Somente em 2014, de acordo com a Federação Paulista de atletismo, São Paulo registrou aumento de 15,35% comparado com o ano de 2013 entre os corredores concluintes. Ou seja, 653.140 pessoas se jogaram nas ruas em busca de novos desafios. Tentador, não? Mas, para iniciar nesta vida é necessário certos cuidados e muita atenção.
“Não é simplesmente sair correndo por aí. É preciso passar por um especialista, avaliar as condições físicas do participante etc. É sedentário? Já pratica algum esporte? Homem, mulher, quantos anos? Tudo isso interfere no rendimento”, explicou o fisioterapeuta e professor de pilates, William Rebello.
Isto porque a corrida de rua mexe bastante com o nosso organismo, desde articulações até o coração. As principais lesões são causadas pelo excesso de confiança e por não saber ouvir nosso corpo. É muito comum ver pessoas praticando a corrida, e isso pode servir de incentivo para os iniciantes. Achar que podemos alcançar aquele que está nesta vida há algum tempo é um erro quase que irreversível.
“Para quem nunca correu, é preciso começar com uma leve caminhada e com o passar dos dias, aumentar o ritmo gradativamente. Ou seja, corre dois minutos, caminha um, corre cinco minutos, caminha dois e assim por diante. Colocar metas é importante, e o acompanhamento de um profissional é essencial”, ressaltou William.
Além disso, todo corpo precisa de descanso, até mesmo daqueles que correm uma maratona ou São Silvestre. “No começo as dores vão vir e isso é normal, até o organismo acostumar. A pausa entre uma corrida e outra é necessária para que o nosso corpo reative as células construtoras”, alertou o fisioterapeuta. “Todo cuidado com joelho, tornozelo e panturrilha é pouco”, completou.
Outro fator importante e que não pode passar em branco por você que quer começar a correr é ficar de olho nos acessórios. O principal deles? O tênis. Cada centavo vale o investimento e muitas vezes o barato pode sair caro. “Não tem como não investir em um bom tênis. O ideal seria comprar aquele específico para a nossa pisada, mas se não dá (esses costumam ser os mais caros), fique com aquele que tem amortecedor, pois as nossas ruas são muito irregulares e nossos tendões precisam estar protegidos”, apontou Rebello.
Com todas essas dicas e dúvidas sanadas, você não tem mais motivos para ficar nesta vida sedentária, não é? Bora consultar um especialista, colocar aquela roupa confortável e se jogar (com cautela, sempre) nas mais de 800 corridas de ruas espalhadas pelo Brasil.