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A Fórmula 1 chega em sua 11ª etapa. É o Grande Prêmio da Hungria, na complicada e travada pista de Hungaroring. Hamilton vem crescendo. Vai tomar a liderança do campeonato? Se fosse futebol, diríamos que é a última rodada do primeiro turno. Após o GP da Hungria a Fórmula 1 entra num pequeno período de férias e testes, para se jogar com tudo na fase final e decisiva do campeonato. Como no futebol, pontos são pontos, em qualquer rodada.
Quando?
28, 29 e 30 de julho.
Capital da Hungria, país localizado no miolo da Europa que já foi de tudo, até república comunista, Budapeste chama Budapeste por ter sido antigamente duas cidades, Buda e Peste, uma de cada lado do Rio Danúbio. Com pouco mais de 3 milhões de habitantes (região metropolitana), é considerada uma das cidades mais belas da Europa e é um dos maiores destinos turísticos do mundo (49º). Recebeu em 2015 quase 4 milhões de visitantes estrangeiros segundo relatório da Euromonitor International (só para comparar, o Rio ano passado, com Olimpíada e tudo, não chegou a receber 2 milhões), atraídos por suas atrações históricas e por uma rica agenda cultural.
Lento e estreito, é a descrição mais comum deste autódromo, construído em 1985 sob o regime comunista e localizado em Mogyoród, município próximo da capital, Budapeste. Em seus quase 4,4 km (70m maior do que o nosso Interlagos) reúne 14 curvas, todas numeradas e algumas retas pequenas. É um circuito onde é muito difícil ultrapassar, permitindo a pilotos mais lentos venderem caro suas posições aos mais velozes, muitas vezes segurando vários carros em fila por muitas voltas, complicando as estratégias dos favoritos. Serão 70 voltas, totalizado 306,63 km.
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Você sabia que, em condições normais, uma corrida de Fórmula 1 vai até o final da volta que completa 305 km? A única exceção é Mônaco, que vai até a volta que totaliza 260 km. Falamos em condições normais já que, se acontecem imprevistos como chuva ou muitas bandeiras amarelas, tornando o ritmo mais lento, qualquer corrida tem que terminar ao final da volta em que se completam 2 horas, independentemente da distância percorrida. Bandeira vermelha (interrupção geral) não conta no tempo total.
Maiores vencedores
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Quem venceu ano passado por lá foi Lewis Hamilton, da Mercedes. O britânico é ainda o recordista de vitórias, ficando no topo do pódio cinco vezes (2007, 2009, 2012, 2013 e 2016). Dos brasileiros, Ayrton Senna ganhou três vezes (1988, 1991, 1992), Nelson Piquet duas (1986, 1987) e Rubens Barrichello uma (2002).
Os pneus roubaram a cena na última prova, deixando na mão os pilotos da Ferrari nas duas últimas voltas na Inglaterra e tem se tornado os grandes protagonistas da temporada. Se não houver nenhuma mudança de última hora, novamente não teremos os pneus ultramacios. As equipes terão então à disposição para o GP os pneus supermacios (banda vermelha), macios (banda amarela), e médios (banda branca) além, é claro, dos de chuva. Lembramos que em condições normais de clima, cada piloto tem que usar ao menos dois jogos de tipos diferentes em cada prova. A previsão do tempo para a região no domingo é de tempo bom.
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O SporTV transmite os treinos nas manhãs da sexta e do sábado (classificação sábado 9h.) e reprisa a prova na tarde do domingo. A TV Globo transmite a corrida ao vivo a partir das 9h. do domingo. Tudo no chamado “tubo”, com locutor e comentaristas aqui no Brasil assistindo pela TV e chutando gigante, igualzinho a você e eu, num desrespeito aos fãs, assinantes e patrocinadores. No rádio, a Bandeirantes e a Globo/CBN transmitem a prova.
Começaram, ainda que timidamente, as especulações sobre quem fica e quem vai para onde na próxima temporada. O alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, cujo contrato termina no fim desse ano, “despretensiosamente” convidou o diretor geral da alemã Mercedes, o quase alemão (austríaco) Toto Wolff para sua festa de 30º aniversário (3 julho). A equipe italiana, incomodada, entendeu o recado e já mandou uma proposta milionária para a renovação; 120 milhões de euros para três anos, mais um pacote de bondades que premia pontos, pódios e a conquista de campeonatos. A malandragem aí é “amarrar” o alemão por três anos.
