feliz. Sentimento de dever cumprido”, descreveu Léo Costa.

Sabe aquele famoso ditado popular: “a primeira vez a gente nunca esquece”? Ele pode ser claramente utilizado para caracterizar o momento vivido na carreira do atleta. O título paulista e o acesso foram os primeiros do Manthiqueira e também do jogador, o qual enxerga na união e no amor o grande diferencial do grupo.

“Conseguimos gravar nosso nome na história do clube. Pode passar 20, 50, 100 anos, que as pessoas vão lembrar do primeiro acesso e do primeiro título. Tudo foi a nossa união. Um corria pelo outro e a gente era muito obediente taticamente e os jogadores extremamente disciplinados. E o nosso amor pelo futebol, pelo esporte e um pelo outro, porque quando você ama um ao outro, você faz o melhor, como a gente fala, dá a vida um pelo outro”, destacou o capitão. 

Crédito foto: Reprodução / Facebook Oficial FPF / Rodrigo Corsi

Desde pequeno a paixão pela modalidade esteve presente na vida do jogador. “Minha mãe sempre falou que eu sempre gostei muito de futebol, eu era recém-nascido ainda, e ela me colocava na frente da televisão e eu ficava prestando atenção, mesmo sem entender”, conta o volante.

Com oito anos, Léo começou em uma escolinha perto de sua casa em Cruzeiro – SP, onde deu o pontapé inicial na caminhada pelo sonho de ser atleta. Aos 14, foi morar em Piracicaba – SP para defender um time de um empresário, no ano seguinte, teve a oportunidade de fazer um amistoso em Guaratinguetá e ser chamado para jogar no Sub-17 da Laranja Mecânica. Em 2012, defendeu o Sub-20 com 17 anos e assinou seu primeiro contrato profissional com o próprio clube, em 2013.

O jogador salienta que o processo rápido se tornou fundamental para seu crescimento. “Eu sempre estava adiantado, em relação à idade, então foi meio precoce, mesmo sendo uma quarta divisão do Campeonato Paulista, eu estava bem imaturo ainda, mas foi uma experiência maravilhosa e foi isso que me fez criar bagagem e experiência”, revelou o atleta.

Crédito foto: Reprodução / Facebook Oficial Leonardo Costa 

No ano de 2015, o jogador acabou emprestado ao Barra Mansa, para disputar a primeira divisão do Campeonato Carioca, mas em virtude da idade, começou no Sub-20, e na sequência, passou a ser relacionado na equipe principal. Após o termino da competição, retornou ao Manthiqueira. Em 2016, defendeu as cores do Primavera de Indaiatuba pela Série A3 do Campeonato Paulista e no segundo semestre, vestiu a camisa do Independente de Limeira na Copa Paulista.

“Fiz um ano de 2016, muito regular como lateral-direito. No Limeira, eu fiz dez partidas e em oito ou nove fui eleito o melhor em campo. Eu fiz um bom trabalho e foi o que me levou a conseguir ir para o PSTC no começo desse ano, jogar a primeira divisão do Campeonato Paranaense. Foi a melhor experiência que eu já tive em primeira divisão. Depois que acabou o contrato, voltei ao meu clube de origem”, afirmou o atleta.

Crédito foto: Reprodução / Facebook Oficial Leonardo Costa 

Sempre apoiado por sua família, o profissional apresenta um projeto de carreira no Brasil, sem demostrar qualquer vislumbre. “Eu quero evoluir, quero voltar a jogar uma primeira divisão. No Manthiqueira ou onde eu tiver, vou fazer um bom trabalho para que eu possa chegar em um grande clube de Série A ou B, mas não tenho pressa, sei que as coisas acontecem no tempo certo e espero que 2018 seja um ano ainda melhor”, finalizou Léo Costa.

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