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5 coisas que faltam para o futebol goiano evoluir no cenário nacional

Written by Wagner Oliveira | 12/nov/2016 15:34:00

Crédito foto: Reprodução Twitter oficial do Atlético Goianiense

Há vários estados no Brasil em que os clubes não têm uma grande visibilidade no cenário nacional. Isso normalmente ocorre nas regiões do Norte, algumas do Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Podemos pegar exemplos como Amapá, Mato Grosso do Sul e Piauí, onde não temos muitos times conhecidos e é difícil lembrar de alguns quando perguntados, pois, são pouco falados pela grande mídia.

Em Goiás, a história é um pouco diferente. Da região Centro-Oeste, o futebol goiano é o mais conhecido graças à ascensão de alguns clubes como, por exemplo, o Goiás Esporte Clube, presente muitas vezes na elite do futebol brasileiro – o Esmeraldino chegou até mesmo a disputar a Copa Libertadores da América em uma ocasião –, temos também o Atlético Clube Goianiense, que será o representante goiano na Série A no ano de 2017 e o Vila Nova Futebol Clube, equipe influente nas competições nacionais.

Apesar disso, o estado de Goiás ainda está atrás de muitos clubes de outros estados, não apenas do eixo Rio-São Paulo, mas também dos estados do Paraná e Santa Catarina, onde existem clubes com títulos de expressão e com um sucesso mais frequente que os clubes goianos. O que falta para o futebol goiano evoluir? A equipe do Esportudo.com listou cinco coisas que podem ajudar a formar sua opinião sobre o assunto, confira:

1. Ambição

Crédito foto: Divulgação/Atlético-GO

Uma das principais coisas que precisamos nos clubes são profissionais com ambição. As críticas em cima das diretorias por colocar a vaidade em cima da vontade de ganhar são bem frequentes. Isso é bem notado no Goiás e Vila Nova, onde os bons profissionais que passaram por lá saíram bem frustrados ou com uma intriga com algum conselheiro.

Atualmente, o profissional mais elogiado pela sua ambição tem sido Adson Batista, o diretor de futebol do Atlético-GO. Neste ano, ele se consagrou com o acesso para a primeira divisão nacional e por brigar pelo título da Série B. Seu trabalho teve destaque nas boas contratações que o dirigente fez para o clube, entre elas, o meia Magno Cruz e o volante Michel.

2. Manter uma base dos titulares

Crédito foto: Divulgação/Goiás EC

Uma das coisas mais importantes e ditas pelos analistas de futebol é a importância de manter uma base do time titular para a temporada seguinte. Você dispensa apenas os que não estão nos planos do clube e contrata apenas para as posições mais carentes do elenco. Infelizmente, o que mais vemos são clubes contratando desesperadamente, montando elencos enormes e renovando tudo sempre. As chances de não funcionar são grandes e temos bons exemplos.

No ano de 2011, o Goiás fez uma campanha fraquíssima na Série B e não conseguiu o acesso como era esperado. No ano seguinte, Marcelo Segurado, o Diretor de Futebol da época, fez questão de montar uma base do time daquele ano para o ano seguinte. O treinador Enderson Moreira foi mantido, assim como jogadores importantes como Thiago Mendes, Rafael Tolói, Iarley, Ernando e Amaral. Esses jogadores foram muito utilizados no ano de 2012, ano em que o Goiás teve sucesso na Série B ao conquistar o título daquele ano e voltar à Série A. Obviamente, isso também foi fruto das boas contratações feitas como, por exemplo, Ricardo Goulart, Egídio e Walter.

Vemos isso no Atlético Goianiense também esse ano, que manteve jogadores importantes como Pedro Bambu, Jorginho, Júnior Viçosa, Lino, entre outros. Outro exemplo, foi o Vasco da Gama, que segurou grande parte dos seus jogadores e por mais que não esteja fazendo a campanha esperada pela sua torcida com o "título fácil", a equipe vascaína ainda briga pela vaga na Série A.

3. Estádios próprios

Crédito foto: Divulgação/Goiás E.C

As três equipes da capital têm seus estádios próprios: o Atlético Goianiense tem o Antônio Accioly, o Goiás tem a Serrinha (Hailé Pinheiro) e o Vila Nova tem o Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA). Ambos os clubes já procuram e pensam em futuramente, utilizar os seus estádios não apenas em estaduais, mas também nas competições nacionais e internacionais. 