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No miolo da tabela, a direção da Toro Rosso, sem ninguém perguntar, disse que seu piloto Carlos Sainz Jr. tem contrato com a equipe, não sai, mas (sempre tem um “mas”) estão abertos para analisar propostas, ou seja, o jovem espanhol já está fazendo as malas. Para onde, a conferir.
Ainda na linha dos que respondem o que ninguém perguntou, a direção da Williams que vem fazendo uma temporada horrorosa, negou que a equipe já esteja alocando os recursos desse para o próximo ano, desistindo de vez de qualquer pretensão em curto prazo.
Já antecipamos aqui. Praticamente todas as equipes, inclusive Mercedes, Ferrari e Red Bull, chegaram na metade do campeonato com os componentes com limite de troca previsto no regulamento (câmbio, turbo, motor) já usados e “no bagaço”. Estourar a quantidade de trocas desses componentes até pode, mas a equipe “paga” perdendo posições no grid de largada. Juntamente com as estratégias com pneus, essas trocas serão determinantes nas próximas corridas e no campeonato.
Mesmo sendo o recordista de vitórias na Hungria, a supremacia de Lewis Hamilton lá não é tão gritante como na Inglaterra, por exemplo, onde ganhou tudo seguidinho nos últimos anos, não deixando nada para ninguém. Vettel ganhou por lá em 2015, Ricciardo em 2014 e até Raikkonen, em 2005.
Num circuito onde ultrapassar é difícil, largar na frente é tudo de bom. Nesse quesito Lewis Hamilton tem se mostrado imbatível, pulverizando sucessivamente os recordes de pole-positions conquistadas.
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Embora muito mais discreto do que na Ferrari, onde é descarado, o feio “jogo de equipe” rola na Mercedes também. Na Inglaterra, quando Hamilton saía dos boxes após sua troca, Bottas que vinha muito rápido com pneus quentes tirou o pé, facilitando demais a vitória do britânico. Provavelmente pensou na renovação de seu contrato, que vence nesse fim de ano. Obedece quem tem juízo. Assim sendo, o campeonato deste ano fica entre Vettel e Hamilton. Para o resto, o resto.
E a gente pegando no pé do Lance Stroll. O garoto da Williams está aprendendo rápido, e pode até chegar ao final da temporada fora da lista dos Demolidores. Quem não toma jeito é Daniil Kvyat (RUS – Toro Rosso), que espalhou nos últimos GPs e bate em qualquer coisa que se mova perto dele, inclusive seu companheiro de equipe. Na Hungria tem uma curva fechada de quase 180 graus logo depois da largada. É lá que rola a lambança.
Hamilton, Bottas e Ricciardo
Pilotos
1º Sebastian Vettel / ALE - Ferrari – 177 pontos
2º Lewis Hamilton / GBR - Mercedes – 176 pontos
3º Valtteri Bottas / FIN - Mercedes – 154 pontos
4º Daniel Ricciardo / AUS - Red Bull Racing – 117 pontos
5º Kimi Raikkonen / FIN - Ferrari – 98 pontos
6º Max Verstappen / HOL - Red Bull Racing – 57 pontos
7º Sergio Pérez / MEX - Force India – 52 pontos
8º Esteban Ocon / FRA - Force India – 43 pontos
9º Carlos Sainz Jr. / ESP – Toro Rosso – 29 pontos
10º Nico Hulkenberg / ALE – Renault – 26 pontos
Equipes
1º Mercedes – 330 pontos
2º Ferrari – 275 pontos
3º Red Bull – 174 pontos
4º Force India – 95 pontos
5º Williams – 41 pontos
6º Toro Rosso – 33 pontos
7º Haas – 29 pontos
7º Renault – 26 pontos
9º Sauber – 5 pontos
10º McLaren – 2 pontos
A próxima corrida é só dia 27 de agosto, na Bélgica. Gostou do nosso conteúdo? Comente e acompanhe mais notícias do seu esporte favorito no Esportudo.com!
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