Muitos atletas depois da aposentadoria não conseguem se afastar definitivamente do esporte. Alguns se mantém próximos e acabam se tornando técnicos ou dirigentes dentro de sua respectiva modalidade, outros até se tornam comentaristas e seguem ganhando a vida próximos ao que lhes rendeu realização, fama e dinheiro.
Nos últimos anos, contudo, muitos esportistas brasileiros têm experimentado se aventurar na área da política. Alguns, em menor instância, têm projetos ligados basicamente ao esporte, outros já conseguiram ir mais longe e ocupar uma cadeira no Senado Federal.
Com a situação política conturbada na qual o país se encontra atualmente, esses que já foram ídolos de multidões, podem ter que tomar decisões importantes novamente, só que agora em nome de toda a população brasileira.
Com duas medalhas olímpicas (ouro em Seoul-88 e bronze em Atlanta-96) e duas medalhas panamericanas (ouro em Indianápolis-87 e prata em Caracas-83), Aurélio Miguel é um dos grandes judocas da história do país.
Após a aposentadoria em 2001, decidiu ingressar na vida política e se tornou vereador de São Paulo pelo PR (Partido da República), em 2004. Mesmo com algumas acusões de ilegalidades em sua carreira na Câmara, nada nunca foi comprovado contra o ex-judoca, que está no seu terceiro mandato consecutivo, tendo recebido mais de 32 mil votos na ultima eleição em 2012.
Ademir da Guia é o jogador que mais vezes vestiu a camisa palmeirense (901 partidas) e o terceiro maior artilheiro da história do clube (154 gols). Muito tempo após a sua aposentadoria, já aos 62 anos, o “Divino” resolveu ingressar na vida políticia e foi eleito vereador em São Paulo no ano de 2004, pelo PC do B (Partido Comunista do Brasil), com mais de 27 mil votos.
Sem tanto sucesso como nos gramados e também envolvido em supostas ilegalidades, a vida política do ex-palmeirense não seguiu como o esperado. Nas eleições de 2014, não conseguiu se eleger a Deputado Estadual em São Paulo e atualmente não ocupa nenhum cargo político.
Conhecido pelos seus muitos gols de cabeça, o cearense Jardel surgiu para o futebol brasileiro com a camisa do Vasco, mas se consagrou por aqui defendendo as cores do Grêmio, onde conquistou a Copa Libertadores de 1995. Depois do sucesso em seu país, o atacante foi para a Europa e teve seu auge principalmente em Portugal, onde atuou por Porto e Sporting.
No fim de sua carreira, já com problemas extracampo (assumiu em 2008 o uso de cocaína), Jardel perambulou por diversos clubes brasileiros antes de encerrar sua trajetória em 2011. Três anos depois, se arriscando na política, foi eleito Deputado Estadual no Rio Grando do Sul, pelo PSD (Partido Social-Democrata), com mais de 41 mil votos. Recentemente, já em 2016, alegando depressão, o ex-atleta pediu afastamento temporário de suas funções na Assembleia Legislativa.
Tretacampeão mundial de Boxe, Acelino “Popó” Freitas é um dos grandes nomes brasileiros da modalidade que já teve Eder Jofre e Maguila como históricos representantes do país. Após sua primeira aposentadoria em 2007, o pugilista se tornou Deputado Federal, pelo PRB (Partido Republicano Brasileiro), com mais de 60 mil votos.
Entre eventuais retornos aos ringues, Popó tentou um novo mandato nas eleições de 2014, mas obteve pouco mais de 23 mil votos e acabou não conseguindo prosseguir no cargo federal pelo Estado da Bahia.
Notadamente um dos maiores jogadores da história do futebol, Romário é também o esportista que mais se destaca no cenário político do país. Depois de chegar aos mil gols e conquistar diversos títulos e prêmios individuais, o carioca se aposentou em 2008 e dois anos depois já conseguiu se eleger como Deputado Federal pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro), com mais de 146 mil votos.
Destacando-se na função de Deputado, Romário lançou sua candidatura ao Senado e consegue a maior votação da história de um senador no Rio de Janeiro, com 4,6 milhões de votos, em 2014. O ex-atacante tem mandado de oito anos, que termina apenas no final de 2023.