O Atlético Goianiense não joga uma partida oficial no Antônio Accioly há mais de quatro anos – mesmo com projetos que surgiram de uma possível reforma para que o clube reformasse o estádio e o ampliasse para que sua torcida pudesse retornar a ver seu time jogando no bairro de Campinas, local onde surgiu o clube –  apesar disso, não se ouve falar muito ultimamente deste tipo de projeto atualmente, até porque, com a volta do Estádio Municipal Pedro Ludovico (Olímpico), a torcida atleticana parece ter se adaptado e gostado do novo estádio, tanto que em todos os seus jogos, vemos um grande público.

Com o Goiás, também existe um projeto para que a humilde Serrinha, se torne uma arena moderna para 25 mil pessoas, com shopping e dois prédios comerciais. Ideia e estrutura para time grande, mas que ainda não saiu do papel.

No Vila Nova, o OBA foi reformado e hoje, o clube colorado já manda seus jogos da Série B em seu novo estádio, e isso deve continuar ocorrendo nas próximas temporadas. 

Grandes times podem fazer ótimas temporadas se fizerem de seu estádio um "caldeirão". Um dos estados que mais tem crescido no sentido futebolístico é Santa Catarina. Os times do interior têm seus estádios próprios e privados – sem ajuda municipal para mandar seus jogos por lá – o progresso tem sido bem notado. Um exemplo disso, é a Chapecoense que faz da Arena Condá uma "fortaleza" e realiza grandes temporadas todos os anos. Até os próprios times da capital utilizam seus estádios próprios: Avaí (Ressacada) e Figueirense (Orlando Scarpelli).

4. Bairrismo

Crédito foto: Divulgação/Vila Nova

Por conta da pouca influência do futebol goiano no cenário nacional, é muito comum vermos muitos torcedores goianos torcerem para times de outros estados, sendo a maioria deles, do eixo Rio-São Paulo. Para se ter uma ideia, a maior torcida do Centro-Oeste hoje é a do Flamengo, equipe do Rio de Janeiro. 

Dessa forma, conseguimos entender que o torcedor torce para times com mais ambição, títulos, mais mídia. É claro que para o bairrismo crescer, é necessário que os clubes se organizem melhor e tenham mais ambição para conquistar títulos de expressão (como citado no item 1), mas também podem fazer mais campanhas para valorização do futebol local.

O movimento que mais chamou a atenção até o momento, mas que hoje perdeu forças, é o "Sou Goiano, Meu Time Também", que visa a valorização dos times goianos e tem o objetivo de mostrar para o torcedor goiano que aqui também existe time para torcer. Com um bairrismo valorizado e grande, mais pessoas vão ao estádio e mais renda o clube ganha. As torcidas em Goiás precisam ser mais fanáticas e abraçar mais o clube, mas é papel das diretorias garantir que isso seja feito.

O mesmo vale para equipes do interior, que precisam chamar a população de suas respectivas cidades para abraçar o time. Isso ajudaria os times a ganhar força para aparecerem mais no cenário nacional.

5. Direito à voto para o sócio-torcedor

Crédito foto: Divulgação/Vila Nova

Em um país democrático, é relevante que o sócio-torcedor tenha direito de fazer parte da democracia do seu clube. Afinal de contas, ele paga para ver seu time, compra produtos do time, então, ele tem uma participação efetiva para a existência e continuidade do clube. Por que então, ele não pode decidir qual o melhor caminho para seu clube? 

Muitos clubes do Brasil já permitem que sócios-torcedores possam votar para a presidência de seus clubes. Isso ajuda muito a aproximar seu torcedor da diretoria, ver as ideias dos candidatos e votar no que ele acha melhor. Acredito que isso também alavancaria o número de sócios e consequentemente, ajudaria os clubes financeiramente. 

Infelizmente, os clubes goianos ainda estão presos pelas escolhas dos mesmos mandatários de sempre. Por isso, dificilmente algo muda. O único clube goiano que manifestou interesse em aplicar o direito à voto para sua torcida até o momento foi o Vila Nova.

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