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Muito se discute hoje sobre a melhor classe de quarterbacks de todos os tempos na NFL. Há quem diga que é a do início do século XX, enquanto outros defendem os jogadores da era “pré-Super Bowl”. É uma discussão que pode levar o dia todo e dificilmente se chegará a um consenso. Mas podemos usar como exemplo dois períodos em que a liga teve grandes quarterbacks de alto nível, a década de 80 e a de 2000.
É difícil estabelecer uma comparação, visto que os contextos são diferentes. Alguns deles ganharam vários Super Bowls, outros apenas um ou dois, mas também há os que não tiveram a honra de levantar o troféu Vince Lombardi. Mas, através desses nomes, veremos que vitórias e títulos têm muito menos importância neste debate do que outros aspectos, como o legado.
Como falar em legado e não se referir a John Elway, eterno camisa sete do Denver Broncos, com direito a aposentadoria da mesma. Vencedor de dois Super Bowls com a equipe do Colorado, o quarterback esteve envolvido em 82,2% dos pontos de sua equipe enquanto atuou como profissional, de 1983 a 1998. Além disso, Elway teve nove indicações ao Pro Bowl e adentrou ao Hall da Fama da liga em 2004.
E o que foi Joe Montana? Simplesmente um jogador a ter um rating de 127.8 somando os quatro Super Bolws que disputou, além de ter vencido todos eles. Muitos o tratam como o maior da história, mas o fato é que Montana representou uma dinastia na liga durante a década de 1980 e o início da de 1990, ganhando quatro títulos em nove anos.
Ainda temos dois quartarbacks responsáveis por dois grandes ataques em toda a história. Primeiro, Dan Marino e todos os seus recordes pelo Miami Dolphins, com 61.361 jardas aéreas e líder em passes completos após se aposentar. Em 1984, foi o primeiro da história a ultrapassar a marca de 5.000 jardas aéreas em uma única temporada. Depois, temos Jim Kelly no Buffalo Bills e um dos melhores ataques de todos os tempos. Talvez um dos grandes pecados da história da liga seja o fato de Jim ter chegado a quatro Super Bowls seguidos e não vencido nenhum, mas não podemos deixar que isso apague o que ele fez em Buffalo. Com a camisa 12, Kelly inovou com a prática do “no huddle”, denominada na época como K-Gun Offense, usada para caracterizar as chamadas rápidas do ataque da equipe.
Ao final da década de 1990, muitos se perguntavam o que seria da NFL após as aposentadorias de Marino, Montana, Kelly e companhia. Eis que, alguns anos depois, surgem Peyton Manning, draftado em 1998, Tom Brady, Drew Brees, Ben Roethlisberger e Aaron Rodgers, os grandes nomes da geração de 2000. Alvos de inúmeros debates sobre quem foi melhor, os dois primeiros são a grande representação desta geração. Em termos de legado, Manning talvez se sobressaia um pouco por conta de sua inteligência. Sua capacidade de ler os movimentos das defesas e mudar as jogadas de ataque de última hora, além de seus épicos play-actions, foi algo que marcou a carreira do camisa 18 do Indianapolis Colts e do Denver Broncos.
Por outro lado, Brady tem sete Super Bowls disputados em 16 anos de NFL. Se contarmos que ele jogou apenas 14 temporadas, visto que em sua primeira ele foi reserva e em 2008 não atuou por conta de lesão, veremos que em metade de sua carreira como titular, Brady chegou a decisão.
Ainda temos Ben Roethlisberger, campeão duas vezes com o Pittsburgh Steelers. Se tornou o primeiro quarterback da história a ter mais de 500 jardas, nenhuma interceptação e três ou mais passes para touchdown em apenas um jogo, em 2009. Cinco anos depois, em 2014, Big Ben repetiu o feito, e passou a ser o único da história a ter dois jogos com mais de 500 jardas em cada.
Claro que os títulos são importantes, são eles que engrandecem uma equipe. Mas o legado deixado por um atleta ou time também são fundamentais. São duas ótimas gerações de quarterbacks, talvez as melhores de todos os tempos. Independentemente do número de títulos de cada um, todos estes terão sempre seu nome na história da liga, seja pelas conquistas ou pelo legado.
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